Reabertura do Anfiteatro do Alberto Sampaio e futuro de Campos em outro palco

 

Charge de José Renato publicda hoje (07) na Folha

 

 

 

 

Após TB, reabertura do Anfiteatro

Em 27 de março, o governo Rafael Diniz (PPS) já havia marcado pontos com a classe artística de Campos ao reabrir (aqui) o Teatro de Bolso (TB) Procópio Ferreira, que havia sido fechado, como vários outros espaços culturais importantes, durante do governo Rosinha Garotinho (PR). Pois ontem (06) a atual administração municipal voltou a marcar pontos com os artistas, depois que o blog “Opiniões”, hospedado na Folha Online, antecipou (aqui) a reabertura de outro espaço cultural na área central da cidade: o Anfiteatro do Parque Alberto Sampaio. Em 1º de julho, ele sediará a Feira dos Povos, evento que será integrado por representantes de diversas etnias.

 

Zezé

Bem verdade que, diferente do TB, do Palácio da Cultura e do Museu Olavo Cardoso, o Anfiteatro do Alberto Sampaio não foi fechado pelos Garotinho. Degradado e inutilizado há mais de 10 anos, o abandono do espaço é anterior ao primeiro governo Rosinha. No entanto, para Rafael, sua reabertura não poderia ser mais emblemática. Construído sobre a parte coberta do canal Campos/Macaé, o Anfiteatro foi inaugurado em 1988, no último ano do governo municipal de Zezé Barbosa (1930/2011), avô do atual prefeito.

 

Kapi

Quando reabriu o TB e o devolveu aos artistas de Campos, Rafael disse que o fazia em cumprimento a uma promessa feita a Antonio Roberto de Góis Cavalcanti, o Kapi (1955/2015). O diretor teatral, turismólogo e poeta morreu depois de ser relegado ao ostracismo pelos Garotinho. Foi uma vingança mesquinha por Kapi ter gravado vídeo em apoio ao então candidato a prefeito Arnaldo Vianna na eleição de 2008, disputada contra Rosinha. Nessas coincidências que não há, foi também Kapi quem dirigiu a peça que inaugurou o Anfiteatro do Alberto Sampaio, em 1988: “Arena conta Zumbi”, de Gianfrancesco Guarnieri e Augusto Boal.

 

Esforço coletivo

Se o atual governo de Campos já sofreu críticas por centralismo nas decisões, ou elas não procedem, ou foram ouvidas: a reabertura do Anfiteatro é fruto de um esforço coletivo de sete pastas municipais para promover a Feira dos Povos. Com a Superintendência de Igualdade Racial e Codemca à frente, no projeto também estão engajados Entretenimento e Lazer, Turismo, Limpeza Pública, Guarda Municipal e Postura. Já há confirmadas as participações de representantes das comunidades libanesa, colombiana e argentina radicadas em Campos, além de Angola, em parceria estabelecida junto ao consulado do país africano no Rio.

 

Testemunho

Diretora presidente do Grupo Folha, a professora e empresária Diva Abreu Barbosa chefiava o departamento municipal de Cultura (hoje Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima) em 1988. Ao saber da reabertura do espaço inaugurado em sua gestão, ela testemunhou: “Levamos o pleito dos artistas para Zezé, que encampou a ideia. Na inauguração, numa sexta-feira, era só para ser um dia, mas, pelo sucesso de público, foram três. Kapi montou o espetáculo sexta, sábado e domingo, sempre com a arquibancada apinhada de gente. Acho que Zezé vai ficar muito feliz com a reabertura. Assim como Kapi”.

 

Futuro de Campos (I)

Em outros palcos, o município também tem buscado desempenhar seu papel. Depois de assumir a Prefeitura em janeiro e pagar no primeiro mês o que a Caixa Econômica Federal (CEF) queria cobrar pela “venda do futuro”, celebrada pelos Garotinho no apagar das luzes do governo federal Dilma Rousseff (PT), a gestão Rafael se recusou a dar mais que os 10% previstos na disposição do Senado que autorizou o empenho das receitas futuras de royalties e Participação Especial (PE) na exploração de petróleo.

 

Futuro de Campos (II)

Se desde fevereiro a atitude da atual administração goitacá era uma ousadia, para tentar forçar a CEF a uma renegociação, desde abril ela tem respaldo jurídico, a partir de uma decisão liminar favorável do juiz Julio Abranches, titular da 14ª Vara Federal do Rio de Janeiro. A Caixa recorreu e o caso agora está no Tribunal Federal do Estado do Rio (TRF-2). O desfecho da “peça” ainda é uma incógnita, mas dela dependerá, na vida real, o futuro de Campos — independente de já estar assegurado (ou não) o de quem o vendeu em troca da abstenção da então deputada Clarissa Garotinho (PR) na votação do impeachment de Dilma.

 

Publicado hoje (07) na Folha da Manhã

 

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Este post tem 6 comentários

  1. souza

    Enquanto isso, os moradores do bairro Julião Nogueira COMEM POEIRA, e quando chove a lama impede os alunos de irem a escola do bairro.

  2. João

    A situação do Julião Nogueira é mesmo absurda

  3. cesar peixoto

    Parabens a Folha pelo belo exemplo de ajudar as instituicoes de caridade, fazendo as doacoes que recebeu da brilhante festa da feijoada.

  4. cesar peixoto

    E justo que ivista na cultura, mais e injustica fechar o restaurante popular e deixar muinta gente com fome,cade a vice-prefeita para cobrar do prefeito a reabertura imediata.Muinta gente ja esta sentido saudade dos tempos de Rosinha

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