Facebook só para aquilo que interessa

Desde o final da noite de ontem, este blogueiro resolveu encerrar sua conta pessoal no face. A bem da verdade, a ideia já vinha amadurecendo desde que li, aqui, o elucidativo artigo “Felicidade facebook”, publicado em O Globo, pelo jornalista Joaquim Ferreira dos Santos. Como não se pode ignorar a importância das redes sociais no mundo de hoje, sobretudo para quem lida com comunicação, um novo mural será criado no face, mas para aquilo que, vida pessoal ao largo, de fato deveria interessar a mim e a vc, que ora me lê: divulgar meu trabalho enquanto jornalista, escritor e blogueiro.

Assim que o novo mural estiver pronto, farei dele, neste blog, a devida comunicação.

Atualização às 12h17 de 06/03/13: Desde ontem o novo mural dedicado à interação do blog com o face foi criado aqui e aqui.

Observatório mira dois alvos no governo Rosinha: licitações e cargos comissionados

Advogado José Paes Neto (foto de Edu Prudêncio)

Investigar as licitações e os cargos comissionados do governo Rosinha (PR). Segundo garantiu ao blog o advogado José Paes, estes serão os primeiros passos, já em andamento, do Observatório de Controle do Setor Público, cuja assembleia geral está marcada para o próximo dia 21, no auditório do Centro de Ciências do Homem (CCH) da Uenf. Nela, entre outras coisas, será eleita a chapa única, de consenso, a direção da entidade suprapartidária, composta em sua maioria por professores das várias instituições de ensino superior de Campos, que terá José Paes como diretor geral, além do também advogado Cleber Tinoco como diretor jurídico.

— Até para organizarmos nosso trabalho, a primeira licitação que já estamos estudando é a do transporte público de Campos. Segundo a lei federal de acesso à informação (aqui), os governos em todas as suas instâncias teriam que franquear livre acesso às licitações públicas. A Prefeitura de Campos se limita a publicar em Diário Oficial os números das licitações, mas dá publicidade ao seu teor. Para ter acesso à dos transporte público do município, por exemplo, tive que fazer a requisição com papel timbrado de uma empresa, no caso meu escritório de advocacia. Para que ela fosse conhecida do público, o Cleber a publicou aqui, em seu blog, o “Campos em debate”, disponibilizando o arquivo ao cidadão que quiser fazer sua cópia em CD — revelou José Paes.

Quanto aos cargos comissionados do governo municipal, o advogado que barrou na Justiça as contratações em Regime Especial de Direito Administrativo (Reda), acredita que eles possam estar senso usados para  barrar a necessidade de concurso na contratação de pessoal, buscando atrelar a dependência política à manutenção no emprego, que estariam contrariando a Lei Orgânica do Município:

— São vários os casos, mas os mais flagrantes parecem estar na secretaria de Assistência Judicária, ao qual o Procon é veiculado e onde só procuradores concursados do município poderiam trabalhar como advogados, e na criação dos cargos de vice-diretores das escolas públicas municipais, todos preenchidos politicamente.

Ainda na questão do ensino público municipal, José Paes denuncia outro indício de irregularidade da gestão Rosinha:

— Parece claro que o governo não usou o período de férias para suprir as vagas dos contratados do Reda afastados pela Justiça. Tenho notícia de que já m sendo feito por e-mail a convocação dos aprovados em concurso, que ainda não foram convocados para tomar posse dos cargos, para assumi-los de maneira provisória. Como atrativo, estaria sendo usado o argumento de que, quem entrar agora, poderá escolher suas vagas nas unidades de ensino mais centrais. Quem não aceitar, depois da posse, seria empurrado para trabalhar em escolas mais afastadas.  Em outras palavras, pelo menos provisoriamente, estaria se transformando concursados em prestadores de serviço.

