Edson 2016 e o dilema: agradar ao “mestre” é agradar ao povo?

Para quem já assistiu à genial série de animação “Toy Story”, baseados nos efeitos de computação gráfica da Pixar que revolucionaram o cinema, uma das tantas cenas hilárias que já fazem parte do imaginário cinéfilo popular é ditada pela adoração que os pequenos bonecos aliens de três olhos devotam à garra de um brinquedo, na lanchonete temática Pizza Planet, com a qual as crianças tentam retirá-los. Num fanatismo de fazer inveja a qualquer talibã, os bonequinhos apontam para cima e repetem religiosamente o mantra: “O Garra! Ele é o nosso mestre! Ele escolhe quem vai e quem fica!”.

Abaixo, em castelhano, essa língua da qual Chico Buarque disse se originar o português como mera variante periférica, o vídeo com a cena…

De Hollywood à planície goitacá, Edson Batista (PTB) chegou a presidente da Câmara de Campos por estar disposto a fazer coisas, para atender aos desejos do deputado federal Anthony Matheus, o Garotinho (PR),  que pouca gente, mesmo nas hostes governistas, teria flexibilidade moral ou cervical para fazer. De fato, não foi por outro motivo que o colunista da Folha Murillo Dieguez chegou a afirmar que, entre Edson e Mauro Silva (PT do B), a opção pessoal daquele que “escolhe quem vai e quem fica”, recaiu sobre o primeiro, depois que o segundo teria revelado não estar disposto a fazer o jogo sujo que se anunciava no chamado “Plano Nahim”, urdido pelo próprio irmão deste para chantageá-lo, no sentido de impedir sua participação na campanha de governador em 2014, após já ter-lhe cassado a reeleição a vereador em 2012.

Bem verdade que outros edis governistas, como Thiago Virgílio (PTC), cuja candidatura foi lançada e anabolizada pessoalmente pelo “Garra” do grupo governista, só para dividir com Nelson Nahim (PPL) o reduto eleitoral comum dos dois então candidatos no Parque Aurora, também teria essa disposição, mas por questão, digamos, de estilo pessoal (emblematicamente resumida aqui, no vídeo da invasão do Heliporto do Farol, em cenas de e arrastão e vandalismo explícitos) foi mais corretamente designado ao papel de “cão de fila”, ou “pitbull rosa”, como o alcunhou aqui, o jornalista Gustavo Matheus. Cinofilia à parte, sempre que interessa ao “Garra” fustigar Nahim, não por coincidência, é Virgílio quem surge para rosnar e ameaçar morder.

De qualquer maneira, como Edson tem segredado aos seus pares governistas na Câmara que não pretende mais ser candidato a vereador, todos têm entendido a “confidência” como um velado, mas claro, lançamento de si mesmo à sucessão da prefeita Rosinha (PR), em 2016. Neste sentido, mostrar-se subserviente a todos os ditames do “mestre”, pode mesmo pesar na decisão de quem, no grupo, “escolhe quem vai e quem fica”. Só resta saber se essa submissão absoluta ao “Garra”, fisiologismos eleitorais à parte, terá o mesmo efeito na hora de conquistar a simpatia daquele que, de fato, operará o “brinquedo” das urnas de 2016: o povo.

fb-share-icon0
Tweet 20
Pin Share20

Este post tem 3 comentários

  1. JOSE GERALDO

    Muito oportuna e inteligente a identificação do dublê de prefeito/deputado aqui de Campos com a ficção de “O GARRA” acima ilustrada.

    Como explicado acima, ELE, O GARRA, tem o poder divino e evangélico de dizer o futuro de todos os seus subalternos, tanto os medíocres, quanto os vassalos, e aqueles que precisam gravitar sob a sombra do poder para terem sua existência reconhecida, ou ainda, aqueles que dele dependem até para sobrevivência, prestando-se a qualquer papel nessa hierarquia despótica e servil.

    A SUBSERVIÊNCIA e a FALTA DE PERSONALIDADE são as principais características para estar sob o manto do “GARRA DA LAPA” de Campos. E ele a impõe sem admitir qualquer obtempero à essa condição. Só lhe serve, se a submissão for TOTAL. Isso O GARRA DA LAPA impõe até aos seus familiares diretos, como se vê no comportamento de sua amada e do presidente do PR local.

    Que ninguém ouse questioná-lo: de imediato é defenestrado. Seja médico, advogado ou engenheiro ou etc.

    De nada adianta o atual Presidente da Casa Legislativa de Campos, o competente médico Edson Batista, acenar com qualquer predisposição hoje, sinalizando o futuro.

    Lá, na oportunidade que assim entender o dublê e GARRA, vai PINÇAR QUEM ELE ENTENDER QUE SERÁ UNGIDO COM SUA ESCOLHA, PARA O QUE DER E VIER.

    E QUE DIGAM AMÉM…

  2. oswaldo

    O Dr. Edson é inteligente o suficiente para obedecer as ordens do patrão, caso contrario terá o mesmo destino no vereador Nelson Nain.

  3. Maria

    O Dr Edsom é muito fiel para o meu gosto .É uma pessoa integra,honesta,pobre não sei porque ainda não desembarcou desta canoa furada

Deixe um comentário