Em cartaz em Campos, filme sobre jornalismo é opção no Carnaval

 

Capa do Washington Post de 1º de julho de 1971

 

 

Por indicação da professora e escritora Carol Poesia, colaboradora do blog, assisti na noite de ontem (11) a “The Post — A Guerra Secreta”, de Steven Spielberg. Tem duas indicações ao Oscar: melhor filme e atriz (Meryl Streep). Como sempre, ela está muito bem na pele da proprietária do conceituado jornal Washington Post. Assim como um parceiro de Spielberg desde “O Resgate do Soldado Ryan” (1998): Tom Hanks, que agora interpreta o editor-geral do Post.

Apesar do começo um pouco arrastado, o filme engrena quando se apresenta seu drama real, no começo dos anos 1970: às vésperas de se abrir ao mercado de ações, na tentativa de se capitalizar, o Post deveria ou não publicar documentos secretos que provavam as mentiras contadas por cinco presidentes dos EUA sobre a Guerra do Vietnã (1955/75)? Isto depois do jornal ter sido “furado” pelo New York Times, seu tradicional concorrente, proibido por uma decisão judicial de seguir na cobertura do caso.

Quem já assistiu a “A Montanha dos Sete Abutres” (1951), sabe o quão difícil é fazer um filme sobre jornalismo depois do clássico definitivo do mestre Billy Wilder (1906/2002), que foi jornalista em sua Áustria natal, antes de se mudar para os EUA com a ascensão do nazismo. E quem não assistiu ainda precisa aprender muita coisa sobre jornalismo e cinema.

O jornalismo teve tratamento de primeira também em longas mais recentes, como “O Informante” (1999), de Michael Mann; “O Abutre” (2014), de Dan Gilroy; e “Spotlight: Segredos Revelados” (2015), de Thomas McCarthy, que levou o Oscar de melhor filme. Isso sem contar, é claro, com o nem tão recente assim “Todos os Homens do Presidente” (1976), de Alan J. Pakula. Mas essa é uma história que, mesmo filmada 41 anos antes, trata do final de “The Post” (e do governo Richard Nixon).

Mesmo para jornalistas que nunca passaram pela edição, o filme de Spielberg talvez seja o mais revelador das enormes pressões nos bastidores das decisões de (e sobre) uma redação de jornal. Cai com uma luva tanto ao tempo presente dos EUA, com um imbecil guindado a presidente pelo colégio eleitoral (não pelo voto popular) como Donald Trump, que já elegeu como “inimigos” os mesmos Washington Post e New York Times. E, como luva, também bate à face presente dos imbecis tupiniquins à direita e à esquerda, cujo eco das vozes pelas redes sociais demonstra pouca noção de ridículo na pretensão de “substituir” o jornalismo.

E mais não digo para, como alerta a persongem de Meryl Streep: “não pular o lead”. Para quem não gosta de Carnaval ou quer fazer um pit stop durante a folia, é uma excelente opção. Em versão legendada, desde a última quinta (08), está em cartaz em Campos no Shopping 28.

Confira o trailer do filme:

 

 

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Este post tem 2 comentários

  1. João Dias

    Aacha que a rede blog da telhado de viro lembaram as redes sociais ?

  2. Marcia

    Ao que parece o tapa de luva ardeu na flácida cara de pau de Jabalina, a Louca… kkkkkkkkkkkkkk

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