Folha Online trará dois novos blogueiros: Cilênio Tavares e Gustavo Matheus

Experiência e juventude: Cilênio Tavares e Gustavo Matheus (foto de Edu Prudêncio)
Experiência e juventude: Cilênio Tavares e Gustavo Matheus (foto de Edu Prudêncio)

Não é só na versão impressa que a Folha da Manhã traz novidades em sua parte de opinião. Em versão virtual, a Folha Online passará a hospedar, a partir da 0h da próxima quarta, dia 6, dois novos blogs: o “Em tempo” e o “Gustavo Matheus”. O primeiro espaço terá como titular Cilênio Tavares, jornalista com 23 anos de profissão, atualmente editor de Geral da Folha, com passagem também  no jornal carioca O Dia e no extinto Monitor Campista, do qual foi seu último editor geral. O segundo, por óbvio, será assinado pelo Gustavo Matheus, também jornalista da Folha e colaborador da coluna “Comentários”, publicada toda quinta na versão impressa do jornal e que tem como titular o empresário Murillo Dieguez.

“Jornalista vive de informação”. Foi o que frisou Cilênio, garantindo que seu espaço não se restringirá aos assuntos de cidade abordados na editoria que comanda na Folha, buscando dividir seu blog entre noticiário e opinião. “Mas sempre de forma equilibrada, aberto às opiniões contrárias, sem nenhuma pretensão de ser dono da verdade”, garantiu.

Por sua vez, Gustavo garante manter a mesma linha contundente que marcou seu blog pessoal, o “Sob licença poética”, cujo final anunciou para se dedicar ao novo espaço na Folha. “Mas até por agora estar hospedado no site do jornal, que também terá responsabilidade sobre aquilo que escrevo, buscarei ser menos agressivo”, garantiu o jovem jornalista, que já vinha atuando como blogueiro no “Blog da coluna”, repercussão virtual da coluna “Comentários”.

Zico — 60 anos e parece que foi ontem

No filme “Cazuza”, retrato dos anos 1980, numa cena aparentemente incidental, quando a mãe da estrela do rock nacional procura o filho pelas ruas da noite do Rio, é de Zico que se fala ao rádio do carro. Difícil para quem não viveu aquela época ter hoje a dimensão do que o craque significou naqueles tempos pós-Pelé. Se ganhou tudo pelo seu Flamengo (quatro Brasileiros, uma Libertadores e um Mundial), na Seleção, mesmo integrando uma geração brilhante, Zico não teria o mesmo êxito. No entanto, para quem viu ou só ouviu falar, a Seleção de 82, a exemplo do Fla de 81, estão entre os melhores times da história do futebol mundial, assim como o camisa 10 que comandou ambos em campo. Nesta entrevista, publicada na Folha em 2010 e vencedora do Prêmio João Saldanha de Jornalismo Esportivo em 2011, a homenagem aos 60 anos, completos hoje, de um gênio. É verdade, o tempo não para, mas alguns produzem heróis.

(Foto de Diomarcelo Pessanha)
(Foto de Diomarcelo Pessanha)

Folha – Até onde vale o paralelo entre você e Messi, cujos gênios foram notados muito meninos, apesar do físico pequeno e franzino, fazendo com que um grande clube investisse para prepará-los? Até onde hoje é possível que um Flamengo, no seu caso, não seja antecipado por um Barcelona, incubadora e hoje palco  do craque argentino?

Zico – Pode, se você tiver um olho clínico e enxergar que esse garoto pode ter futuro, é você se juntar a uma empresa dessas patrocinadoras e tentar ajudar o Flamengo a bancar esse jovem. Porque o Flamengo é uma grande marca. Se o garoto puder explodir no Flamengo, ele vai querer explodir no Flamengo. Eu não vejo dificuldade nisso.

Folha – Por falar em Messi, acredita que ele hoje seja realmente o melhor do mundo? O que achou da sua atuação na última Copa, em 2010, na África do Sul? Como foi com você, ele sofre a pressão para ser tão decisivo na seleção como é quando joga pelo clube?

Zico – Lógico, mas todo cara que aparece bem num clube, quando vai para seleção, há a expectativa muito grande; isso é normal. Ele é um jogador fantástico, que não precisa se falar muito, é o grande gênio da atualidade, diferenciado, que faz uma coisa que você não espera. Ele é espetacular, decisivo, mas todo cara decisivo precisa também que as jogadas dele sejam definidas por outros, porque ele chama atenção, então abre espaço para os outros decidirem as jogadas que ele faz. Ele pode não ter feito gol, mas criou uma série de situações de gols da Argentina, e muitas vezes não eram transformadas em gols.

