Dois fatos separados em espaço, mas ocorridos ao mesmo tempo, idênticos na causa e tão diferentes nas aparentes consequências. Assim podem (e devem) ser entendidos a reunião na sede da Prefeitura, entre Rosinha e boa parte do seu secretariado, e a sessão na Câmara Municipal, ambas na tarde de hoje. O assunto que dominou Executivo e Legislativo foram as denúncias de corrupção em licitações públicas, que seriam praticadas pela empresa Rufolo, segundo denúncia do Fantástico, incluindo no serviço público de Campos.
Na Câmara, enquanto os vereadores de oposição fizeram pedidos de informação e chegaram a propor uma CPI sobre o caso, a justificativa para as negativas da situação foram evasivas, como o leitor pôde conferir por conta própria, em tempo real, aqui, no Blog do Bastos. Enquanto isso, na Prefeitura, o governo cujas satisfações devidas eram negadas na Câmara, mas pressionado pela blogosfera e pela Folha Online, optava por evitar um desgaste maior ao decidir simplesmente anunciar a não renovação do contrato com a Rufolo, que já venceria no próximo dia 30.
Ou seja: os vereadores governistas, cuja defesa da administração Rosinha parece por vezes tão canina (na devoção e na “inteligência” com que é feita), se negaram a dar qualquer satisfação sobre denúncias graves, ecoadas da mídia nacional à local, enquanto Rosinha decidia dar essa mesma satisfação, ainda que velada e minimizada. De qualquer maneira, o que se pode concluir dessa freudiana relação entre a Prefeitura de Campos e seus vereadores, talvez possa ser melhor resumido na inversão do título daquele filme do alemão Win Wenders: “Tão perto e tão longe”…