Eleição suplementar — Ecoado sem crédito na notícia, blog dá crédito à opinião

Na condição de primeiro a noticiar a confirmação das eleições suplementares de Campos para 6 de fevereiro, sendo ecoado por quase toda blogosfera local, ainda que a maioria sem o devido crédito, o blog segue o caminho oposto para reproduzir aquela que julga ter sido a melhor análise, feita até agora, das possibilidades abertas pela decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), na terça, antecipada aqui, com exclusividade, na segunda.

Como nunca é demais insistir na ética, o Ctrl+C/Ctrl+V do texto abaixo segue com o crédito devido ao poeta e jornalista Fernando Leite (aqui)…

 

A REINVENÇÃO DA VILA DE SÃO SALVADOR DOS CAMPOS

A notícia da decisão do pleno do TRE que normatizou o calendário eleitoral extemporâneo de Campos reacendeu as paixões. E as paixões, senhores, são cegas por natureza. Paixões são indiscutíveis e, via de regra, levam a abismos.

Nessa hora grave, há os que condenam o Tribunal e lhe tacham a pecha de açodado porque não aguardou a manifestação formal do TSE, penúltimo bastião da Justiça eleitoral; há os que julgavam o mesmo Tribunal lerdo porque permitia, indefinidamente, um estado excepcional no maior Município do Estado do Rio e quinto orçamento municipal do país.

Há aqueles que transferem aos políticos, a quem nominam de “classe”, contrariando o velho Marx , para quem, classe só existem duas: a dos explorados e a dos exploradores, toda a culpa por todas as mazelas e nunca assumem, que políticos são criaturas e criações da sociedade, que os pari, de acordo com suas conveniências.

Há também os desesperançados e os descrentes, que repetem, monocordiamente, o mesmo mantra de sempre: não vai dar certo, não vai dar certo.

Há os almofadinhas perfumados para quem o povo é uma abstração, um quadro de Goya. Esses criticam tudo, mas nunca aparecem para se oferecer como alternativa. Guardam intactas as virtudes, que acham que têm.

Mas, há os que não se entregam nunca, aqueles, descritos pelo dramaturgo alemão, Bertold Brecht, os “imprescindíveis”. Esses interpretam as quedas como lições aos que querem ficar sempre de pé. É essa gente que precisa, agora, ocupar o centro da cena política de Campos.

A decisão do TRE é, sobretudo, uma chance de reinvenção dessa terra extraordinária. As ruínas sucessivas dos últimos mandatários apontam para uma nova ordem política. O velho modelo esgotou-se. Caiu de podre.

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Este post tem um comentário

  1. Julio Ramos

    Fernando é assessor de Ilsan, representante sem par desta tal banda putrefada…

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