Feijó: definição para deputado estadual e federal em 2014 será de Anthony

“Um sobrevivente”. Em sua própria definição política, o deputado federal Paulo Feijó (PR) não entra de sola na discussão da disputa pelas vagas que seu grupo reservará aos candidatos locais à Câmara Federal e à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Com a experiência de quem está na vida pública há quase 30 anos, ele não antecipa agora uma discussão que só será definida nas convenções partidárias daqui a um ano. Todavia, como fez o deputado estadual Geraldo Pudim (PR), sutilmente também deixou seus recados à deputada estadual Clarissa Matheus (PR), todos pré-candidatos a federal em 2014, a quem lembrou a importância dos três se elegerem. Quanto à Alerj, embora defenda a legitimidade do pleito do vereador Adbu Neme (PR), ele não só empurra a discussão ao futuro, como sob o juízo de quem de fato a decidirá: o deputado federal Anthony Matheus (PR), reafirmado pelo colega de Câmara em sua pré-candidatura a governador.

Folha da Manhã – O PR de Campos terá mesmo três candidatos à Câmara Federal: você e os deputados estaduais Clarissa e Pudim?

Paulo Feijó – A princípio sim, mas nós temos ainda 12 meses até as convenções que irão oficializar as candidaturas para definir este quadro. Não se pode ter ansiedade.

Folha – Campos e região têm caixa para eleger vocês três?

Feijó – Campos e região têm votos para eleger até um número maior de deputados federais, é só o eleitor valorizar os candidatos da sua terra, não deixando acontecer o absurdo que aconteceu em 2010, quando, somente em Campos, 80 mil eleitores votaram nos candidatos de fora. As lideranças políticas, as entidades representativas, os eleitores e, principalmente, a mídia podem ajudar nesse trabalho importantíssimo de conscientização sobre a necessidade da regionalização do voto.

Folha – Em entrevista à Folha (aqui), Pudim disse que Campos teria entre 100 mil a 120 mil votos para candidatos locais a deputado federal pelo PR. Nas contas dele, que disse serem as mesmas de Anthony Matheus, se Clarissa fizesse entre 10 mil a 15 mil votos campistas, o que sobrasse bastaria para que você e ele saíssem da cidade com as eleições praticamente asseguradas. Concorda com essa aritmética?

Feijó – A viabilidade eleitoral dos três candidatos a federal do PR é enorme. Campos e região têm 800 mil eleitores, e saberemos trabalhar este eleitorado para que nós três sejamos eleitos, levando-se em conta também que Clarissa tem um trabalho muito forte na cidade do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense.

Folha – Também em entrevista à Folha, Clarissa declarou (aqui) que não aceitará ser tratada como candidata do Rio. Como analisa esse posicionamento e até que ponto ele atrapalha nas contas eleitorais feitas por Pudim?

Feijó – Clarissa tem um forte vínculo político com Campos e região, e também alta densidade eleitoral no Estado. Pela sua experiência política, com certeza ela entende a importância da minha eleição e a de Pudim para consolidação do nosso grupo político.

Folha – Dos três pré-candidatos a federal, você é o único que concorreria à reeleição. Isso deixa sua vaga mais garantida? E até que ponto ajuda na eleição?

Feijó – Renovação de mandato a cada eleição fica mais difícil. Eu sou sobrevivente. Depois de Garotinho, que começou em 1986, sou o político de vida pública mais prolongada na região, tendo iniciado em 1988. Fui duas vezes vereador e quatro vezes deputado federal. Já tive altos e baixos. Hoje, neste novo mandato, estou recomeçando em ascensão, e muito otimista em relação a 2014, pelo reconhecimento dos eleitores e pelas oportunidades a mim concedidas pelo deputado Garotinho.

Folha – Pudim também disse que o projeto do PR fluminense é fazer oito federais e entre 10 a 12 estaduais. É isso mesmo?

Feijó – Pode ser. Garotinho tem que se caracterizado como um grande articulador político e contribuidor para o crescimento dos partidos. Foi assim por onde ele passou: no PDT, PSB, PMDB e agora no PR. Com certeza, nós iremos fazer novamente uma excelente bancada federal e estadual.