Folha – Como os gols de Nunes (dois) e Adílio, que nasceram dos seus pés, na final do Mundial de 81, contra o Liverpool?

Zico – Exatamente. Quando você tem a chance de fazer algumas jogadas e elas são concretizadas, o seu valor também aparece. Quando isso não acontece, parece que você não criou nada. Em 78 (na Copa da Argentina), eu criei um monte de oportunidades para uma série de jogadores, mas ninguém fez gol; parece que eu não joguei, que eu fui uma porcaria. Mas vai ver os lances dos jogos, veja quantas bolas eu deixei os caras de frente para o goleiro, só que não foram transformadas em gols. Aí, a sua parte individual também não aparece.

Folha – Em sua opinião, quais foram o melhor time e jogador da última Copa?

Zico – Olha, o melhor time foi a Espanha e o melhor jogador foi o Iniesta, mas disparado. Ele e o Xavi foram os dois jogadores que desequilibraram. Eu vi uma série de partidas da Espanha, jogos de Eliminatórias, quando eu estava na Europa. Tinha jogo da Espanha, eu conferia o horário para poder assistir, porque é um time que tem uma espinha dorsal, um grande goleiro (Casillas), uma ótima zaga (Puyol e Piqué), um meio campo criativo, marcador, que desenvolve bem, e com um ataque que eu acho que, se dois jogadores estivessem bem, a Espanha ganharia com muito mais facilidade a Copa: o Torres e o Fabregas. O Fabregas, que vinha de uma fratura, ainda conseguiu jogar um pouco e o Torres, que havia uma esperança muito grande, mas também vinha de uma contusão. Por causa da contusão do Fabregas, ele (o técnico Vicente Del Bosque) adiantou o Xavi, que jogava mais atrás, e botou um jogador, o Xabi Alonzo, na cabeça-de-área.

Folha – Como segundo homem. O primeiro homem era o Busquets…

Zico – Pois é, era o Busquets. Então era Busquets ou Xabi Alonzo, Xavi, Iniesta e o Fabregas. Então, com isso, ele teve que mexer um pouco nessa estrutura, apesar de não ter comprometido. Mas o Xavi, tem o Xabi Alonzo e o…

Folha – E o Xavi Hernández.

Zico – É, o Xavi Hernández, que é do Barcelona, ele joga um pouco mais atrás, ele é o segundo homem e estava jogando de terceiro, um pouco mais à frente…

Folha – Iniesta pela esquerda e ele pela direita.

Zico – Exatamente, exatamente. Então, eu acho que a Espanha mudou um pouco, mas mesmo assim joga um futebol lindo.

Folha – Seu ex-companheiro na inesquecível Seleção de 1982, Falcão, chegou a citar seu nome ao traçar um paralelo nesse “futebol lindo”, que caracterizava tanto o time treinado por Telê Santana com os campeões do mundo em 2010. Até onde vai esse paralelo na maneira de atuar dos dois times? Embora inegavelmente habilidosa, não faltava à linha média espanhola jogadores mais incisivos, como eram você e Sócrates?

Zico – Porque eu acho o Iniesta, ele até é um jogador decisivo…

Folha – Eu falei incisivo, não decisivo. Você e o Sócrates marcavam muitos gols.

Zico – É, mas a gente era jogador mais ofensivo, mais jogador de frente, os dois (Xavi e Iniesta) são jogadores de meio-campo.

Folha – Mas vocês vinham de trás.

Zico – O Sócrates vinha de trás, eu jogava mais na frente. Eu acho que dali, se você tem que comparar característica de posição, talvez o Fabregas fosse comigo; agora o Xavi e o Iniesta são com o Sócrates.

Folha – Mais armadores?

Zico – Mais armadores, chegavam e tal, mas mais armadores. Eu armava também, mas sempre estava um pouco mais à frente, mais homem de ataque.

