Edson sem unanimidade

O jornalista e blogueiro Alexandre Bastos já havia quebrado (aqui) a versão do líder governista da minoria, Jorge Magal (PMDB), comprada aqui pelo site Campos 24 Horas, mesmo sem abrir o espaço devido ao contraditório, de que haveria um acordo fechado entre todos os vereadores, favorável à convocação de Edson Batista (PTB) na vaga do prefeito interino Nelson Nahim (PR), na sessão de amanhã. Fazendo uso da lógica, além da sua habitual ironia, contra-argumentou Bastos: “Se não conseguiu nem unir os seus aliados para se eleger vice-presidente da Câmara, será que Magal vai conseguir o apoio dos adversários?”

Caso alguma dúvida ainda existisse, a vereadora Odisséia Carvalho (PT), em ligação a este blogueiro, adiantou seu voto sobre a convocação de Edson: Não! 

Por e-mail, a petista baseou seu voto em três pontos: 

1) O Artigo 65 da Lei Orgânica determina que o presidente da Câmara substituirá o prefeito em caso de imedimento ou vacância do cargo de prefeito. 

2) O vereador Nelson Nahim não está licenciado ou impedido de exercer a vereança, muito pelo contrário, está exercendo uma de suas funções enquanto presidente da Câmara.

3) A Lei Orgânica e o Regimento determinam que haverá convocação de suplente nos csos de suspensão ou interrupção do exercício da vereança, que ocorrem em casos de licença, extinção, perda ou renúncia do cargo de vereador. E Nelson não se enquadra em nenhum item.

Resumo da ópera: A concovocação de Edson pode até passar na sessão de amanhã, mas não será pela unanimidade vendida por Magal, que não existe nem pela lógica, nem pelo fato.

Enganos

Rubens Venâncio
Rubens Venâncio

 

 

Sobre a morte de Rubens Venâncio, bem como sua cobertura na mídia impressa da cidade que tanto deve à visão do empresário e produtor rural, o  jornalista Guilherme Belido enviou por e-mail, em destaque, duas notas postadas hoje em seu site Opinião (aqui):

Homenagem – Por ocasião de sua morte recebeu merecidas homenagens de setores ligados à produção e significativos espaços na mídia. 
Homenagem (I) – Na chamada de capa, o jornal O Diário publicou a foto de João Sobral – outro campista ilustre e igualmente ligado à FRC – como sendo de Rubens Venâncio. Enganos que eventualmente podem acontecer.

 

Dúvidas na magistratura — Outra pedra no caminho de Nahim?

“Tem bom jogo de cintura, fez uma costura amplamente favorável com a maioria dos vereadores e se mostra disposto a dialogar com a sociedade”. Sobre a definição do prefeito Nelson Nahim, feita aqui pelo jornalista e blogueiro Ricardo André Vasconcelos, pouca coisa resta a acrescentar. Tampouco sobre a pedra que Nahim pode ter no caminho em sua candidatura numa eleição suplementar, que Ricardo identificou na a resolução 22.768/2008, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), do ministro Felix Fischer, vedando um caso que, como na possível reeleição de Nahim à Prefeitura, “configuraria um terceiro mandato consecutivo circunscrito a uma mesma família (um de Rosinha e dois de Nahim) e num mesmo território”.

À “pedra” encontrada por Ricardo, podem se somar duas outras, garimpadas aqui pela Suzy Monteiro. A também jornalista e blogueira lembrou que Nahim teve suas contas de campanha rejeitadas pela Justiça Eleitoral de Campos, decisão da qual já está recorrendo no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), e que hoje o único político do PR local que poderia ser candidato na nova eleição a prefeito seria o vereador Kelinho, já que todos os demais seguiram Garotinho e têm menos de um ano de filiação, prazo exigido por lei à qualquer candidatura.

Pois à mineiração jornalística sempre competente de Ricardo e Suzy, o blog avistou outra possibilidade de pedra no caminho de Nahim, não na eleição suplementar à Prefeitura (com data prevista pelo TRE para 21 de novembro, como informou aqui, em primeira mão, a profesorra e blogueira Graciete Santana), mas em relação ao pleito que já houve para reeleger o prefeito interino como presidente da Câmara, na última terça.