Folha – Em relação à Alerj, concorda que o limite de candidatos do PR em Campos não pode passar de três, sob risco de pulverização da votação? Quem seriam os pré-candidatos locais do seu partido com mais chance de ter a vaga?

Feijó – Três é um número razoável, mas ainda está cedo para definir este quadro. Precisamos aguardar, porém o mais importante é que o eleitor valorize os candidatos da terra para que o PR e os outros partidos elejam o maior número de deputados, o que será muito importante para nossa região. Quanto aos nomes, todos têm chance, e serão escolhidos aqueles que em junho do ano que vem estiverem com melhor aceitação eleitoral.

Folha – Além do PR, quais partidos da base da prefeita Rosinha lançariam candidatos à Alerj? O PP de Albertinho, o PT do B de Mauro Silva, o PSC de Genásio (opções elencadas aqui)? Algum outro? Quantos candidatos locais a estadual, em seu entender, o grupo deveria apresentar?

Feijó – Como disse anteriormente, este quadro só se definirá em junho de 2014. Serão candidatos os que tiveram maior viabilidade eleitoral. Para ser candidato do grupo, estadual ou federal, tem que ter o apoio de Garotinho, que é o líder e o nosso pré-candidato a governador. No grupo, ninguém tem musculatura eleitoral para ser candidato sozinho.

Folha – Além de Clarissa, quem também reagiu à entrevista de Pudim à Folha foi Abdu Neme (aqui), que usou o fato de ter sido o vereador mais votado do PR em 2012 para cobrar sua vaga no partido para disputar à Alerj em 2014. Já que ele apoiaria você a federal, como entende o pleito do vereador?

Feijó – Legítimo, Abdu Neme é um excelente vereador, de forte expressão eleitoral. Assim como é legítimo também para os demais vereadores que pleiteiam a vaga de deputado estadual ou federal, independente de partido. No entanto, quem almeja tem que trabalhar muito e não pode ter ansiedade. Este quadro só será definido em 2014 matematicamente, sob a condução do deputado Garotinho.

Folha – Em resposta ao colunista Ilimar Franco (aqui), de O Globo, Anthony Matheus garantiu (aqui) que Rosinha não será candidata a governadora. Até que ponto ele levará sua própria pré-candidatura à sucessão de Cabral? Acaso desista, como fez em 2010, quando decidiu concorrer a federal, até que ponto isso pode modificar os planos para 2014 de quem busca vaga para disputar o pleito à Câmara, como foi o caso de Pudim, três anos atrás?

Feijó – Já está definido. O nosso pré-candidato a governador é Garotinho, hoje o pré-candidato com maior viabilidade eleitoral no Estado do Rio. Em qualquer pesquisa que se faça, ele está em 1º lugar com razoável folga em relação ao segundo colocado. O que aconteceu em 2010 foi uma decisão política injusta do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que não deu o registro para que Garotinho fosse candidato a governador, daí a opção pela candidatura a deputado federal. Essa perseguição, com certeza, não irá acontecer novamente, até porque o caso já foi resolvido com vitória para Garotinho no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Folha – Natural de Madalena, você sempre foi político de atuação e expressão eleitoral regional. Mantém a característica? Até que ponto ela pode ajudar em sua reeleição?

Feijó – Com certeza ajudará muito. Continuo mantendo esta característica e hoje talvez atravesse o meu melhor momento político regional eleitoral, até porque Garotinho me concedeu a oportunidade de coordenar as eleições municipais em vários municípios da região Norte/Noroeste Fluminense, e os resultados foram extremamente positivos.

Publicado hoje na edição impressa da Folha.

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Este post tem 16 comentários

  1. Felipe

    Quem viu Paulo Feijó! Agora esta tendo que pedir benção a Garotinho esse Garotinho que tanto o massacrou, na verdade não é só o Feijó também tem o Pudim, Suledil e muito mais é só fazer o que o Garotinho não goste pra ver.

  2. Silvio Pessanha

    Quem nasceu pra ser capacho, não poderia mesmo ser cobertor.