Folha – Mas não vê esse paralelo do Falcão, no toque de bola das duas equipes?

Zico – Não, lógico. Quando você tem jogadores com essa qualidade, você tem que procurar adaptar o seu time a esta situação.

Folha – Acredita que a vitória do jogo lúdico da Espanha sobre a Holanda mais pragmática dos últimos tempos será capaz de influenciar na mesma proporção que a derrota brasileira em 82, diante da Itália, que mergulhou o mundo da bola por quase 30 anos no chamado futebol de resultados?

Zico – É, mas eu acho que há uma diferença: a Holanda não joga o futebol de resultados como jogava a Itália. A Itália, apesar de ter bons jogadores, sabia das suas dificuldades e jogava daquela forma mesmo. Agora, a Holanda, não. A Holanda é um time que sempre teve jogadores de muita habilidade, de muita qualidade técnica, mas não conseguia chegar.

Folha – Mas com De Jong e Van Bommel também apelou para os cães de guarda no meio de campo.

Zico – É, o cão de guarda, mas você tem o Sneijder, o Van Persie, o Kuit, jogadores de muita qualidade técnica, mas que não conseguiam. A Holanda, por causa disso, quando teve o Cruijff, Neeskens; depois teve o Gullit, Van Basten, Rijkaard; mas essa Holanda não conseguiu ganhar. Então ele (o técnico Bert Van Marwijk) procurou adotar que esses jogadores, apesar de qualidade técnica, eles pudessem também ser um pouco mais operários. O time da Ho-landa era também um time operá-rio, mais do que os outros anteriores. Foi uma maneira que ele encontrou para chegar à final.

Folha – Mas voltando à pergunta inicial, acha que essa vitória do futebol vistoso da Espanha vai marcar tanto quanto o triunfo do futebol de resultados da Itália, em 82?

Zico – Não, hoje em dia não vai tanto. Vai marcar, mas eu acho que…

Folha – Porque aquela vitória da Itália sobre vocês definiu o futebol de uma maneira…

Zico – É, de uma maneira impressionante. Agora, eu acho que dessa vez, não. Porque todo mundo sabe que com o futebol vistoso, a possibilidade de ganhar é muito grande. Agora,do pragmático, de resultado, pode acontecer. Isso deu mais ênfase porque essa situação faz com que você, mesmo com o futebol feio, possa ganhar. E o futebol é assim, o futebol é o único esporte em que o mais fraco pode ganhar do mais forte.

Folha – Diferente do basquete e do vôlei, por exemplo?

Zico – Não tem zebra. Tênis não tem zebra, vôlei não tem zebra, basquete não tem zebra (risos). O futebol atrai tanta gente por causa disso: porque a zebra pode acontecer.

Folha – Falamos há pouco do Dr. Sócrates (falecido em 2011). Ele afirmou, numa entre-vista antes da Copa (de 2010), que a Seleção de 82 foi melhor que a de 70 e que, de-pois de Pelé, você foi o maior jogador na história do futebol brasileiro. Concorda?

Zico – (Risos) Agradeço lisonjeado pelo carinho do Sócrates. Eu acho que uma Seleção que tem Pelé e Garrincha; para mim a maior foi a de 58. Pelé e Garrincha, para mim, foram os dois maiores jogadores de todos os tempos. Então, uma Seleção que tem esses dois, foi a melhor.

Folha – Você, então, se coloca abaixo desses dois?

Zico – Totalmente, e abaixo de muitos outros. Então eu acho que são jogadores que, estando no auge, e Garrincha estava no auge, Pelé começando de uma forma espantosa, não tinha como. Para mim, foi a melhor Seleção, apesar de não ter visto, mas pelas imagens que eu vi, pelos jogadores que tinha, para mim a melhor Seleção foi a de 58. Garrincha, Didi, Pelé, Vavá, Zito, Nilton Santos, Djalma Santos, Orlando. Então eu acho que foi uma Seleção, a meu ver, mais completa que a de 70.

Folha – Mas e entre as Seleções de 70 e 82, qual foi a melhor?

