Conselhos petistas

Enquanto comemora, com razão, o deferimento da sua candidatura a prefeito de Campos, por unanimidade, ontem, no TRE, Makhoul Moussallem (PT) poderia aproveitar o feriadão, neste mês que resta antes da eleição de 7 de outubro, para madurar os conselhos de uma raposa felpuda do seu partido. Isso, sem, é claro, deixar cair o ritmo da sua boa campanha.

Em primeiro lugar, bater mais na questão da parceria sempre bem vinda entre governos municipal, estadual e federal. Como o próprio senador petista Lindbergh Farias já ressalvou, não bastaria dizer que se está com Cabral, Dilma e Lula, mas mostrar de maneira mais enfática o que já foi feito na planície com recursos do Estado e da União, além de projetar didaticamente, e com mais ambição, o que poderia ser feito administrativamente em Campos, a partir do alinhamento político da sua Prefeitura.

Em segundo lugar, explorar melhor a inaceitável colocação de Campos no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. Não basta dizer que o município foi o pior de todo o Estado no Ideb. Colocar mães e filhos diante à constatação de que estes terão mais chance de ter um futuro melhor se estudarem numa escola pública municipal, por exemplo, de Cardoso Moreira, que já foi distrito de Campos, certamente causaria maior impacto.

Em terceiro, ser mais incisivo como candidato de oposição. Makhoul estaria se segurando pela possibilidade de Rosinha sair da disputa na última hora, por conta da sua inelegibilidade pela lei do Ficha Limpa, sendo substituída por outro candidato. Se isso acontecesse, os votos da prefeita migrariam para o petista de maneira mais fácil se ele evitasse antagonismos com ela. O pensamento não está errado, assim como acerta quem se lembra que a campanha está na reta final, fase na qual as opções se afunilam.

Embora oriundos de um petista experiente, não só nos processos eleitorais de Campos, mas de todo Norte e Noroeste Fluminense, esses são só conselhos, aqueles dos quais se diz merecer cobrança, não doação, se forem mesmo bons. Todavia, o fato é que não só Makhoul, mas todos os demais candidatos de oposição, trabalham para tirar cerca de 45 mil intenções de voto que hoje já seriam de Rosinha, para que o segundo turno seja possível. É muito difícil, quase impossível, mas ficará ainda mais se não for tentado.

Publicado hoje, na coluna Ponto Final, da Folha da Manhã

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Este post tem um comentário

  1. Maria

    Concordo em tudo,o raciocínio está perfeito,a meu ver.Só não vê quem não quer.

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