Com Pezão eleito, Garotinho só deu vitória a Crivella em duas das sete Zonas de Campos

Das sete Zonas Eleitorais (ZEs) em Campos, o governador eleito (aqui) Luiz Fernando Pezão (PMDB) ganhou em cinco: 98ª (Centro e Pelinca), 99ª (Centro e Turfe), 249ª (IPS e Penha), 75ª (Baixada Campista) e 100ª (Travessão e Morro do Coco).Com apoio do deputado federal Anthony Garotinho (PR), o senador Marcelo Crivella (PRB), está ganhando na 76ª (Guarus e Jardim Carioca, Eldorado e Codin) e 129ª (Guarus, Pq. Lebret, Cidade Luz e Travessão).

 

Atualização às 18h55: Com 99,12% das urnas de Campos apuradas, a liderança de Pezão na 100ª ZE se mantém por 229 votos

Atualização às 19h18: Zona a Zona, Pezão ganhou na 98ª, por 63,47% (22.175 votos) a 36,53% (22.175 votos); na 99ª, por 59% (14.575 votos) a 41% (10.130 votos); na 249ª, por 55,27% (17.328 votos) a 44,73% (14.023 votos); na 75ª, por 55,32% (20.636 votos) a 44,68% (16.667 votos); e na 100ª, por 50,41% (11.015 votos) a 49,59% (10.386 votos). Dentro de Campos, Garotinho só conseguiu dar a vitória a Crivella na 76ª, por 60,15% (23.073 votos) a 39,85% (15.284 votos); e na 129ª, por 57,8% (22.799 votos) a 42,2% (16.645 votos).

Atualização às 23h22 para a inserção do infográfico:

 

Infográfico de Eliabe de Souza, o Cássio Jr.
Infográfico de Eliabe de Souza, o Cássio Jr.

 

 

Ministro do TSE que decidiu a favor de Dilma em 2014, foi advogado de Dilma em 2010

Admar Gonzaga, ex-advogada da campanha de Dilma em 2010 e ministro d TSE favorável à campanha de Dilma em 2014
Admar Gonzaga, ex-advogada da campanha de Dilma em 2010 e ministro d TSE favorável à campanha de Dilma em 2014

 

 

Jornalista Reinado Azevedo
Jornalista Reinado Azevedo

Ex-advogado da campanha de Dilma, que está no TSE, censura campanha publicitária da Veja e concede direito de resposta ao PT

Por Reinaldo Azevedo

 

O TSE decidiu censurar a publicidade habitual que a revista VEJA faz de suas edições, a exemplo de qualquer outro veículo de comunicação. Por quê? Porque traz a reportagem informando que, segundo Alberto Youssef, Dilma Rousseff e Lula sabiam da roubalheira na Petrobras. O texto também informa que o doleiro se dispôs a ajudar a polícia a localizar contas secretas do PT no exterior.

Segundo o ministro Admar Gonzaga, “ainda que a divulgação da VEJA apresente nítidos propósitos comerciais, os contornos de propaganda eleitoral, a meu ver, atraem a incidência da legislação eleitoral, por consubstanciar interferência grave em detrimento de uma das candidaturas”.

Gonzaga foi advogado da campanha presidencial de Dilma em 2010. A justificativa é absurda: “em detrimento de uma das candidaturas” por quê? Quer dizer que, se houvesse um outro doleiro que disse algo parecido sobre o PSDB, aí tudo bem? Uma revista agora fica obrigada a fabricar escândalos “do outro lado” quando topa com o escândalo “de um dos lados”? O nome disso é censura.

A ABI (Associação Brasileira de Imprensa) classificou a decisão provisória do TSE de “inconstitucional”. Segundo a entidade, “a intervenção do TSE, além de extemporânea, fere a liberdade de imprensa, agride o Estado de Direito e conspurca os princípios que regem a atividade econômica em nosso país”.

Direito de resposta?
Admar Gonzaga está mesmo inquieto. Há pouco, concedeu à campanha de Dilma direito de resposta, determinando que o site da VEJA publique a contestação da reportagem. A revista recorreu ao Supremo contra as duas decisões.