Zico – A de 70, que ganhou (risos).

Folha – Em clubes e seleções, quais foram os melhores times que você viu jogar?

Zico – Bom, de seleções, que eu vi jogar, tirando as brasileiras, a seleção da Holanda de 74. Aquela seleção era muito boa, era gostoso de se ver jogar. O time do Barcelona, agora, destes últimos tempos. O time do Ajax que foi campeão naquele ano (1995) que ganhou do Grêmio, no Mundial; ganhou nos pênaltis. Aquele time, eu acompanhei na Europa, tinha como um dos melhores joga-dores o Litmanen; está até hoje na seleção da Finlândia. Este time do Ajax era formidável de se ver jogar. Se não me engano estava o Kluivert, acho que tinham aqueles dois irmãos… de Boer…

Folha – Frank e Ronald de Boer.

Zico – É, acho que tinha esses dois. Do Brasil, aquele time do Palmeiras, que o Vanderley (Luxemburgo) dirigiu (Bi-Campeão Brasileiro 1993/94), que tinha Muller, Roberto Carlos, Rivaldo, Djalminha, César Sampaio, Cafu. Era um timaço, era gostoso de ver, davam de quatro, cinco, seis, se divertiam. Gostei de ver, lógico, o time do Santos na época do Pelé…

Folha – Foi o melhor?

Zico – É difícil você dizer o melhor, você pode botar o melhor por causa do Pelé, a mesma coisa do Garrincha.

Folha – O Botafogo de Garrincha?

Zico – Vi jogar com o Garrincha, ainda peguei aquele momento de tristeza. Eu vi aquela final de 62, que Garrincha estraçalhou o Flamengo (3 a 0), eu estava no Maracanã naquele jogo. Era um timaço. Mesmo comigo jogando, aquele time do Flamengo de 81 era um timaço também (risos). Eu acho que o Brasil teve grandes times, o São Paulo, com Telê (Bi-Campeão Mundial em 1992/93), também era gostoso de se ver jogar. Foram times fantásticos. O futebol, quando apresentou esses times, foi sempre um prazer para todo o torcedor.

Folha – Depois que você parou, quem foi o grande jogador brasileiro? Romário, Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Kaká?

Zico – Todos eles foram, cada um na sua época, o melhor.

Folha – Depois de você, não apontaria um?

Zico – Maior continuidade de todos, acho que foi o Ronaldo; maior número de títulos, de conquistas coletivas, individuais. Eu acho que o Ronaldo superou a todos nós.

Folha – Você, inclusive?

Zico – Eu acho, acho.

Folha – Do que você viu, dentro e fora do campo, seria capaz de escalar seu time de todos os tempos? Telê seria o treinador?

Zico – Seria, seria, mas seria muito difícil dizer, porque passei por três gerações; seria injusto. A (revista) Placar até me pediu isso, eu disse o seguinte: eu vou fazer o time do Flamengo de 81, boto o Pelé no meu lugar e eu fico de auxiliar do Carpegiani (campeão brasileiro pelo Fla em 1980, como jogador, e mundial em 81, como técnico), para fazer treinamento de finalização com Pelé, para ensinar ele a fazer gol (risos). Isso é uma brincadeira com ele (risos)…

Folha – O Flamengo de 81 com Pelé no seu lugar?

Zico – No meu lugar, eu e o Carpegiani de técnico. Mas é muito difícil você fazer uma seleção…

Folha – Garrincha não estaria nessa seleção?

Zico – É mais com quem eu joguei. Pelé eu ainda joguei contra, Garrincha não.

Publicado hoje, na edição impressa da Folha da Manhã.


Garotinho, cadê o link para a segunda via do IPTU?

O deputado Garotinho, conhecido e reconhecido por suas mentirinhas e mentironas, voltou, agora há pouco, na rádio Diário FM, a confirmar que o carnê do IPTU publicado pelo blogueiro Christiano Abreu Barbosa, da Folha da Manhã (aqui), é falso. Garante ter “todos as provas”. E, como o ônus da prova cabe a quem acusa, que prove.

