Olavo e seus ministros são mais perigosos ao governo que ao Brasil

 

 

Já escrevi (aqui) que o grupo mais perigoso do bolsonarismo são os olavetes. Aqueles a quem o filósofo (e ex-astrólogo) Olavo de Carvalho revelou o caminho, a verdade e a vida. Foram indicações pessoais suas o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo; e o da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez.

Pois hoje, a reunião dos 11 países do Grupo de Lima, em Bogotá (COL), rejeitou a ideia dos EUA de uma intervenção militar na Venezuela. Mas condenou o governo de Nicolás Maduro, a quem pretende julgar na Corte Penal Internacional, em Haia (HOL). Presente, Ernesto Araújo foi tutelado diretamente pelo vice-presidente, general Hamilton Mourão, que fez o uso da palavra em nome do Brasil.

Também hoje, Ricardo Vélez enviou um e-mail oficial do MEC às escolas do país. Solicitou que ele seja lido, incluindo o slogan de campanha de Bolsonaro — “Brasil acima de tudo. Deus acima de todos” —, diante dos alunos perfilados e cantando o hino nacional. Pediu ainda que os estudantes, menores de idade com exposição vedada pelo ECA, fossem filmados e os vídeos enviados ao governo federal.

Antes de negar publicamente o heliocentrismo, Olavão já tinha recebido o crédito por ter aberto o caminho que levaria Bolsonaro — e seus três filhos — ao centro da República. Se ele não tiver um freio dos militares que já criticou abertamente, pode ser o que levará o capitão e sua prole a um destino trágico. Os olavetes, ironicamente, parecem um perigo maior ao governo do que ao Brasil.

 

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