Tenham a santa paciência. Parece que está caracterizado um ânimo de perseguição do PT contra a VEJA. Como o ministro Admar Gonzaga explica o fato de que, neste sábado, Folha e Estadão tenham publicado reportagens que endossam o que publicou VEJA, sem que os petistas tenham recorrido à Justiça?

A decisão do ex-advogado da campanha de Dilma embute um entendimento sobre o papel da imprensa: proteger candidatos de si mesmos, de suas respectivas trajetórias, de seus atos. O que ele queria? Que a revista tivesse escondido a informação?

Lembro aqui dois dispositivos constitucionais.

Inciso IX do Artigo 5º da Constituição:
“IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;”

Artigo 220:
“A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.

§ 1º – Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.

§ 2º – É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.”

Ou Admar Gonzaga não leu esses dois trechos ou decidiu não concordar com eles.

 

Publicado aqui, na Veja

 

Ponto final — Pezão na quase certeza, Dilma e Aécio na dúvida até a urna

Ponto final

 

 

Ou Pezão, ou adeus, Ibope e Datafolha!

No lugar do passeio pelos números, muitas vezes indecifrável não só ao leitor comum, como mesmo para quem tem que se debruçar sobre as várias nuances das pesquisas eleitorais na tentativa de interpretá-las, simplifiquemos a questão: se Luiz Fernando Pezão (PMDB) não for eleito governador hoje, Datafolha e Ibope terão que procurar outra coisa para fazer. Ambos os institutos confirmaram a vantagem de dois dígitos do governador sobre o concorrente Marcelo Crivella (PRB): 12 pontos nos votos válidos do Ibope (56% a 44%) e 10, no Datafolha (55% a 45%).

 

E o Brasil?

Como se os dois institutos de maior credibilidade do país querem manter alguma após o segundo turno, as favas parecem contadas para saber quem governará o Estado do Rio nos próximos quatro anos. Daí, a pergunta que advém é: e o Brasil? Tudo parece indicar que Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) disputarão voto a voto a eleição presidencial mais acirrada da história do país, não só a partir da sua redemocratização, em 1985, mas talvez de todos os seus 125 anos como República. Da campanha, pelo menos, poucos duvidam que esta não tenha sido a mais sórdida.

 

Eleições diferentes

Se formos analisar Ibope e Datafolha, como já ressalvou o jornalista Merval Pereira, temos duas eleições presidenciais diferentes, à véspera da real que ocorre hoje. Comparadas as duas últimas pesquisa de cada instituto, no Ibope Dilma caiu um ponto (de 54% a 53% dos votos válidos) e Aécio cresceu um (46% a 47%), mas ainda assim a presidente teria seis de vantagem, fora da margem de erro de dois pontos para mais ou menos. Já no Datafolha, a queda da petista (de 53% a 52%) e a subida do tucano (47% a 48%) colocam ambos em empate técnico, no qual ambos podem ter exatamente 50%.

 

Vantagens de Dilma

Dentro das projeções do Datafolha, mesmo com o empate técnico ou quase exato, Dilma teria uma vantagem teórica, conquistada nos detalhes. Enquanto 46% afirmam a certeza do voto nela, 38% do eleitorado não votaria na presidente sob nenhuma circunstância. Já Aécio tem apenas 41% do seu voto consolidado, cinco pontos a menos que Dilma. E o tucano repete os mesmos 41% nos que afirmam não votar nele de jeito nenhum, três pontos acima da presidente na tão temida rejeição.

 

Aécio na frente

Mas isso é para Datafolha e Ibope, pois para a pesquisa CNT/MDA, também divulgada ontem, Aécio não só voltou a subir, como já passou Dilma. No empate técnico dentro da margem de erro de 2,2 pontos para mais ou menos, o tucano hoje teria 50,3% dos votos válidos, contra 49,7% da presidente. No relatório da pesquisa consta: “Provavelmente, o debate da Rede Globo definiu as eleições, com grandes possibilidades de Aécio ser eleito presidente da República neste domingo”.

 

Aécio sobe, Dilma desce

Com o Ibope apostando na reeleição de Dilma, Datafolha em cima do muro e CNT/MDA cravando quase certa a vitória de Aécio, como as três pesquisas ainda puderam refletir o debate da noite de sexta na Rede Globo, que bateu recordes de audiência, só há uma certeza: depois dele, Aécio cresceu e Dilma caiu. Como esta coluna afirmou na edição de ontem, se o tucano não conseguiu impor à presidente um nocaute, com os eleitores por jurados, ele parece ter obtido uma vitória por pontos. O fato é que sua tendência de subida e de queda de Dilma apareceu em todas as pesquisas.

