Após reunião do diretório municipal do PT na última segunda, o partido entrou em consenso quanto ao nome do médico Makhoul Moussallem para disputar a Prefeitura de Campos em 2012. Será sua terceira tentativa, após perder as eleições de 2004 e 2006. Embora acredite ter chances reais de desconfirmar nas urnas o favoritismo teórico da prefeita Rosinha, ele por ora não revela como fazê-lo, alegando estar limitado pela legislação eleitoral. É a mesma justificativa adotada para declinar da análise do atual governo municipal. Do que Makhoul não se furtou em falar foi das suas atuações à frente da Unimed-Campos, da Fundação Benedito Pereira Nunes e do Hospital Álvaro Alvim, por vezes lembradas em forma de críticas à sua capacidade de administrador. Quem quiser conhecer a verdade, ele aconselha ir a alguma dessas instituições e perguntar.
Folha – Antes de retornar ao PT, você tinha convites do PMDB, do PRP e do PSDC para também se filiar e concorrer à Prefeitura. O que definiu sua opção?
Makhoul Moussallem – Diz-se que o bom filho a casa torna. Embora profissionalmente seja muito racional, como bom brasileiro e libanês, sou movido pela emoção. Tenho um grande apreço por figuras do PT, como Lula, Dilma, Lindenberg, e vários outros. Ingressei no PT em 2003 pela porta da frente, sai em 2008, e retornei em 2011, sempre pela mesma porta, porque nas conversas com os companheiros das diversas tendências, senti o desejo sincero de me verem no seio deles. Além do mais, já incorporei o ideário do PT e conheço bem com quem estou tratando, pois já comemos pão e sal juntos.
Folha – Após a reunião no diretório do PT da última segunda, ficou definida sua pré-candidatura, ou há ainda outra etapa a ser cumprida?
Makhoul – Já foram cumpridas todas as etapas do nosso calendário eleitoral, portanto, agora é só esperar a convenção.
Folha – Antes da ratificação municipal, sua pré-candidatura foi costurada com lideranças regionais e nacionais. Onde, quando, como e com quem se deram essas conversas? A partir delas, que apoio ficou estabelecido à sua candidatura?
Makhoul – As costuras foram feitas pelo diretório municipal de Campos, leia-se pelo presidente Eduardo Peixoto, vereadora Odisséia, Hélio Anomal, Robinho do Cicle, André e Robinho da DS, Dr. Edson Rangel; e por mim com o Senador Lindberg, o deputado Rodrigo Neves, secretário de do governo Cabral; (Jorge) Florêncio, presidente estadual do PT; Lourival Casula, secretário geral do partido, deputada (federal) Benedita da Silva, deputado estadual Robson Leite. Teremos o apoio total do partido em nível municipal, estadual e nacional. As conversas ocorreram antes da minha volta em Campos e no RJ.
Folha – No terceiro mandato presidencial, o PT nunca teve em Campos uma representação política superior ao que chegou a ter antes de governar o Brasil: um vereador eleito. Como fazer para que a importância do partido no município reflita um pouco da sua hegemonia nacional?
Makhoul – Já está sendo feito. Em 2007, quando ainda no PT, convidei o saudoso Renato Barbosa a vir para o PT. Ele aceitou e construímos uma nominata que, a meu ver, dava para eleger dois vereadores. Tivemos a primeira e segunda suplência da coligação. Agora, sob a presidência do professor Eduardo Peixoto, aglutina-mos todas as lideranças das tendências do PT, como Hélio Anomal, Marcão, Robinho do Cicle, Félix, André, Robinho da DS, Hugo Diniz, Fábio Siqueira, Saulo, Guilherme, Marcel e Dr. Edson Rangel. Todos entendem que a tendência não pode estar acima do partido, e sim, a serviço dele. Estamos costurando um “novo” PT em Campos, que já começou com o consenso da pré-candidatura majoritária e constituição de equilibrada e robusta nominata de vereadores.
Folha – Como está a formação da nominata? Além da candidatura natural de Odisséia à reeleição, há outro nome com capacidade de puxar votos?
Makhoul – Não tenho a nominata toda de cabeça, mas além da nossa vereadora Odisséia, posso destacar alguns nomes por ordem alfabética: Adão Faria, Alessandra, professor Alexandre, Hélio Anomal, José Maria do Sindipetro, Marcão, Raul Wagner, Robinho do Cicle, entre outros.
Folha – O PT trabalha com a possibilidade de coligação na eleição proporcional? Com quem?
Makhoul – Estamos em conversas já bastante adiantadas com o PV, PSDC, PSL, PRP e mais outros partidos.
Folha – E em relação à majoritária? As alianças estariam abertas à composição de chapa? Em que termos?
Makhoul – Sim. Com os partidos acima citados e mais os outros pa-ra aliança e composição de chapa. O PT já decidiu, por unanimidade do diretório e da executiva, que te-rá candidato próprio a prefeito.
Folha – Com a defecção do PMDB, o PT não foi deixado de calças na mão em relação à Frente Democrática de Oposição? Na prática, ela ainda existe? Por que você nunca chegou a participar das suas reuniões?
