Primeiro foi o prefeito de Nova Iguaçu, Lindenberg Farias (PT), que após a derrota de seu candidato (Lourival Casula) na eleição à presidência do diretório estadual petista, ainda resistiu quase 15 dias com a possibilidade de se candidatar ao governo do Estado, sepultada de vez no último final de semana. Hoje foi a vez do deputado federal Fernando Gabeira (PV) também oficializar sua esperada desistêcia em se lançar na eleição para governador.
O ex-prefeito carioca César Maia (DEM) e o deputado estadual Wagner Montes (PDT) ainda acenam com possíveis candidaturas, mesmo caso do PSDB, que com a desistência de Gabeira, se divide em vários nomes próprios, sobretudo de Luiz Paulo Corrêa da Rocha (deputado estadual) e Marcelo Itagiba (deputado federal).
Dentro desse quadro de incertezas, o mais certo é apostar na proposta de leilão de Wagner Montes entre o ex-governador Anthony Garotinho (PR 22) e o governador Sérgio Cabral (PMDB). Pelo apelo populista e religioso, Montes tem mais afinidade com Garotinho, muito embora na definição da PDT, partido aliado do governo federal, pode e deve pesar a influência do presidente Lula, que ontem já declarou seu apoio incondicional à reeleição de Cabral.
Quanto a César Maia, a situação parece se afunilar mesmo para sua candidatura, não por vontade ou chance real de vitória, mas por falta de opção: para o Senado, com as pré-candidaturas do senador Marcelo Crivella (PRB), do deputado estadual Jorge Picciani (PMDB) e, agora, de Gabeira e Lindenberg, as chances seriam mínimas; para deputado federal, concorreria com o próprio filho, Rodrigo Maia; enquanto a eleição para deputado estadual, ainda que praticamente segura, seria encarada quase como um rebaixamento para quem já foi três vezes prefeito do Rio de Janeiro.
Já em relação ao PSDB órfão da candidatura verde de Gabeira, Luiz Paulo seria uma opção mais confiável, até por sua história dentro do partido, ao qual Itagiba só se integrou, há cerca de dois meses, após ser eleito à Câmara Federal com o apoio de Garotinho, de quem foi secretário estadual de Segurança. Todavia, no que se refere ao tucano com mais votos no Estado, o prefeito de Duque de Caxias, Camilo Zito, se fala num acordo já selado com Sérgio Cabral. Mas até porque antes se falava do mesmo acordo com Garotinho, não é coisa para se apostar com segurança.
Tudo leva a crer que a eleição para governador ficará mesmo polarizada entre os ex-aliados Cabral e Garotinho. Peças como Wagner Montes e Zito poderão fazer alguma diferença, mas dentro do que já está definido, a grande questão é saber para quem migrará o maior percentual dos votos de Gabeira e Lindenberg. Como a pesquisa mais recente, da Datafolha, não colocou o deputado verde (17%) e o prefeito petista (8%) no mesmo cenário, fica difícil saber o destino dos votos de ambos na bifurcação entre os índices de 36% a 39% registrados para Cabral e de 23% a 24% para Garotinho…