Sem Soares, a solução é rezar para São Esdras

Entre os jornalistas e blogueiros Rodrigo Gonçalves e João Noronha, Soffiati estranhou a ausência do secretário de Defesa Civil e aconselhou as orações para São Esdras (foto de Rodrigo Silveira)
Entre os jornalistas e blogueiros Rodrigo Gonçalves e João Noronha, Soffiati estranhou a ausência do secretário de Defesa Civil e aconselhou as orações para São Esdras (foto de Rodrigo Silveira)

 

No Folha no Ar de hoje, sem o secretário municipal de Defesa Civil, Marcos Soares, o ambientalista e professor Arthur Soffiati disse aos jornalistas e blogueiros Rodrigo Gonçalves e João Noronha que estranhou a desistência de última hora do outro convidado. Segundo Soffiati, ambos se encontraram recentemente, num shopping da cidade, quando o secretário declarou não se importar com as críticas. Às feitas por ontem por Soares, à produção do programa, de que o ecologista “fala muito, mas não age”, este disse se tratar de retórica antiga e que seu papel é mesmo o de apontar falhas e sugerir soluções, cabendo às autoridades públicas agir ou não a partir delas.

— Fui no programa não para um embate, como o secretário de Rosinha classificou, mas em busca de respostas sobre onde, quando e como está agindo o governo municipal. Diante de um quadro grave que se avizinha, com as chuvas de verão e as possibilidades de novas inundações, creio que toda a população de Campos mereceria essas respostas — esclareceu Soffiati, não sem responsabilizar, além da Prefeitura, também  o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), pela providências que deveriam ter sido tomadas desde o quadro de caos do último verão, com mais de 30 mil desabrigados e mais de 60 mil desalojados na região

Diante da ausência de Soares e de suas respostas, o professor disse que a solução é rezar, mas fez uma ressalva ao santo tradicionalmente destinatário das orações relativas a chuvas. “Como São Pedro já é muito ocupado, acho que os campistas deveriam rezar para São Esdras”, sugeriu.

Sozinho nem tão solitário assim… (rs)

Como este blogueiro, Eremildo (ao lado), personagem do jornalista Élio Gaspari, é um idiota. Ele e eu não entendemos, veja você, como falar sozinho pode ser assim tão solitário quando um texto deste blog, apenas 11 minutos após sua postagem, é imediata e prolixamente “respondido” em outro, onde a covardia do anonimato é a tônica do titular aos comentaristas.

O chato é constatar que nem os idiotas têm direito a escolher melhor as suas companhias…

Por que Soares foge do debate com Soffiati???

Sem contar todas as perguntas capitais à comunidade, sobre as medidas que o governo Rosinha vem adotando para se previnir contra as chuvas de verão, com a fuga de Marcos Soares do Folha no Ar de hoje, com Arthur Soffiati, fica mais uma indagação: por que o secretário de Defesa Civil foge do debate público com o ambientalista?
Sem contar todas as perguntas capitais à comunidade, sobre as medidas que o governo Rosinha vem adotando para se previnir contra as chuvas de verão, com a fuga de Marcos Soares do Folha no Ar de hoje, com Arthur Soffiati, fica mais uma indagação: por que o secretário de Defesa Civil foge do debate público com o ambientalista?

 

Informado pela produção do Folha no Ar de que o ambientalista Arthur Soffiati também participaria do programa de hoje, o secretário municipal de Defesa Civil, Marcos Soares, disse ao jornalista e blogueiro Rodrigo Gonçalves que não iria mais comparecer. Segundo ele, a Folha estaria querendo provocar um embate seu contra o ecologista,  “e meu momento não é de embate, mas de trabalho”,  se esquivou. Buscando construir uma distinção, Soares declarou ainda que, ao contrário dele, “Soffiati fala muito, mas não age”.

Pena que o secretário tenha fugido ao debate, não embate, que serviria justamente para esclarecer à população, diante de alguém com grande conhecimento técnico, sobre as atitudes práticas que o governo Rosinha tem tomado para evitar o quadro de caos do verão passado. Em meio a uma inundação de perguntas capitais à comunidade, que ficarão sem resposta, agora cabe mais uma: Por que será que Marcos Soares tem tanto medo de debater com Soffiati?

Daqui a pouco, no Folha no Ar: Soffiati e Soares

O ambientalista Arthur Soffiati (foto de Leonardo Berenger) e o secretário municipal de Defesa Civil Marcos Soares (foto de Ricardo Avelino), daqui a pouco, no Folha no Ar
O ambientalista Arthur Soffiati (foto de Leonardo Berenger) e o secretário municipal de Defesa Civil Marcos Soares (foto de Ricardo Avelino), daqui a pouco, no Folha no Ar

 

Debate aguardado desde que o ambientalista, professor, crítico de cinema e colaborador da Folha, Arthur Soffiati, questionou publicamente a qualificação do secretário municipal de Defesa Civil, Marcos Soares, no programa Folha no Ar de 19 de outubro (aqui), o encontro entre os dois vem sendo aguardado. A pauta: a preparação de Campos para as chuvas de verão, que a própria prefeita Rosinha admitiu estarem aquém do necessário para evitar o quadro de calamidade do final do ano passado e início deste. 

Agora, quando as chuvas já começaram a cair, elevando o nível do rio Paraíba acima dos 9 metros — 9,35m pela medição do meio-dia de hoje —, a espera vai transbordar no encontro frente a frente entre os dois, no Folha no Ar de hoje, a partir das 16h, com transmissão ao vivo pela Plena TV, Rádio Continental, Folha Online e TV Litoral. O ecologista e o secretário serão mediados pelo jornalista e blogueiro Rodrigo Gonçalves.

Memórias do Hexa, deste e outros Maracanãs

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Acabei de chegar a Campos, vindo do domingo de Maracanã. Fui com meu filho, Ícaro, de 10 anos, que nunca havia visto seu time campeão brasileiro, e com o Leonardo Moreira, que assistira junto comigo, naquelas mesmas arquibancadas, o Penta do Mengão, conquistado sobre o Botafogo e sob o comando de Júnior, em 1992.

Dezessete anos depois, foi bem mais duro do que achava, literalmente, a torcida do Flamengo. Um primeiro tempo muito ruim, Adriano e Petkovic apagados, um Grêmio inesperadamente aguerrido, o primeiro gol sofrido, virada com dois gols de zagueiros. Mas foi como tinha que ser! Se algum clube do Brasil tinha que quebrar a enfadonho domínio dos paulistas no campeonato de pontos corridos, teria que ser mesmo o Flamengo, cujas fronteiras regionais se tornaram pequenas demais para conter uma hegemonia consagrada nos três últimos anos .

De qualquer maneira, parabéns ao Vasco pela ascensão à 1ª divisão, ao Botafogo e ao Fluminense, time do meu pai e meu irmão, pela sofrida, mas merecida manutenção na elite do futebol brasileiro. O Flu, pelo que soube, em outro jogo épico, enquanto coube ao Fogão eliminar o Palmeiras de Muricy Ramalho da Libertadores, cujas vagas foram extraídas do Brasileirão numa distribuição melhor equilibrada entre um carioca (o Mengão), um gaúcho (o Inter), um paulista (o São Paulo) e um mineiro (o Cruzeiro). A eles se somará outro paulista, o Corínthians campeão da Copa do Brasil.

Assisti a todos os títulos brasileiros conquistados pelo Flamengo, mais a Libertadores e o Mundial de 1981. O grupo que ganhou estes dois, mais os três primeiros Brasileirões (1980/82/83), formou não só o maior Flamengo de todos os tempos, mas o melhor time de clube que vi jogar. Sua base é conhecida de cor por qualquer rubro-negro que se preze: Raul, Leandro, Mozer, Figueiredo (Marinho) e Júnior; Andrade (Carpeggiani ), Adílio e Zico; Tita, Nunes e Lico. O que ganhou a Copa União de 1987, também era um super-time, com a a maturidade de Zico, Leandro, Andrade e Edinho remoçada por talentos como Zé Carlos, Jorginho, Leonardo, Aílton, Zinho, Renato Gaúcho e Bebeto, destaques não só no Fla e outros clubes, mas também na Seleção Brasileira. Já o de 1992, se não era um grande time, tinha Júnior, não mais o Capacete virtuose da lateral-esquerda, mas o Vovô Garoto que regia o jogo como um maestro no meio-de-campo.

Para quem não viu nenhum desses times jogar, afirmo sem medo de errar: individualmente, o esquadrão do Hexa só é superior ao de 92. Comparado ao de 81, porém, apenas Bruno, Ronaldo Angelim (autor do gol do Hexa) e Adriano são provavelmente melhores que os respectivos Raul, Figueiredo e Nunes — muito embora este, ao contrário do Imperador no jogo de ontem, nunca tenha falhado nas decisões. O craque Petkovic, por exemplo, contraposto a Zico, seria um bom banco, como, aliás, qualquer outro camisa 10 da história, à exceção de Puskas, Pelé e Maradona. Com Zidane, digamos que a disputa com o Galinho seria de igual para igual.

E por falar no maior jogador rubro-negro de todos os tempos, suas palavras de ontem, que só escuto nesta madrugada de hoje, foram tão precisas quanto costumavam ser suas cobranças de falta: “O Flamengo começou o jogo parecendo que não estava numa decisão”. Assim como diante do Goiás, o time de Andrade claramente sentiu, no primeiro tempo, o peso de ter que definir seu destino diante da sua torcida. Embora o time de hoje seja superior tecnicamente, como já disse, ao do Penta em 1992, este tinha mais capacidade de decisão.

Todas essas divagações se desvanecem diante de algo que nunca mudou, de 1980 para cá — aliás, desde que o Clube de Regatas do Flamengo passou a também a atuar no futebol, num distante 1912. O espetáculo nas arquibancadas e cadeiras que eu e meu filho presenciamos (e participamos) ontem, no Maracanã, teve início muito antes da construção do maior estádio do mundo, para a Copa de 1950. Brasil dentro do Brasil, maior que Zico, maior que Pelé, sem paralelo em qualquer outro lugar ou tempo do mundo, esse craque sempre foi o mesmo: a torcida do Flamengo.

PT de Campos — Ecos de Renato às conversas de Eduardo

Nas conversas que Eduardo Peixoto (foto de Silésio Corrêa) vai manter com aqueles que derrotou no PT de Campos, producente não esquecer como se deram essas mesmas conversas com o saudoso vereador Renato Barbosa (foto de Paulo Sérgio Pinheiro), que apoiou a candidatura vitoriosa no partido com mais de 60% dos votos
Nas conversas que Eduardo Peixoto (foto de Silésio Corrêa) vai manter com aqueles que derrotou no PT de Campos, producente não esquecer como se deram essas mesmas conversas com o saudoso vereador Renato Barbosa (foto de Paulo Sérgio Pinheiro), que apoiou a candidatura vitoriosa no partido com mais de 60% dos votos

 

Após os canalhas decretarem precocemente a morte do sonho do vereador petista Renato Barbosa, junto com a fatalidade que colheu sua vida na BR 101, em 23 de setembro, a respota veio com a acachapante vitória do professor Eduardo Peixoto à presidência municipal do PT, no último dia 22, quase um mês depois. Feito candidato com o apoio de Renatinho, Eduardo obteve mais de 60% dos votos e se elegeu como o blog previu (aqui) e noticiou (aqui) com exclusividade. Quem achava que comentário anônimo em blog é voto, teve que esperar passar a ressaca da humilhante derrota para noticiar o resultado só no dia seguinte.

Todavia, como atacar a vereadora Odisséia Carvalho, esposa de Eduardo, e ao próprio Renato, mesmo depois da sua morte, foram artifícios amplamente refutados nas urnas, os derrotados mudaram de tática, simulando uma abertura ao diálogo para tentar levar no papo e na boa intenção alheia aquilo que não conseguem no voto. É aquela velha estratégia gramsciana da revolução passiva, bem definida no ditado popular: Se não pode derrotá-los, junte-se a eles… para depois derrotá-los. 

Lógico que o diálogo democrático, entre todas as correntes, mesmo as amplamente minoritárias, é não só uma necessidade, mas uma das características positivas do PT, partido imprescindível à construção de uma via alternativa para Campos, em 2012. Mas que, nessas conversas, Eduardo se lembre daquelas mantidas entre uma dessas minorias derrotadas no PT com o então vereador Renato Barbosa.

Enquanto este se mostrava disposto a ouvir uma pregação de união, desde que o candidato de consenso à presidência do PT fosse um professor desta mesma minoria, arauto da eterna pré-candidatura de outro professor à Prefeitura de Campos, o vereador foi não só poupado de críticas, como até adulado. Bastou, no entanto, ele dizer não à pretensão de que comentários anônimos representem alguma relevância fora dos aquários virtuais de pexinhos autofágicos e egos inflados, que Renato, assim como Odisséia, passou a ser sistematicamente atacado nestes mesmos espaços — cuja superestimação, por responsabilidade política e senso de ridículo, ele se negou a endossar.

Perseguido por essa turma com alcunhas pouco lisonjeiras, como “chuchu”, “cabeça-de-bacalhau”, “quase vereador” e “Kassabarbosa”, Renato foi até criticado, veja só, por trabalhar demais. Nem sua vida pessoal foi poupada. Imediatamente após ter confidenciado ao professor arauto do outro professor, que havia levado sua esposa grávida e os dois filhos para Grussaí, por receio do surto de gripe suína em Campos, ele passou a ser publicamente ridicularizado pelo ato de responsabilidade de qualquer marido e pai que tenha amor à mulher e aos filhos, incluindo um ainda não nascido.

Esse ataque à traição e vil contra sua família, Renatinho nunca perdôou. Poucos dias antes da sua morte, na última conversa pessoal que mantivemos, diante de um amigo comum, ao me relatar o ocorrido, com uma veemência incomum à sua figura afável, mas numa reação plenamente compreensível em qualquer pai de família, ele sentenciou seus pretensos algozes: “São uns canalhas!”

Para o bem do PT e da própria vida política de Campos, as conversas que Eduardo terá que manter com aqueles que derrotou no partido, é pauta de suma importância. Mas, baseado no desabafo de um dos homens e políticos mais íntegros que já conheci, fundamental também não se perder de vista com que tipo de gente se está lidando.