Makhoul – A Frente Democrática de Oposição, a meu ver, é um estado de espirito que permeia o imaginário dos partidos que não estão na base do governo municipal. Disse um sábio: “Só é real o que é imaginário”. Portanto, existe. Não participei das reuniões porque na época que estas começaram, ainda não tinha me decidido voltar à política. Infelizmente o PMDB em Campos está desarticulado por enquanto, mas é o partido do governo do Estado e tem toda condição de se recompor. Torcemos por isso e esperamos poder caminhar juntos, seja no primeiro ou no segundo turno.
Folha – Em 2004 e 2006, a aliança entre PT e PSDB chegou a ser tentada, mas sem êxito. Quais foram os motivos? E como viu, mais recentemente, a revoada tucana ao ninho dos Garotinho?
Makhoul – O motivo foi um só: o Feijó não quis. É só perguntar a quem participou das reuniões, co-mo o Dr. Paulo Cassiano, por exemplo, e a executiva do PT, à época. Olha, tenho um trabalho danado para entender a minha cabeça e as das pessoas próximas a mim. Não tenho a pretensão de entender a cabeça, nem as motivações dos mais distantes. Achei inusitado, mas não vou emitir juízo de valor sobre a questão, porque penso que para sermos respeitados, temos que respeitar os outros. Cada um sabe de si, e eu respeito os tucanos.
Folha – Uma das causas alegadas aqui pelo PSDB, para se aliar ao governo Rosinha, é que as possibilidades de alguém derrotá-la em 2012, ou mesmo de levar a eleição ao segundo turno, são praticamente nulas. Seria possível? Como?
Makhoul – Essa é uma tese que não esposo. Aí, me taxam de arrogante. Dizer como, já é fazer campanha, o que é proibido antes de julho. Por enquanto, só sou o pretenso pré-candidato intramuros do PT.
Folha – A pulverização da oposição em várias candidaturas, tendência que deve predominar nas convenções, não forma um campo ainda mais fértil ao franco favoritismo de Rosinha? Não faltam a oposição de Campos uma maior unidade e um discurso que exceda a crítica?
Makhoul – Concordo em gênero, grau e número. Após a convenção e o registro na Justiça Eleitoral, aí poderemos tecer maiores comentários.
Folha – Seus críticos, e até eventuais aliados, identificam a arrogância pessoal entre seus principais defeitos políticos. Em que essa análise se justifica ou não?
Makhoul – Essa crítica é de quem não me conhece. Acho que surgiu na eleição de 2004. Acabando o primeiro turno, fui procurado pelos dois candidatos que disputaram o segundo turno. Como não quis apoiar nenhum lado, por entender que seria incoerente, algumas pessoas confundiram coerência com arrogância. Politicamente falando, não é a opinião dos que fizeram campanha comigo em 2004 e 2006. Perguntem ao Hélio Anomal, ou a professora Odete, que formaram a chapa comigo, e aos candidatos a vereadores. Como sou sincero nas minhas colocações, não endeuso, nem mitifico, nem acho ninguém invencível, por discordar de muitas “verdades” propaladas na política, e por acreditar no meu taco, me acham arrogante. Também não é a opinião de quem trabalhou comigo em diversas instituições, tais como: Unimed, Fundação Benedito Pereira Nunes, Hospital Escola Álvaro Alvim. É só fazer uma enquete nestas instituições e conferir.
Folha – Outra crítica comum, referente à capacidade de administrador, gira em torno das suas atuações à frente da Unimed-Campos e do hospital Álvaro Alvim. Sobretudo em relação ao primeiro, costuma ser ressaltado o crescimento que o plano de saúde atingiu na cidade a partir da atual gestão. O que tem a dizer sobre isso?
