Filhote do elefante branco do governo rosa, Cepopinho já nasce grande (e prematuro)

(Montagem de João Vitor)

Como sabem todas as crianças desde o jardim de infância, o primeiro passo para que um apelido cole e passe a acompanhar o alcunhado, independente da sua vontade, é se pagar recibo por ele. Tanto pior quando o apelido, emblematicamente, é o diminutivo do maior símbolo de desperdício dos royalties pela Prefeitura de Campos: o Centro de Eventos Populares Osório Peixoto (Cepop), que custou quase R$ 100 milhões do dinheiro público, e no qual agora se pretende gastar mais R$ 8 milhões, em obras ironicamente classificadas, na sessão da Câmara de ontem, como “Cepopinho”. Maior elefante branco da administração rosa, o Cepop tem o “filhote” grande desde o nascimento, apesar de prematuro, já que vai contra toda a  pregação governista de responsabilidade nos gastos públicos, pelo menos até que o Supremo Tribunal Federal (STF) defina a constitucionalidade na nova Lei dos Royalties em julgamento plenário, no qual o jornalista Saulo Pessanha trouxe aqui um interessante novidade, proposta pelo procurador geral Roberto Gurgel, algoz dos petralhas do Mensalão.

Abaixo, enquanto ainda se tem royalties para bancar a festa, toda a polêmica de ontem do Cepopinho, que até por seus ingredientes tragicômicos, tem tudo para se popularizar muito além dos debates da Câmara…

“Campos vai ter Cepop e Cepopinho?”

Por alexandre bastos, em 10-04-2013 – 2h13

Durante a sessão de ontem (09) da Câmara de Campos, o vereador Marcão (PT) cobrou esclarecimentos da Prefeitura sobre a alocação de orçamentária (2013) no valor de R$ 8,2 milhões para obras e instalações no Cepop. Ao justificar o seu pedido, que foi negado pela bancada governista, o petista perguntou. “No Rio tem Maracanã e Maracanãzinho. Em Minas tem o Mineirão e o Mineirinho. Será que vamos ter em Campos o Cepop e o Cepopinho? São mais R$ 8 milhões para uma obra que, até então, estava pronta”, frisou Marcão, que foi além. “Na minha casa só gasto com festa quando saúde e educação estão muito bem. Será que a cidade que está em último lugar no Ideb e vive uma epidemia de dengue pode gastar tantos milhões com festa?”, perguntou Marcão.

Neném: “Isso é demagogia” — A alfinetada do governista não foi bem recebida pela oposição. “Na minha opinião essa história de falar em Cepopinho é ironia e demagogia”, disparou o vereador Neném (PTB).

Paulo Hirano: “Se querem comandar o governo, basta se candidatar” — Ao explicar a necessidade dos R$ 8 milhões, o líder do governo na Câmara, Paulo Hirano (PR), elogiou o Cepop e explicou que são instalações finais. “Mais uma vez a oposição faz analogias para confundir a população. Se querem comandar a Prefeitura, basta se candidatar ao governo municipal e tentar vencer a eleição. Todos os gastos fazem parte de um planejamento e não existe nada fora do comum. O Cepop é uma obra histórica que vai ficar por séculos”, disse Hirano.

José Carlos quer Cidade do Samba — O vereador José Carlos (PSDC), ao ver o clima quente, colocou mais lenha na fogueira. “Quer saber, o Cepop é uma maravilha e eu ainda quero mais. Tenho uma proposta no forno para incluir uma Cidade do Samba lá no Cepop, com barracões para todas as escolas, como acontece no Rio e em São Paulo”, revelou o governista.

Mauro Silva dispara — Irritado com as comparações da oposição e com a pergunta sobre a construção de um Cepopinho, o vereador Mauro Silva (PT do B) também usou a tribuna da Casa. “Então a presidente Dilma não vai fazer Carnaval porque o Brasil tem 22 milhões de miseráveis. Esse tipo de ironia é uma falta de respeito e não tem cabimento”, disse.