O que Garotinho não explica é porque a Secretaria de Finanças retirou do ar o link que constava, até o dia 17 de fevereiro, no Portal da PMCG, para acesso à 2ª via do carnê. Na véspera, o blogueiro Erik Schunk denunciou (aqui) que a Prefeitura estaria quebrando o sigilo fiscal de todos os contribuintes inscritos na Secretaia de Finanças de Campos, porque bastava digitar qualquer endereço para ter acesso ao nome do dono do imóvel e o valor do IPTU.

Schunk exemplificou com o imóvel localizado na Rua Satunino Braga, 44, Lapa, residência da prefeita Rosinha e que, para surpresa de todos é de propriedade da filha mais velha, Clarissa Garotinho e não mas o decantado em prosa e verso único bem material do deputado Garotinho.

Durante a semana, e agora há pouco na rádio Diário, Garotinho repetiu sua cantilena contra a Folha da Manhã mas não falou uma palavra sobre a denúncia de Schunk e porque foi suspenso o link para retirada de 2ª do IPTU.

Aliás, o IPTU vence dia 10, domingo,

E, por último: quem conhece Garotinho sabe que Christiano está certo.

Veja abaixo a ilustração do post de Schunk que desmascarou quem é o dono da “casinha da Lapa”:

Publicado aqui, pelo jornalista Ricardo André Vasconcelos.

Artigo do domingo

Folha não é “casa de louças”

“O Darcy Ribeiro sempre dizia que o homem é o único ser vivo que cora. E você percebe que Garotinho não cora. Ele fica sempre com a mesma cara macilenta. Ele não se altera, porque ele é frio nesses objetivos, e é por isso que ele mente, tem tão pouco amor pela verdade”. Foi o que afirmou em entrevista exclusiva à Folha, publicada em 3 de dezembro de 2000, o saudoso ex-governador Leonel Brizola.

Sem abandonar sua obsessão patológica pela mentira, tão bem definida há quase 13 anos por quem tão bem o conheceu, o deputado federal Anthony Matheus, o Garotinho (PR), que também é (ou se diz) evangélico, continua insistindo em quebrar o mandamento bíblico que veda o falso testemunho (Êxodo, 20:16). No descumprimento da lei de Deus, e dos homens, uma de suas vítimas mais recentes foi o diretor da Folha e blogueiro Christiano Abreu Barbosa, que passou a ser levianamente caluniado como falsificador de documento público, desde que denunciou na sexta retrasada, dia 22, a cobrança do IPTU de Campos com dois valores para um mesmo imóvel.

Numa sequência de notas em seu próprio blog, iniciada desde o dia 25, Anthony Matheus, o Garotinho, não só se negou a se retratar e dizer a verdade, como aumentou a leviandade das suas agressões, chegando a ilustrar uma das postagens para caluniar Christiano, com uma foto deste com a esposa, que nada tem com a história, num desrespeito à família alheia que talvez só possa ser concebido por quem é mal quisto na sua própria. Ou, depois do que fez (e continua a fazer, sempre por debaixo dos panos), com o próprio irmão, o ex-vereador Nelson Nahim (PPL), alguém acha que Anthony hoje se elegeria a qualquer coisa entre os Matheus, pelo menos aqueles que prezam mais seu nome de família do que o apelido criado pelo radialista José Carlos Araújo?

O fato é que, considerada “falsa” por Anthony Matheus, o Garotinho, a guia do IPTU retirada através de um link no Portal da Prefeitura, misteriosamente retirado do ar desde o dia 17, com preço maior do que o registrado no carnê depois recebido pelo mesmo imóvel, foi paga desde o dia 26, na Caixa Econômica Federal. Ou seja, como Christiano e a Folha noticiaram, o dinheiro entrou devidamente nas contas bilionárias do governo Rosinha (PR), exercido de fato, mas não de direito, pelo marido.

