Vai encarar?

 

“Cada um de nós derramou seu sangue neste ringue, mas quando Ali entrou no jogo, ele o elevou a um outro nível, um degrau acima da multidão”

Ron Lyle (ex-desafiante de Muhammad Ali) 

 

 

 

Para quem conhece um pouco de boxe e da conturbada história política dos EUA nos anos 60 e 70 do século passado, desnecessário dizer quem foi Muhammad Ali, cujas sete décadas de vida foram celebradas em todo globo na última quarta-feira, conforme registrado aqui pelo blog.

Quem assina a Sky HD e quiser saber um pouco mais sobre essa lenda viva dentro dos ringues e, fora deles, da luta pelos direitos civis das minorias nos EUA e no mundo, uma excelente oportunidade é oferecida pelo documentário “Encarando Ali” (“Facing Ali”, de Pete McCormack, EUA, 2009, 1h50), que será exibido pela HBO HD (canais 71 e 271), às 14h55 do próximo domingo, dia 22. Sempre nos mesmos canais, as reixibições estão programadas para às 12h35 da próxima terça, dia 24, e para às 8h50 do dia 30, segunda-feira da semana seguinte.

Diante das dificuldades motoras e de fala das quais Ali padece há algum tempo, em virtude do Mal de Parkinson adquirido ou potencializado pelos golpes na cabeça sofridos numa carreira de lutador mais longa do que seria recomendável, os testemunhos sobre o pugilista e o homem são dados por alguns de seus principais adversários dos ringues: Sir Henry Cooper (ex-campeão inglês e europeu), Ernie Terrell (ex-campeão mundial), George Chuvallo (ex-campeão canadense), Joe Frazier (ex-campeão olímpico e mundial, falecido recentemete, como foi registrado aqui), George Foreman (ex-campeão olímpico e mundial), Ken Norton, Ron Lyle, Earnie Shavers, Leon Spinks (ex-campeão olímpico e mundial) e Larry Holmes (ex-campeão mundial).

Como diz Ron Lyle, ex-presidiário condenado por homicídio e resgatado pelo boxe não só para a vida em sociedade, mas para interagir dentro dela com uma articulação verbal admirável: “Ali não pode mais falar por si mesmo, mas nós podemos falar por ele”.

Bem verdade que, embora não tão graves quanto em Ali, no documentário ficam tangíveis as sequelas neurológicas que o boxe deixou também em Joe Frazier, Ken Norton e Leon Spinks. Por outro lado, além de Lyle, o esporte serviu para resgatar do crime e das drogas também a Frazier, Spinks, George Foreman, Earnie Shavers e Larry Holmes. 

Ademais, conhecido como “nobre arte”, o boxe foi capaz de fazer com que um simples e pobre plebeu como Henry Cooper, acabasse orgulhosamente agraciado com o título de cavaleiro da rainha da Inglaterra.

Abaixo, alguns trechos mais marcantes dos depoimentos colhidos nesse sensibilíssimo documentário, capaz, em muitos momentos, de arrancar lágrimas das pedras que todos esses grandes lutadores guardavam embutidas em seus punhos:

 

 

“Ele tinha um grande coração, um bom queixo, pés rápidos, mãos rápidas. O que mais você pode querer? Não se pode ter mais nada”

(Sir Henry Cooper)

 

 

 

“Amo Ali com a um irmão. Ele é como uma celebridade, alguém que fez muito por muitas pessoas. Ali era um desses caras que faziam você se sentir bem consigo mesmo. Ele fazia todos se sentir bem, sabe? Todos!”

(Larry Holmes)

 

 

 

“É muito triste porque… É triste porque ele é um ótimo sujeito. Eu esperava que ele tivesse a vida que temos, sabe? Eu adoraria ver isso, porque ele mereceu” 

(Joe Frazier)

 

 

“Quem é mais adorado do que Muhammad Ali? Mais do que qualquer um na história do boxe. Talvez mais do que qualquer outro na história”

(George Chuvallo)

 

 

“Ali mudou o jogo da luta para todos nós, lutadores. Ele foi único. Alguém, assim, aparece uma vez na vida”

(Earnie Shavers)

 

 

 “Se não houvesse Ali, você estaria falando aqui com Ron Lyle? Sobre o quê? Quando olho para ele, ele é amor. Ali tinha tudo a ver com amor. Entende?”

(Ron Lyle)

 

 

 

“Olho para Muhammad Ali hoje e, em especial, vejo um herói. Esqueça a minoria e tudo aquilo. Esse homem foi um herói para o mundo. E heróis, não importa se eles perderam um braço ou uma perna, ainda são belos pelo que eles fizeram”

(George Foreman)

 

 

Com as facilidades da net, quem não é assinante da Sky HD e quiser assistir ao documentário sobre a história desse herói verdadeiro, nascido Cassius Marcellus Clay e rebatizado Muhammad Ali em sua conversão ao islamismo, ainda belo por tudo aquilo que foi e fez, pode fazer aqui o dowload gratuito do filme…

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Este post tem um comentário

  1. sandra

    Obrigada pelas informações.Quem viveu e acompanhou este tempo sabe.i.é . concorda com todos estes depoimentos.

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