Auxiliadora alfineta Cabral — A vereadora Auxiliadora Freitas (PHS) foi no mesmo embalo. “O Rio do goverandor Sérgio Cabral não vive problemas nas áreas da Saúde e da Educação? Então como é que investe em estádios para a Copa de 2014 e Olimpíadas de 2016?”, indagou.

Marcão responde — Ao responder, Marcão afirmou: “Vocês devem pedir para Garotinho cobrar informações de Dilma e Clarissa de Cabral. Aqui, nesta Câmara, temos que cobrar da prefeita Rosinha. Fomos eleitos para isso”, disse.

Nildo brinca — Depois de toda a discussão, levando em conta a máxima de que um apelido só pega quando alguém não gosta, o vereador Nildo Cardoso (PMDB) brincou. “Pelo jeito o Cepopinho pegou”.

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Este post tem 7 comentários

  1. Pedro

    O CEPOP junto com a obra da beira-valão são os maiores absurdos deste governo (trecho excluído pela moderação). Tudo para financiar este câncer político enraizado e metastático que aflige nossa cidade chamado Garotinho, ridículo até no apelido. Deus tenha piedade de nós.

  2. Marcos Paulo

    Pedro, falou pouco, mas falou tudo… O ego do patrão é maior do que qualquer coisa… ele só pensa na presidencia da republica… Acho que se ele pudesse, se fosse militar, logo queria dar um golpe de estado… rs

  3. Romeu Roma

    R$ 8,2 milhões seria suficiente pra cobrir aquele “esgoto” (pra não usar palavra chula) à ceu aberto na beira valão???

  4. Renato Aveiro

    Infelizmente a situação atual é culpa em parte da fraca, omissa e inoperante oposição em Campos….sem falar do povo que toda eleição vota nos mesmos candidatos….por falta de opção também….
    Os órgãos estatais responsáveis pela fiscalização das contas da Prefeitura não se articulam e também …não agem…….apesar das gigantescas trapalhadas da Prefeitura com o dinheiro público….
    É preciso união de forças contra esta ditadura que aí está…..é hora de agir já e não somente na época da eleição…porque o $$$ da prefeitura faz a diferença em favor destes ” governantes dos royalties”.

  5. Savio

    São milhões gastos com o Circo para manter a manada, enquanto ao mesmo tempo fazem estardalhaço para pagar FGTS atrasados dos concursados de 1990!
    E se o OBSERVATÓRIO não tomou conhecimento, que procure apurar a decisão compulsória de “converter” os concursados mais recentes, de “celetistas” para estatutários!

    O que deve ser investigado “a mais”? Simples! O FGTS destes concursados atrasadíssimos por anos a fio!

    Pergunta para os jurídicos: Para esta “exigência”, não seria o correto que fossem acertadas as obrigações trabalhistas, dentre elas, o FGTS?

    Conclusão: Houve esta conversão com todos os acenos de que é “vantajoso” ser estatutário do que “celetista”. No meu ponto de vista, a dívida de FGTS já estava muito grande, somada ao dos concursados de 1990, o volume se tornava significativo! Daí, a “artimanha” de lançarem todos como estatutários, e o FGTS ir “pingando” na Caixa Econômica”!

    Numa só palavra, mais um GOLPE maquiavélico da (trecho excluído pela moderação) Rosada!
    Só os tolos foram capazes de ver “vantagem” no que não há, pra começar, nos seus próprios FGTS! E tudo fica quieto, como numa noite escura, num filme de terror!

  6. maria

    Enquanto isso nosso PALACIO DA CULTURA ,o PARQUE ALBERTO SAMPAIO e o MERCADO MUNICIPAL jazem abandonados.
    Governo Municipal:VERGONHA NACIONAL!

  7. Ruy

    E eu que achava que o Cepop é que era o cepopinho!!!!

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