 

“Petrolão” na Veja

Essa reação de Aécio na reta final pode ser ainda influenciada pelo episódio pós-debate envolvendo a revista Veja. Não apenas por sua edição especial que trouxe o depoimento do doleiro Alberto Youssef à Polícia Federal, no qual ele teria dito que Dilma e o ex-presidente Lula “sabiam de tudo” nos desvios bilionários da Petrobras, no episódio conhecido como “Petrolão”. Até porque o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concedeu à presidente, ainda ontem, um direito de resposta publicado no site da revista.

 

Tentativa de suicídio?

Mas aos olhos do eleitor comum, pode haver coisa pior do que pendengas judiciais entre um governo e um veículo de mídia, ou mesmo do que o desvio de R$ 10 bilhões da principal estatal brasileira para partidos ou campanhas eleitorais. Tomada por base a ojeriza que os protestos de rua causaram, a partir da violência dos black blocs, a reação de cerca de 200 integrantes da União da Juventude Socialista (UJS), na noite de sexta, em São Paulo, ao picharem e depredarem a sede da editora Abril em apoio à candidatura de Dilma, só pode ser encarada como tentativa de suicídio eleitoral.

 

Rumo ignorado

Como já observou o cineasta Cacá Dieguez, foi esse mesmo tipo de estupidez que fez os protestos de junho de 2013 perderem o apoio popular e o rumo. Não seria coincidência se o mesmo ocorresse com Dilma, ganhe ou perca a eleição, ao final de uma campanha com direito a surtos de Lula em comícios nesta última semana, quando comparou ele, a presidente e o PT a “Jesus Cristo”, assim como os tucanos a “nazistas” e ao “rei Herodes”. Internado ontem numa UTI de Curitiba, se Youssef sobreviver e puder provar tudo que já disse à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal, a eleição de hoje estará longe de ser o último capítulo desta novela Brasil.

 

 

Publicado hoje na Folha

 

Artigo do domingo — Dilma ou Aécio? Aécio ou Dilma? Por quê?

O futuro dos nossos filhos, hoje, na nossa ágora de Atenas
O futuro dos nossos filhos, hoje, na nossa ágora grega das urnas

 

Desde que foi encerrado o primeiro turno, em 5 de outubro, não voltei a ocupar este espaço dominical de opinião, que em dias de mais sorte era preenchido pelos artigos do meu pai. Nos dois domingos seguintes, primeiro franqueei o espaço à jornalista da Folha Júlia Maria Assis, para que ela comungasse (aqui) com você, leitor, sua argumentação como eleitora pensante da presidente Dilma Rousseff (PT). Já no último domingo, cedi o espaço ao Gustavo Matheus, presidente municipal do PV e também eleitor de Dilma, mas para que ele falasse (aqui) sobre outro tema tão polêmico quanto a eleição presidencial brasileira: o caso “Meninas de Guarus”, que cinco anos após ser descoberto pela Polícia e noticiado com exclusividade pela Folha, gerou cinco prisões preventivas, entre elas a do ex-vereador Nelson Nahim (PSD), irmão do deputado federal Anthony Garotinho (PR) e tio de Gustavo.

Enquanto isso, no decorrer do segundo turno, usando o blog “Opiniões”, com link direto na Folha Online, abri uma enquete atualizada diariamente com dois eleitores, um de cada presidenciável, respondendo à pergunta: “Você vota em Dilma ou Aécio? Por quê?”. No dia seguinte, para garantir a equidade até em qualquer eventual mensagem subliminar na edição, a pergunta sofria uma inversão na ordem dos fatores, visando garantir a democracia do produto: “Você vota em Aécio ou Dilma? Por quê?”. Confira aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aquiaqui e aqui, com os agradecimentos a Rafael Diniz, Marcão, Vitor Menezes, Alexandre Bastos, Marcelo Amoy, Alexis Sardinha, Hélio Coelho, José Cunha Filho, Christiano Abreu Barbosa, José Luis Vianna da Cruz, Gustavo Landim Soffiati, Gustavo Oviedo, José Paes, Adriano Moura, Gustavo Matheus, Joca Muylaert, Murillo Dieguez, Cilênio Tavares, Luciano D’Angelo, José Geraldo e Aristides Soffiati, meu capitão.