Deveria servir de ponto final a qualquer um que pautasse sua discussão pela lógica. Todavia, como este nunca foi o caso de Anthony Matheus, o Garotinho, ele preferiu usar seu blog para ilustrar seu grande conhecimento em fraudar documentos públicos, só para depois creditá-los a Christiano. Ademais, tentando se fazer de vítima, papel a que costumeiramente recorre quando não tem como se contrapor aos fatos — alguém se lembra da sua greve de fome, mal sucedida, quando estourou o escândalo das Greds? —, Anthony Matheus, o Garotinho, usou do seu poder de deputado para representar no dia 27, na Procuradoria da Câmara Federal, contra Christiano e aparentemente contra o blog “Opiniões”, assinado por este articulista.

O motivo? Caluniado como falsificador de documento por quem ensinou mais de uma vez como fazê-lo, classificado como “mentiroso” e comunicador incapaz, tendo exposta a imagem física da sua própria família, vendo ser evocado em vão o nome do seu pai recentemente falecido, que em vida não se livrou de também sofrer ataques da mesma fonte vil, Christiano disse que tais explosões “são características de personalidades borderline”.

Em outras palavras, Christiano é acusado deliberadamente como falsificador de documentos, por ter cumprido a função de utilidade pública sobre um erro de cobrança no IPTU, é por isso vilipendiado em sua honra, e se torna alvo de uma representação proposta por quem teve sua virulência posta em analogia de característica, sem pretensão de diagnóstico, com uma patologia psiquiátrica — que, aliás, tem tratamento.

Christiano não é médico. E nem é preciso sê-lo para saber que qualquer diagnóstico clínico raro se dá pela manifestação de apenas um aparente sintoma. Assim como, de maneira mais genérica, afirmou há 23 séculos o filho de um médico, um tal de Aristóteles: “Um ato não constitui um ser”.

Da medicina e da filosofia à política, por certo, não foi apenas por uma mentira que Brizola afirmou se tratar Anthony Matheus, o Garotinho, de um mentiroso contumaz.

Mas e o blog “Opiniões”, no qual até o momento da representação na Câmara Federal, não havia sido feita nenhuma analogia das mentiras levianas e reiteradas de Anthony Matheus, o Garotinho, com nenhuma patologia psiquiátrica? Por que também ser alvo dos desvarios do representante?

Poderia ser porque o blog tem boa memória e reproduziu parte de uma entrevista com Brizola, onde este disse o que de fato pensava sobre quem criou politicamente, para depois traí-lo. Mas como não se pode processar por uma entrevista que de fato existiu, o “Opiniões” entraria também como pólo passivo da representação apenas por ter feito o link ao blog “Ponto de vista”, do Christiano, no post em que este fez menção ao transtorno de personalidade limítrofe.

Todavia, o mais provável, é que tenha sido um mero erro da representação, onde se misturou alhos com bugalhos, da mesma maneira que deve ter acontecido com a secretaria municipal de Finanças de Campos, ao emitir dois valores de IPTU para um mesmo imóvel, lesando o contribuinte e gerando toda a polêmica.

De qualquer maneira, em outros blogs, como no “Estou procurando o que fazer…”, o jornalista e ex-prefeito Sérgio Mendes (PPS), que também não é psiquiatra, foi muito mais enfático na associação do transtorno borderline ao comportamento pessoal e político de Antonhy Matheus, o Garotinho. Por sua vez, no “Eu penso que…”, o jornalista Ricardo André Vasconcelos, “para mim o melhor da cidade, em seu conjunto de qualidade de texto, equilíbrio, integridade e caráter”, nas palavras do Christiano aqui endossadas, resumiu todo o caso: “falso é o deputado, não o carnê do IPTU”.

Se Sérgio e Ricardo foram poupados da representação na Câmara, não foi porque Christiano escreva melhor, seja mais contundente ou tenha melhores argumentos, mas apenas por ser diretor da Folha da Manhã — alvo em que mira Anthony Matheus, o Garotinho, na tentativa torpe de denegrir um grupo de comunicação que não pode controlar. Ademais, empresário competente e respeitado, pode ser que sobre Christiano seja alimentado um certo recalque por quem, nas palavras daquele, é também um frustrado por ver “suas reiteradas investidas em meios de comunicação sempre gerarem empresas deficitárias”.