Em encontro ao acaso com um magistrado da comarca, durante evento social do final de semana, o assunto da reeleição de Nahim ao Legislativo veio naturalmente à tona, como na maioria das rodas de conversa da cidade, ao que o juiz foi assertivo:

— Isso não resiste a um sopro, não se sustenta juridicamente. Como alguém pode ser prefeito e vereador ao mesmo tempo? Isso fere frontalmente o princípio de separação entre os poderes, base de qualquer estado democrático de direito. Antes da eleição, ele (Nahim) enviou um comunicado aos juízes da comarca, avisando o que pretendia fazer e, de fato, fez. Talvez esperasse que, com essa satisfação prévia, fosse ganhar a anunência do Judiciário. Pois ele não tem a minha.

Saindo mais tarde do local, mas ainda impactado pela opinião balizada, o blogueiro se encaminhou a outro evento social, na mesma noite, onde encontrou, também casualmente, com outros dois magistrados. A eles fez a exposição do que o colega de toga dissera antes, colhendo impressões totalmente distintas. Um deles, conhecido pela contundência, respondeu:

— Pois eu não vejo o menor problema em Nahim ocupar a Prefeitura e concorrer à reeleição na Câmara. Ele não é prefeito, ele está prefeito, e não por obra da sua vontade, mas por força da lei. Impedir que ele concorresse seria negar-lhe um direito.

Menos enfaticamente, a opinião foi, no entanto, endossada pelo outro magistrado que participava da conversa. Este, conhecido pela serenidade, ainda revelou ao blogueiro:

— Na verdade, o que você pode dizer é que Fórum está dividido sobre o assunto. Acho que Nahim poderia, sim, ter concorrido na Câmara, mas conheço outros juízes, além daquele que você citou, que também acham que a reeleição não tem valor legal.

Na dúvida que habita o conjunto da magistratura local, uma certeza: nenhum dos três juízes ouvidos pelo blogueiro é Leonardo Gradmasson, da 100ª Zona Eleitoral, que ontem encaminhou à apreciação do promotor Êvanes Amaro Soares, pedido feito pelo PMDB de Campos (aqui), cobrando explicações pelo fato de Nahim ter deixado a Prefeitura para concorrer na Câmara.

Única mudança de Nahim: Otávio Cabral vai sair do HGG

 

 

Fonte muito próxima a Nelson Nahim, ao ser contrastada com a reafirmação do prefeito em só fazer mudanças em sua equipe de governo após o TRE marcar novas eleições, garantiu que até lá ocorrerá apenas uma exceção: talvez ainda esta semana, após reunião com o prefeito interino, o médico e ex-vereador Otávio Cabral vai deixar a direção do Hospital Geral de Guarus (HGG).

Após ter sua gestão criticada pela próprio Nahim, na mesma entrevista ao blog (aqui) em que este fixou o prazo das mudanças no governo, o tempo dado a Otávio não teria sido aproveitado a contento. O reforço das críticas, externadas hoje ao blog (aqui) pelo também médico e vereador Dante Pinto Lucas (PDT), na verdade, ecoam o pensamento não só do pedetista, mas também de outro médico e vereador, Abdu Neme (PSB), que ambos têm dividido com Nahim, em conversas sobre a Saúde no município.

A mesma fonte revelou que essas conversas se estenderam também à própria secretaria de Saúde, confirmando que Dante é cogitada ao cargo, como ele também revelou ao blog em primeira mão, embora, ao contrário da saída de Otávio, a provável substituição de Paulo Hirano não deva se consumar antes marcação da nova eleição pelo TRE.

Em relação à bola da vez, que será mesmo a troca no HGG, se espera que seu novo diretor, para reverter uma situação que gregos e troianos consideram caótica, não tenha mais que ficar submetido à mão de ferro do secretário de Controle e Orçamento, Suledil Bernadino. Homem de confiança de Garotinho, cuja saída ninguém cogita, pelo menos até que a eleição seja marcada e Nahim consiga a vaga pelo PR, Suledil teria sentado em cima de quase todas as reivindicações feitas por Otávio para tentar melhorar as condições do HGG.