Essa despretensiosa brincadeira de ágora grega visava tentar resgatar o sentido da democracia em seu berço, na Atenas da Antiguidade. Ademais, o resgate de valores basilares não deixou de servir como alternativa didática ao nível asqueroso que a discussão entre eleitores de Dilma e Aécio alcançou nas redes sociais e até nas ruas, com enfrentamentos físicos como os da última quinta-feira, nas ruas de São Paulo, ou nas pichações e depredações na editora Abril (confira aqui), na sexta, também na capital paulista, por conta da matéria em que a revista Veja publicou naquele mesmo dia novas revelações sobre outro caso polêmico: o “Petrolão”.

No entanto, mesmo sem querer, a brincadeira de ágora grega no blog e na Folha Online cometeu o mesmo erro imperdoável dos inventores da democracia: só homens tiveram suas vozes ecoadas à coletividade. Para corrigir este falha infeliz, sobretudo num país governado por uma mulher, que teve outra quase também disputando o segundo turno, outro jornalista da Folha, o Arnaldo Neto, saiu às ruas do Centro da cidade, ágora da nossa planície goitacá, para buscar só de mulheres, aleatoriamente, sem nenhuma pretensão científica ou metodologia que não o acaso, a resposta à pergunta: “Dilma ou Aécio? Aécio ou Dilma? Por quê?”

Confira abaixo as repostas. Se elas não foram as mesmas suas, minha amiga, meu amigo, é exatamente isso que antes de Cristo os gregos chamaram de democracia.

 

“Eu voto na Dilma para dar continuidade aos bons projetos dela. No governo da Dilma muita gente conquistou sua moradia e eu espero que outras pessoas também possam conquistar. Se for para botar uma pessoa que eu não sei o que vai fazer, melhor deixar como está”.

(Jussara Ferreira, 49 anos, faxineira)

 

“Eu voto no Aécio Neves porque acredito e achei boas as propostas dele. Além disso, tem esses escândalos de corrupção, que também influenciaram na minha decisão. A Dilma teve quatro anos para fazer um bom governo e não fez. É hora de dar oportunidade a outro. Falam muito do Bolsa Família, mas é mal administrado. Muita gente que não precisa ganha o benefício, enquanto outros que precisam não conseguem ganhar”.

(Cristina Gomes, 32 anos, empregada doméstica)

 

“Já votei nela no primeiro turno e não tenho o porquê de não votar na Dilma agora. Não acredito que o país melhore mais do que já melhorou. Meu medo é de trocar o governo e até piorar. Prefiro continuar com a Dilma”.

(Cristina Barcelos, 40 anos, bordadeira)

 

“Meu voto é do Aécio Neves porque é necessário que esse país mude. Vivemos sob um governo medíocre, que quer segurar o voto do povo com o benefício do Bolsa Família. O Brasil tem um governo que nunca deveu tanto, que quer afundar esse país. O que nos move, nos faz confiar no Aécio, é esse espírito de mudança”.

(Denise Gomes, 49 anos, comerciária)

 

“Tenho medo do Aécio, de mudar com o que ele propõe. Para os jovens é difícil votar no PSDB. Embora a gente não tenha muita lembrança dessa época, o histórico do governo tucano não é bom. O PT governa um pouco mais para o povo. Eu voto na Dilma”.

(Juliana Nazário, 20 anos, estudante)

 

“Acredito que devemos votar naquele que representa a melhor opção de governo para o país. No momento a melhor opção, ou a menos pior, é o Aécio Neves. Não teve um fator decisivo que me levasse a essa decisão durante a campanha, apenas acredito que é a hora de mudar”.

(Juliana Rangel, 20 anos, estudante)

 

“Na verdade, a gente ainda deposita um pouco de esperança nessa mulher. Eu voto na Dilma e acredito que nos próximos quatro anos ela dará continuidade e vai melhorar o pouco de bom que ela fez.  Eu não sou beneficiária, mas o Bolsa Família ajuda muita gente. Houve também o controle da inflação, embora tenha voltado subir um pouco agora, vou continuar com a Dilma”.

(Nelsa Félix, 40 anos, vendedora)

 

“Voto em Aécio. Acredito que ele seja mais capacitado que a Dilma. Sabe expor com firmeza e clareza seus planos de governo. E, além do mais, não adianta dizer que o gigante acordou e permanecer com as mesmas escolhas”.

(Layra Alves, 28 anos, assistente administrativa)

 

“Voto na Dilma primeiramente porque não concordo com o PSDB e não concordo com a plataforma de governo do Aécio. Na verdade eu gostaria de ter uma terceira opção, pois no primeiro turno votei na Luciana Genro. Mesmo com os escândalos de corrupção, o governo petista foi bom para a classe média e inferior. O Aécio e o partido dele não têm nada de bom para apresentar, a não ser o Plano Real”.

(Ludymilla Mendes, 27 anos, atendente)

 

“Voto em Aécio não por achar que ele, ou o PSDB, seja melhor para o Brasil. Mas, ainda o considero o menos pior. O PT e a senhora Dilma nos colocou em uma patamar, como ela mesmo diz, ‘estarrecedor’. O país precisa passar por essa mudança”.

(Angélica Paes, 31 anos, assistente administrativa)

 

“Voto na Dilma porque durante o governo tucano quase não foram realizados concursos públicos. Durante o governo Dilma e Lula tivemos muitos concursos. Esse é o fator principal, foi o que determinou o meu voto”.

(Rackel Carvalho, 25 anos, gerente comercial)

 

“Voto no Aécio Neves. A inflação está muito alta e não dá para aceitar isso. O PT é uma decepção para o Brasil. Além de tantas denúncias de corrupção, tem a questão das alianças com políticos sabidamente corruptos. E também porque não concordo com a forma que os projetos sociais são administrados. Acredito que a melhor opção seja o Aécio”.

(Nelita Campos, 36 anos, professora)

 

“É a primeira vez que voto para presidente, mas está difícil escolher. Esse jogo de acusações entre os candidatos nos deixa sem possibilidade de escolha. No primeiro turno eu votei na Marina, mas agora não sei em que vou votar”.

(Mariana Florêncio, 19 anos, estudante)

 

“Ainda estou pensando em quem vou votar, acredito que só vou escolher no domingo. Não tenho preferência sobre um ou outro candidato ainda”.

(Graziela Mendes, 37 anos, estudante)

 

“Chego à semana da eleição sem ter escolhido um candidato. Aconteceu o mesmo no primeiro turno e eu votei nulo. O mais provável é que no domingo eu faça isso de novo. Com esse quadro que está aí, prefiro não colaborar com isso”.

(Daniele Almeida, 34 anos, agente administrativa)

 

 

Publicado hoje na Folha

 

TSE dá direito de resposta a Dilma no site da revista Veja

TSE

 

O ministro Admar Gonzaga, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), concedeu na noite deste sábado (25) direito de resposta à campanha da presidente Dilma Rousseff (PT) no site da revista “Veja”.

Na edição do fim de semana da revista, que começou a circular nesta sexta (24), “Veja” veiculou reportagem na qual afirma que, segundo o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal, a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinham conhecimento de um suposto esquema de corrupção na Petrobras destinado a abastecer o caixa de campanhas eleitorais do PT.

O advogado Alexandre Fidalgo, que defende a revista “Veja”, disse que são inconstitucionais as decisões tomadas pelo TSE contra a revista – a que proibiu a revista de fazer propaganda da edição deste fim de semana (tomada na madrugada) e a que determinou o direito de resposta (na noite deste sábado). “Lamentáveis os procedimentos do tribunal na reta final da campanha”, disse. O advogado já recorreu ao Supremo Tribunal Federal da decisão.

No último programa do horário eleitoral, nesta sexta, a presidente Dilma Rousseff criticou a antecipação da circulação da revista para sexta-feira e classificou a publicação da reportagem como “terrorismo eleitoral”. Em resposta, a revista “Veja” publicou nota na qual justifica a publicação da reportagem. Segundo a nota, a antecipação da edição do fim de semana se repetiu em quatro das cinco últimas eleições presidenciais. A revista informou que o “grau de certeza” para publicação foi alcançado na quinta-feira, dois dias depois do depoimento de Youssef. Para a publicação, os fatos seriam os mesmos se publicados antes ou depois da eleição.