Makhoul – Outra lenda urbana a meu respeito, e outra inverdade propalada por pessoas mal agradecidas e mal intencionadas. Esta pergunta mereceria uma entrevista à parte, mas vou tentar resumir a resposta. Em relação a Unimed as “verdades” colocadas são as seguintes: Que deixei a Unimed quebrada e com uma grande dívida. A Uni-med não existia em Campos até 1991. Um grupo de médicos fundou a cooperativa em 1991. Fui escolhido para presidi-la no período da implantação. Levamos um ano discutindo como deveria funcionar. Decidimos que seria por conta e risco nossos. Não havia nenhum capital, nem bens, nem imóveis, a não ser o valor das cotas dos cinquentas cooperados, quantia irrisória. Vendemos o primeiro plano de saúde em julho de 1992 na feira agropecuária e iniciamos as nossas atividades bancando o plano de saúde. Poderíamos ter iniciado como muitas Unimed’s fizeram, como se fôssemos um escritório da federação. Em 1993 fui eleito presidente para um mandato normal de quatro anos. Sai da Unimed em março de 1997 deixando: a) número de usuários: 15.285. Hoje a Unimed deve ter em torno de 35 mil. A conquista de cada usuário custa segundo cálculos atuariais, R$ 1 mil; b) o prédio do hospital da Unimed comprado e pagas quatro das cinco parcelas, esta última, a vencer em dezembro de 1997 no valor de US$ 40 mil; c) pronto atendimento instalado com seis apartamentos para internações curtas, uma sala de cirurgia totalmente equipada pa-ra pequenas e médias cirurgias, três médicos por plantão, duas ambulâncias compradas e pagas, sendo uma tipo UTI totalmente equipada, RX, sala de coleta de analises clínica; d) toda a parte administrativa instalada, mobiliada e informatizada; e) não deixei nenhuma dívida, a não ser com os cooperados; isto é, os donos da cooperativa Unimed Campos, que corresponde a produção deles de dois meses no valor de 700 mil reais; f) a dívida com os prestadores de serviços credenciados a deixei negociada e sendo paga em doze parcelas. O parcelamento estava em dia, fácil de comprovar junto ao Dr. Car-los Bacelar, do laboratório Plínio Bacelar, ao Dr. Carlos Mario, da Rad-Med, e ao Dr. Elias Yunes, do Cen-trocor. Não havia outras dívidas nem com fornecedores, INSS, FGTS, RF. Os balancetes e balanços do período estão aí, é só conferir ou perguntar ao Dr. Edilberto Carvalho Alves, economista que trabalhava na Unimed na época, ou D. Jane Maravilha, do financeiro, ou Giselle, a contadora. Ora, como deixei quebrada, se nos quatro meses seguintes pagaram ao cooperados, e além do mais a dívida era com os próprios donos? Se em cinco anos, de julho de 1992 a 31 de março de 1997, deixei 15.285 usuários. De 1997 a 2011 são 14 anos. Hoje tem 35 mil usuários, é só fazer a regra de três. As diretorias que me sucederam fizeram um ótimo trabalho que sempre enalteço em qualquer oportunidade. Em relação à Fundação Benedito Pereira Nunes (FBPN) e ao Hospital Escola Álvaro Alvim (HEAA) tenho a dizer o seguinte: assumi a presidência da FBPN, mantenedora da Faculdade de Medicina de Campos e do HEAA, em janeiro de 1996. O faturamento da FBPN era em torno de R$ 5 milhões. O HEAA era prédio inacabado em alguns andares e setores, e ali funcionavam apenas ambulatório, o laboratório de patologia, laboratório de análises clínicas, tinha um aparelho de ultrassonografia e dois aparelhos de RX, e dava um prejuízo mensal entre R$ 20 a 30 mil. Resolvemos em conjunto a diretoria da FBPN e Faculdade, colocá-lo para funcionar como Hospital Escola. Em 1997 me licenciei da presidência da Fundação, assumindo o meu vice, Dr. Marcos Bruno, e assumi a superintendência do HEAA e lá fiquei durante 11 anos, até janeiro de 2008. Quando em 2003 foi eleito o Dr. Wilson Paes, a Fundação já estava com faturamento anual de R$ 25 milhões. O HEAA foi todo equipado e montados vários serviços, além dos serviços básicos de clínica médica, pediatria, ginecologia e cirurgia geral. Foi instalada a residência médica e o hospital foi certificado como hospital de ensino pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério da Educação e Cultura, e feita a recontratualiza-ção com o Ministério da Saúde (MS), secretarias estadual e municipal de Saúde. Consegui verbas de emendas parlamentares, principalmente com o então deputado federal, Paulo Feijó, José Maurício Linhares e verbas do MS por projetos por mim idealizados e elaborados, num total de R$ 4 milhões, R$ 2 milhões de emendas parlamentares e dois milhões de projetos meus. Desafio a que façam uma pesquisa com os funcionários e médicos da Unimed, FBPN e do HEAA para saber a minha avaliação.
Folha – Ainda no plano administrativo, quais são, em seu entender, os principais erros e acertos da gestão Rosinha? Quais suas propostas para ampliar os primeiros e corrigir os segundos?
Makhoul – Já elogiei em diversas ocasiões e publicamente as ações do atual governo, assim como também, não me furtei a criticar outras. Nestas ocasiões, eu não era filiado a partido político e nem era pré-candidato. Hoje, na condição de pré-candidato pelo PT, você vai me permitir não responder a estas questões, pois a Justiça Eleitoral poderia entender como campanha extemporânea e me trazer complicações futuras.
Aí, gostei o partido é de minha simpatia e se ele continuar com essa postura centrada e firme não tendo medo de solicitar uma avaliação por parte dos que por ele já foi administrado pode contar comigo e minha familia.
To com vc Dr. Makhoul pro que der e vier conte comigo e com toda minha família. Um abraço
Luiz Sérgio
ROSINHA GAROTINHO 2012
campos precisa mudar,e com vc dr. makhou tenho certeza que vai acontecer.conte com minha familia tbm.
makho o prefeito da familia.
Caro Dr. Mackoul, aos comentários negativos e invejosos só vem fortalecer sua disputa na Prefeitura, estamos juntos para te apoiar, afinal trabalhamos na Unimed e tenho a certeza que sua administração contribuirá muito para nossa cidade, Campos merece e precisa de um Prefeito como você, homem de opinião. Pode contar com nosso apoio.