Quaisquer que sejam os motivos, o fato é que desde o dia 27, antes mesmo de Anthony Matheus, o Garotinho, anunciar sua representação, Christiano divulgou em seu blog o documento que atesta o primeiro passo dado na ação cível contra quem vai pagar, goste ou não, por suas deslavadas mentiras. Na sequência, entrar-se-á também com uma queixa-crime no Supremo Tribunal Federal, foro privilegiado de que goza criminalmente o deputado já condenado como chefe de quadrilha armada.

De tudo, fica uma ressalva, que se espera não ser confundida com as bravatas de outros: enquanto forem vivos Diva, Christiano, este articulista e, sobretudo, o legado jornalístico de Aluysio Cardoso Barbosa, só um insano de verdade poderá crer que a Folha algum dia se deixará intimidar ou pautar pelos delírios de quem quer que seja.

Afinal, se nas palavras de Brizola, ecoadas há 13 anos como alerta, Anthony Matheus, o Garotinho, foi comparado a um “macaco”, quer se creia ou não na evolução humana, ou pelo menos na de certos homens, cumpre saber que este jornal não é uma “casa de louças”.

Publicado hoje, na edição impressa da Folha da Manhã.

Estuprado cúmplice e sem sexo

Ao senhor Carlos Cunha.

Queria dizer ao bufão governista da rádio que eu compreendo muito bem sua posição.

Seu papel é esse, dançar conforme a musica da prefeitinha. Dizer todas asneiras advindas de cima. E de antemão revelarei que, sinceramente, não dou à mínima. Espero que Deus não me permita fazer esse papel para segurar um prato de comida. Só peço ao ioiô da comunicação campista que se atenha a minha pessoa em suas ridículas e baixas ofensas. Sei que o texto ruminado hoje no tosco programa de radio não é de sua autoria, assim como o programa, o que o torna um ser ainda mais desprezível.  Um eco sem voz!

Continue com suas ofensas, mas as mesmas devem ser dirigidas a mim. Quem é você para falar algo sobre meu pai? Hein?  O senhor faliu o Grussaí Praia Clube, com sérias suspeitas de desvio de verba. Mal pagador igual a você, Carlos Cunha, não existe. O senhor trabalha para o rei das milícias, para prefeita mais falsa da história. Você representa, junto de seu grupo, a personificação da mentira. Você é a famosa mosca de padaria, vai para onde o “bolo” for. O meu pai não tem nada a ver com meu trabalho e com o que escrevo. Jorge Luis dos Santos tem quase 20 anos de prefeitura, sem nenhuma denúncia ou sequer suspeita. Fica tão difícil de me apontar em defeitos, que o senhor tenta subverter uma das coisas que tenho de melhor, o meu pai.

Diga ao seu chefe para ser um pouquinho mais criativo da próxima vez…

O post anterior, seu bufão, é em sua homenagem.

Bem-vindos a hipocrisia, ao baile dançante dos toscos. Bem-vindos a idolatria de homens, que de homens têm pouco.

Agarre a mão de seu par, tire-a de sua cadeira e siga a bailar. Lembre-se, esse é um baile de mascaras real, portanto, somente a realeza dança ao centro do salão oval. O ritmo aqui exigido requer uma sagaz malemolência. Os adventos do rei e seus pares trazem consigo a pausa para instantânea reverência.

Sejamos demagogos para adentrar nessa escala essencial. Sejamos podres, corruptíveis e mentalmente inválidos, alegando inteligência social. Mimicar é, de fato, a resposta. Replicar milimetricamente qualquer movimento de bosta.

Gargalhar de piadas chulas e sem nexo. Se humilhando e rastejando, estuprando-se sem sexo.

É tornar-se o que odeias para alcançar o que quer. Assassinando sua verdade para ser o que não é. Estando próximo ao rei sem mandar ou opinar, vestindo os trajes de bobo da corte apenas para na corte estar.

Parabéns! Alcançares o invejável papel de bufão. És mais um com certificado de otário entre a multidão.

Gustavo Matheus

Publicado aqui, no blog “Sob licença poética”.