A decisão do ministro Admar Gonzaga, de caráter liminar (provisório), manda a revista publicar o direito de resposta “de imediato” no site, “no mesmo lugar e tamanho em que exibida a capa do periódico, bem como com a utilização de caracteres que permitam a ocupação de todo o espaço indicado”.

Segundo o ministro afirma na decisão, “o direito de resposta não possui contornos de sanção, mas o exercício constitucional da liberdade de expressão, por meio do mesmo veículo, conquanto se aviste ofensa grave e/ou afirmação sabidamente inverídica”.

Antes da decisão do ministro, a Procuradoria Geral da República tinha emitido parecer favorável à concessão do direito de resposta.

Sobre o pedido da coligação de Dilma para que o direito de resposta fosse publicado também na versão impressa, o ministro determinou que isso seja decidido pelo plenário do TSE.

Ele determinou ainda à Editora Abril, responsável pela revista, que apresente defesa em 24 horas.

Na sua decisão, o ministro ressaltou que o texto enviado pela defesa da coligação petista para ser usado no direito de resposta estava “impregnado de expressões impertinentes” e que, por esse motivo, precisou editá-lo para que a revista não entrasse, por sua vez, com um pedido de direito de resposta.

“Com relação à resposta pretendida pelos Representantes, entendo que os textos apresentados não se ajustam ao exercício desse direito, porquanto impregnados de expressões impertinentes, e que assim merecem decotes para não render ensejo a novo pedido de direito de resposta”, escreveu o magistrado.

Confira a íntegra do direito de resposta cuja publicação foi determinada pelo ministro:

 

DIREITO DE RESPOSTA

Veja veicula a resposta conferida à Dilma Rousseff, para o fim de serem reparadas as informações publicadas na edição nº 2397 – ano 47 – nº 44 – de 29 de outubro de 2014.

A democracia brasileira assiste, mais uma vez, a setores que, às vésperas da manifestação da vontade soberana das urnas, tentam influenciar o processo eleitoral por meio de denúncias vazias, que não encontram qualquer respaldo na realidade, em desfavor do PT e de sua candidata.

A Coligação “Com a Força do Povo” vem a público condenar essa atitude e reiterar que o texto repete o método adotado no primeiro turno, igualmente condenado pelos sete ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por terem sido apresentadas acusações sem provas.

A publicação faz referência a um suposto depoimento de Alberto Youssef, no âmbito de um processo de delação premiada ainda em negociação, para tentar implicar a Presidenta Dilma Rousseff e o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em ilicitudes. Ocorre que o próprio advogado do investigado, Antônio Figueiredo Basto, rechaça a veracidade desse relato, uma vez que todos os depoimentos prestados por Yousseff foram acompanhados por Basto e/ou por sua equipe, que jamais presenciaram conversas com esse teor.

Publicado aqui, no G1

Capa da Veja em sua edição antecipada de ontem, noticiando que doleiro Alberto Youssef revelou à Polícia Federal que Dilma e Lula “sabiam de tudo” nos desvios de R$ 10 bilhões na Petrobras
Capa da Veja em sua edição antecipada de ontem, noticiando que doleiro Alberto Youssef revelou à Polícia Federal que Dilma e Lula “sabiam de tudo” nos desvios de R$ 10 bilhões na Petrobras (clique na imagem para conferir a reportagem completa)

 

 

Sede da editora Abril, em São Paulo, foi pichada e depredada por militantes do PT na noite de sexta, por militantes da União da Juventude Socialista (UJS), que apoia a candidatura Dilma Rousseff (foto de Ernesto Rodrigues / Folhapress)
Sede da editora Abril, em São Paulo, foi pichada e depredada por militantes do PT na noite de sexta, por militantes da União da Juventude Socialista (UJS), que apoia a candidatura Dilma Rousseff (foto de Ernesto Rodrigues / Folhapress)

 

 

Após denunciar que Dilma e Lula “sabiam de tudo”, doleiro passa mal e vai para UTI

Doleiro Alberto Youssef (foto de Joedson Alves/Estadão Conteúdo)
Doleiro Alberto Youssef (foto de Joedson Alves/Estadão Conteúdo)

 

O doleiro Alberto Youssef foi levado para o Hospital Santa Cruz, em Curitiba , depois de passar mal na tarde deste sábado (25). A informação foi confirmada pela Polícia Federal (PF) e pelo advogado Antônio Figueiredo Basto, responsável pela defesa de Youssef.

