Li no Blogsportes (aqui e aqui), dos jornalistas Igor Siqueira e do Mateus Mandy, a notícia da renúncia de Zico do comando de futebol do Flamengo, bem como sua carta de despedida, onde externou os motivos da decisão. Entre eles, sobretudo os ataques que passou a sofrer, usando seu filho Bruno como alvo, por parte do presidente do Conselho Fiscal do clube, Leonardo Ribeiro, vulgo Capitão Léo.
Criado nas divisões de base do Flamengo, Zico conquistou os campeonatos estaduais de 1972, 1974, 1978, 1979 (duas vezes), 1981 e 1986; brasileiros de 1980, 1982, 1983 e 1987; a Libertadores da América em 1981 e o Mundial Inter-Clubes, também em 1981. Com 568 gols, foi o maior artilheiro e jogador da história do clube. Grande craque brasileiro por mais de uma década, disputou com a Seleção Brasileira as Copas do Mundo de 1978, 1982 e 1986, sendo listado pela Fifa (cujo Hall da Fama integra) e pelas revistas France Football e World Soccer entre os 10 melhores jogadores que o mundo produziu no séc. 20. No futebol de areia, ainda como jogador, conquistou as Copas do Mundo e Copas América em 1995 e 1996. De volta aos gramados como técnico, conquistou a Copa da Ásia, em 2004, com a seleção do Japão; o Campeonato e a Supercopa da Turquia, em 2007, pelo Fenerbahçe; o Campeonato e a Copa do Uzbequistão, pelo Bunyodkor, em 2008; e a Supercopa e a Copa da Rússia, pelo CSKA Moscou, em 2009.
Já Capitão Léo começou a construir sua vida “esportiva” como líder da Torcida Jovem do Flamengo, considerada uma das mais violentas do Rio e pela qual, nos anos 90, teve acesso à política interna do clube. Através de contatos políticos, se tornou representante rubro-negro na Federação de Futebol do Rio, onde ganhou um cargo ainda na gestão de Eduardo Vianna, o Caixa D’Água, e ficou até 2007, na vice-presidência de Controle Interno. Em 1999, atuando pelo Conselho Fiscal do Fla, foi um dos principais responsáveis pela aprovação das contas do então presidente Edmundo dos Santos Silva, a quem ajudou também a se reeleger em 2000, até que este sofresse um processo de impeachment, em 2002, e fosse preso pela Polícia Federal, em 2003, por fraude na Receita Federal e no INSS. Fiel ao ex-líder, Capitão Léo passou recentemente dois dias na cadeia, mas por motivo diverso: agressão a torcedores do Fluminense e resistência à prisão, numa confusão após o empate de 3 a 3 no Engenhão.
Comparados os currículos de quem saiu e quem ficou, não é preciso entender muito de futebol ou leis para se constatar que tipo de gente está hoje no comando do clube de futebol mais popular do mundo. Pegando carona na “onda vermelha” prometida pelos eleitores de Dilma, ao melhor estilo da “Revolução Cultural” de Mao Tsé-Tung, para a eleição de domingo, enquanto rubro-negro tenho uma modesta sugestão aos colegas de torcida (de futebol, não política), para o clássico de amanhã, contra o Botafogo: abolir o vermelho e manter apenas o preto…. De luto!
O que mais se podia esperar do Flamengo…
Parabéns Zico ! Sou Botafoguense, mas você para mim é um dos heróis do nosso Brasil, que temos que reverenciar ! Todos os torcedores do Flamengo e dos outros times do Brasil, que têm coração, te dão todo apoio ! Você foi, e sempre será o “Galinho de Quintino” do coração dos brasileiros !
Caros Joadir e Maurício,
Ao primeiro, endosso e completo: Deste Flamengo de hoje, que Zico afirmou ter morrido em seu coração, não se pode esperar rigorasamente nada.
Ao segundo, confesso: embora não tenha assistido ao clássico de ontem, torci de longe pelo seu Botafogo.
Abraços e grato pelas colaborações!
Aluysio