Sobre a posse hoje do professor Jefferson Azevedo, eleito diretor do campus Campos-Centro do Instituto Federal Fluminense (IFF), num pleito parido a fórceps, pensei em escrever algo, mas desisti desde ontem, ao constatar que tudo que pude apreender como observador atento desse conturbado processo eleitoral, foi melhor resumido no artigo publicado na edição impressa da Folha de segunda-feira, pelo coordenador do Sindicato Nacional dos Servidores Federais (Sinasefe), professor Paulo Caxinguelê.
Para certos detratores que gostam de taxar Caxinga como radical e porra louca, enquanto posam artificalmente como lideranças políticas e escribas, o texto do incansável sindicalista, além de uma aula de democracia no conteúdo, ofertou preciosas lições, para quem pretende escrever, de como fazê-lo num estilo fluido e conciso. Não por outros motivos, vamos ao artigo, republicado aqui com a autorização devida do autor…
A vitória da democracia
O recente processo eleitoral pelo qual passou o campus Campos-centro, do Instituto Federal Fluminense, para a escolha do seu diretor-geral, está a exigir que sejam parabenizados os seus servidores e alunos, que, a despeito de todas as pressões e de uma campanha injuriosa, movida pela reitora pró-tempore e por aqueles que a orientam, votaram de maneira consciente e destemida.
Foi esta a primeira eleição dentro das novas regras, que aboliram a famigerada lista tríplice, com que, por intermédio de articulações políticas, pelas salas e corredores de Brasília, o mais votado pela comunidade corria o risco de não ser o escolhido para a designação.
Apesar de tudo e de uma demonstração clara de que o IFFluminense é, hoje, muito maior do que alguns dos seus dirigentes, certos fatos que envolvem a instituição precisam ser levados ao conhecimento público, até como medida de precaução contra oportunistas e aventureiros de qualquer ideologia ou coloração.
O Instituto Federal Fluminense tem estado, nos últimos anos, à mercê de um grupo retrógrado, formado por pessoas movidas, acima de tudo, por um projeto de poder, que se diz de esquerda, mas que, na verdade, só ergue a bandeira dos seus próprios interesses. E a este grupo é que a reitora pró-tempore presta contas e pede permissão, inclusive em eventos públicos, quando precisa tomar decisões, algumas das quais afrontam os interesses da educação e os princípios da democracia.
Ao professor Jefferson, parabéns pela vitória. Mas que esteja atento para aquilo que lhe sinalizou a coletividade, ao escolhê-lo como seu novo dirigente: é hora de mudanças, de retomar a identidade, numa instituição de trajetória gloriosa. Que ouse sair um pouco desse viés meramente acadêmico, e se volte para o que ela já teve de melhor: a formação profissional, para o atendimento de uma demanda que, segundo as estimativas do próprio MEC, é hoje de 260.000 técnicos em todo o país. Que a sua administração seja participativa e transparente. Que a valorização dos educadores no IF Fluminense não seja mais, a partir de agora, apenas uma figura de retórica. Muito sucesso!