O hospital também confirmou que o doleiro está internado no local, porém, não divulgou nenhuma informação sobre o estado de saúde dele.

De acordo com a PF, ele teve uma indisposição por volta das 13h e foi atendido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que o levou até o hospital. Segundo o advogado, Youssef teve uma “fortíssima queda de pressão” depois do almoço e desmaiou na cela. Basto ainda disse que o doleiro está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Entretanto, até as 19h, não havia um diagnóstico sobre o que aconteceu com ele, conforme o advogado.

O doleiro está preso desde março na carceragem da PF, na capital paranaense. Ele é réu da Operação Lava Jato.

Em julho, Youssef também foi levado para um hospital da cidade, onde ficou por uma noite. À época, o advogado disse que o doleiro sofreu um infarto, passou por um cateterismo e precisou ficar internado na UTI.

Operação Lava Jato

A operação Lava Jato foi deflagrada no dia 17 de março de 2014 em vários estados brasileiros e no Distrito Federal. A operação investiga um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que pode ter movimentado cerca de R$ 10 bilhões, segundo a PF.

De acordo com as investigações, a organização criminosa era liderada pelo doleiro Alberto Youssef. Ele e os procuradores do MPF entraram em um acordo de delação premiada. Com isso, ele se comprometeu a dizer tudo o que sabe sobre o esquema de lavagem de dinheiro que chefiava, em troca de reduções nas penas que podem ser imputadas. O documento que pede a absolvição do doleiro no caso do tráfico de drogas não cita o acordo de delação.

O acordo de delação premiada será homologado pela Justiça se, depois da fase dos depoimentos, ficar comprovada a veracidade das informações que Youssef fornecer. O acordo foi assinado um dia após a defesa revelar que o doleiro tinha essa pretensão.

 

Publicado aqui, no G1

 

Militantes do PT depredam Abril, após a Veja noticiar que Dilma e Lula “sabiam de tudo”

Sede da editora Abril, em São Paulo, foi pichada e depredada por militantes do PT na noite de sexta (foto de Ernesto Rodrigues / Folhapress)
Sede da editora Abril, em São Paulo, foi pichada e depredada por militantes do PT na noite de sexta (foto de Ernesto Rodrigues / Folhapress)

 

 

Resultado da depredação dos militantes de Dilma Rousseff na sede da Abril, postada no Instagram
Resultado da depredação dos militantes de Dilma Rousseff na sede da Abril, postada no Instagram

 

SÃO PAULO E RIO — Cerca de dez pessoas fizeram um rápido protesto na porta da editora Abril, na Marginal Pinheiros, na Zona Oeste da capital paulista, no início da noite desta sexta-feira. Os manifestantes picharam os muros e derrubaram lixeiras. Cartazes e pichações traziam os dizeres “Veja mente”. A polícia chegou e dispersou o grupo.

Nesta quinta-feira, a revista divulgou pelo Facebook e na sua página na internet algumas informações da matéria de capa desta edição, que foi adiantada para esta sexta-feira. A matéria afirmava que, em depoimento à Polícia Federal e ao Ministério Público em Curitiba, o doleiro Alberto Youssef teria dito que a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva “sabiam de tudo” sobre o esquema de corrupção na Petrobras. Ainda conforme a revista, a revelação teria sido feita por Youssef na última terça-feira.

 

Capa da Veja em sua edição antecipada de ontem, noticiando que doleiro Alberto Youssef revelou à Polícia Federal que Dilma e Lula “sabiam de tudo” nos desvios de R$ 10 bilhões na Petrobras
Capa da Veja em sua edição antecipada de ontem, noticiando que doleiro Alberto Youssef revelou à Polícia Federal que Dilma e Lula “sabiam de tudo” nos desvios de R$ 10 bilhões na Petrobras (clique na imagem e conheça todo o caso)

 

 

Publicado aqui, na globo.com