  3. sergio ribeiro pessanha

    ACHO UMA INJUSTIÇA JULGAR O DEPUTADO FEIJÓ PORQUE SE UNIU A GAROTINHO, NÓS DEVEMOS ANALISAR PRIMEIRO O CARATER, O TRABALHO A PESSOA AMIGA DESTE NOBRE DEPUTADO.FEIJÓ DEVE SER RESPEITADO POR TUDO QUE FEZ PELA CIDADE COMO DEPUTADO,QUANTO A ESSA UNIÃO. ,EM POLITICA NÃO PODEMOS SER INGESSADO ,O MUNDO EVOLUE E AS MUDANÇAS SÃO INEVITAVEIS.

  4. rodigues

    QUEM SOBREVIVE PRA SER CAPACHO TEM DIGNIDADE?

    (Trecho excluído pela moderação)

  5. Douglas

    suledil vai sair do armário:contra todos ele vai lançar sua própria candidatura a prefeito. ele fez fofoquinha na secretaria de governo para que pudim desse aquela “entrevista poste” para ter mal estar com Clarissa. briga e fala mal abertamente de vários vereadores e secretários . cria dor de cabeça para cima e desestrutura o que foi custoso costurar. acho ele deve ter vasado o email , para ser chamado de lacaio e safado por todos os leitores da folha da manha e mostrar para cima o quanto ama o casal e quanto ele é perseguido e pobre coitado!

  6. Carlos Heitor

    Fico pensando como que parlamentar consegue olhar de frente (trecho excluído pela moderação)?

  7. Roberto Vieira

    Sem dúvidas, Feijó foi o deputado federal que mais fez por Campos e pela região. O Ferreira Machado, o Alvaro Alvim (Mackol está de prova) e a Santa Casa estão de prova.

    Aos que falam mal dele, pergunto:
    Qual deputado fez mais por Campos?
    O que fez Arnaldo Viana?
    O que fez Pudim?

    Feijó é o deputado de Campos e ponto final.

  8. Odracir Satierf

    Em Sào Fidélis ao se tornar aliado do prefeito deputado jogou milhares de votos fora. Só um milagre para ele recuperar eleitores aqui.

  9. Odracir Satierf

    Falei de Feijó é claro.

  10. maria

    Não sei porque ele jogou voto fora em São fidelis acho q quem jogou voto fora foi os q votaram no arial prefeito q não fez nada não fez nada se o hospital armando vidal está desse jeito agradeça a Paulo feijó Pq os outros políticos não querem nem saber

  11. maria

    ali quis dizer atual prefeito e não arial desculpa o erro

  12. carlinhos j.carioca

    Quando vejo pessoas que são defensoras de alguns politiocs falarem em caráter e dignidade…só Jesus,para ter piedade.O Feijó ao se “unir” ao garotinho teve que deixar de lado (trecho excluído pela moderação) é claro,alguem acha que a sua familia lhe deu apoio?Bom quando existe jogo de interesses…aí meu caro,principalmnete na politica onde pelo poder vale tudo,é só rezar a cartilha(garotinho),e aí o passado,vale a frase do garotinho onde diz para os seus ex desafeto “nós tivemos um pequeno desentendimento no passado”.Vi e ouvi isso num reunião onde estava na época Ilsan,Arnaldo,garotinho e claro o Carlito Barbosa(que o garotinho pos o dedo em sua cara o o chamou de (trecho excluído pela moderação)),quem “recebeu” essa frase anos após o episódio abraços.Na politica existe sim mudança de carater e perda de dignidade,mas afinal,isso são coisas irrelevantes para quem detem o poder nas mãos!

  13. Júlia

    Os anos passam e os personagens são os mesmos…precisamos de pessoas novas,sair dessa mesmice que só faz a cidade regredir…
    Essa cidade não consegue se desenvolver e tb estamos cada vez mais sem opções na política.
    ACORDA CAMPOS!!!!!!!!!!!!!!

  14. Andre

    ELEIÇÃO NO RIO

    Não é de hoje que escrevo; a escolha no Rio está restrita a Lindbergh Farias e Garotinho. Cesar Maia é sempre e cada vez mais municipal. Miro Teixeira desistiu (sensatamente) antes de se apresentar, lembrando os tempos da ditadura, quando era o segundo do “governador” