Crítica de cinema — Homem e Alien: os extraterrestres

 

 

 

(Reprodução)

 

 

Alien: Covenant – Na última quinta (11), entrou em cartaz nos cinemas de Campos o filme “Alien: Covenant”. É o oitavo filme da série cinematográfica aberta há 38 anos pelo mesmo diretor do atual, o inglês Ridley Scott. E o filme mais recente se passa antes de “Alien — O oitavo passageiro”, filmado em 1979. Se ficou complicado, a linha do tempo se embaralha ainda mais na lembrança de quem cresceu com a popular franquia que faz dos humanos hospedeiros para parir o monstro alienígena que sai matando a todos (ou quase) no decorrer de cada filme.

Assisti a “Aliens — O resgate” (1986) no antigo Cinema Goitacá, depois convertido em templo da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd). Entremeando ficção científica, com suspense e filme de ação, foi um estrondoso sucesso de público e crítica, dirigido por James Cameron, antes de “Titanic” (1997) e “Avatar” (2009). E confesso que nutri durante algum tempo uma paixão platônica pela forte personagem Ripley, em atuação indicada ao Oscar de Sigourney Weaver, sobretudo na cena em que ela sai da câmara de hipersono, de calcinha e camiseta.

Fantasias adolescentes à parte, a resposta do público foi tanta que reexibiram pelo mundo o claustrofóbico primeiro filme, já estrelado Sigourney Weaver e sob a direção de Ridley Scott. Em Campos, “O oitavo passageiro” ficou em cartaz no hoje também extinto Cine Capitólio, transformado em estacionamento. Aos dois primeiros filmes, a franquia teve sequência com “Alien 3” (1992) e “Alien — A ressurreição” (97), todos com a mesma Sigourney Weaver como protagonista, a combater e coadjuvar o monstro extraterrestre

“Alien 3” foi a estreia na direção de David Fincher, que depois faria “Seven” (97) e “Clube da Luta” (99). Por sua vez, “A ressurreição” teve a assinatura do francês Jean-Pierre Jeunet, que depois dirigiria “O fabuloso destino de Amélie Poulain” (2002). Apesar do talento dos cineastas, o fato é que as duas sequências foram marcadas por muitos problemas na produção, sem repetir o êxito de público e crítica dos primeiros filmes.

Com o declínio, a franquia atingiu seu ponto mais baixo, ao se cruzar o Alien com outro temível alienígena catapultado pelo cinema, ao final do século passado, no imaginário popular do mundo. A franquia “Alien vs. Predador” teve duas sequências, em 2004 e 2007, dirigidas, respectivamente, por Paul W. S. Anderson e os irmãos Colin e Greg Strause. No lugar do futuro, ambas se passam no tempo em que foram feitas, embora joguem os dois monstros nos primórdios da humanidade.

Essa busca de identidade foi realinhada pelo pai do primeiro monstro. Crítico assumido das sequências “Alien vs. Predador”, Ridley Scott interligou sua criação com a humanidade na questão existencial mais básica: “De onde vim?”. Na tentativa de resposta, se deu o sétimo filme da série, “Prometheus” (2012), onde o Homo sapiens é revelado como um experimento de gigantes extraterrenos, muito parecidos conosco, que se decepcionaram com o resultado e projetaram o Alien como tentativa de erradicar o erro.

Ademais, o diretor britânico reintroduz na saga a figura do andróide, presente nos dois primeiros filmes, oscilando em lados diferentes entre homem e Alien. Se em “O oitavo passageiro” Ash é interpretado por Ian Holm, cabendo a Lance Henriksen o papel de Bishop em “O resgate”, a presença do ser artificial em “Prometheus” e “Covenant” é fruto da composição de Michael Fassbender, mais conhecido como o jovem super-vilão Magneto em outra franquia de sucesso: os “X-Men”.

Na pele sintética do andróide David, é Fassebender quem Scott escolhe para fazer a ponte entre suas duas sequências mais recentes de “Alien”. Parte dele o sinal que atrai a nave colonizadora Covenant, que batiza o último filme, a um planeta desconhecido, aparentemente tão ou mais habitável que seu destino inicial: Origae-6, ainda a sete anos de distância. Como é também Fassbender, em papel duplo, que interpreta Walter, andróide da mesma série de David, mas com algumas modificações.

É Walter quem desperta os 17 passageiros da nave, após um acidente cósmico, que resulta na morte do capitão Branson — vivido e morrido por James Franco, em papel curiosamente curto para alguém que já levou o Oscar de melhor ator, por “127 horas” (2011), de Danny Boyle. Com a fatalidade, quem assume o comando da nave, sua tripulação e os dois mil colonos mantidos em hipersono é o religioso e vacilante Oran, vivido por Billy Crudup. Aos poucos, sua liderança é naturalmente assumida por Daniels, viúva de Branson, vivida por Katherine Waterston.

Quando chegam ao planeta, em busca da origem do sinal, os tripulantes encontram água e flora em abundância, inclusive trigo, mas nenhuma vida animal — a não ser os Aliens, alguns modificados geneticamente por David, aguardando em seu próprio hipersono os próximos hospedeiros e vítimas. Daí se dá o que basta ver um filme da franquia para se saber de antemão: perseguição e morte violenta dos humanos, um a um, até que os últimos sobreviventes se unem num esforço hercúleo para tentar matar a besta.

A diferença de “Covenant” para todos os demais sete filmes da série, é que dessa vez boa parte do embate se dá no planeta antes habitado por quem criou ambos: Aliens e humanos. Entre os dois, se o papel do andróide, quando existiu, sempre foi importante, no final do último filme ele se revela determinante. E aponta, ainda em fase de embrião, para uma nova sequência.

 

 

Assista ao trailer do filme:

 

 

Publicado hoje (14) na Folha da Manhã

 

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  1. Cabala e Numerologia

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