Nahim mantém prazo: mudanças só após eleição ser marcada

Enquanto blogs e jornais com mais ou menos credibilidade abriram a sessão de especulações quanto a alterações no secretariado que Nelson Nahim herdou de Rosinha, o próprio prefeito esclareceu  ao blogueiro, há alguns minutos, por telefone: continua valendo a dead line que ele mesmo estabeleceu em entrevista ao blog (aqui), reproduzida na Folha. Nela, para quem não leu (ou finge não ter lido), vale ressaltar mais uma vez o que o Nahim já havia dito e voltou a afirmar agora: nehuma mudança mais radical vai ocorrer na equipe de governo até que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) marque as eleições suplementares de Campos.

Mas o anúncio feito hoje (aqui) pelo presidente do TRE, Namatela Jorge, numa reunião com representantes locais PDT, PPS, PT, PCB, PMDB e PTdoB, de que o novo pleito à Prefeitura será convocado logo após as eleições gerais de 3 de outubro, já não seria essa definição esperada pelo prefeito interino? Mesmo sabendo da reunião antes, durante e depois, ele foi categórico: Não!

Falando na condição também de advogado, Nahim não acredita que o TRE vá marcar eleição antes que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julgue o mérito do recurso de Rosinha. Lembrado pelo blog que o TRE, sob a presidência de Marlan de Moraes Marinho (que teve o irmão nomeado ao TJ pela então governadora Rosinha, logo após inocentar o casal Garotinho da condenação de crime eleitoral na eleição de 2004) marcou e realizou eleição ao Executivo local, mesmo antes que o TSE julgasse o mérito do recurso de Carlos Alberto Campista (prefeito afastado de então), o prefeito interino de hoje se limitou a dizer: “Para mim o TRE errou naquele momento. Por isso mesmo não pode voltar a errar agora”.

Entende-se o discurso de Nahim, buscando demonstrar respeito ao último fio de esperança (cada vez mais tênue) quanto ao retorno de Rosinha. Afinal, como ele também revelou na entrevista em que definiu quando faria mudanças no governo,  ao ser indagado sobre quem estabeleceria os critérios de escolha do candidato do PR na eleição suplementar: 

— O partido, né. Para isso existem as decisões partidárias. Garotinho é o presidente regional, é a figura mais importante do partido. Eu não jogo sobre o ombro dele toda a responsabilidade, mas o peso dele é muito importante nesses momentos.

Resumo da ópera: no jogo que se joga para a galera, no vestiário, com a direção do clube e no tapetão, o flamenguista Nahim, até agora, está liderando o campeonato com uma folga que faria inveja ao Fluminense de Muricy.

Diniz quer candidatura própria e Dante apoiar Nahim — E você?

(Fotos: arquivo da Folha/Arte: Eliabe de Souza)
(Fotos: arquivo da Folha/Arte: Eliabe de Souza)

 

Em entrevista ao blog (aqui), reproduzida na edição impressa de hoje da Folha, o ex-vereador e candidato a deputadao federal pelo PPS,  Sérgio Diniz, defendeu que seu partido lance candidatura própria na eleição suplementar com data de convocação projetada hoje (aqui), pelo presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Namatela Jorge. Diniz frisou, no entanto, falar isso em seu nome, não da sua legenda. 

Pois diante da mesma possibilidade, Dante Lucas teve uma posição oposta. Ao ressalavar falar apenas por si, não por seu PDT, ele defendeu a tese de aliança do partido com Nelson Nahim, caso a nova eleição à Prefeitura realmente se confirme e seu ocupante interino consiga a vaga do PR para se candidatar — possibilidades cada vez mais sólidas com o desenrolar dos fatos.

E você, caro leitor, é favorável que PPS e PDT apoiem Nahim, ou lancem candidatos próprios numa nova eleição a prefeito???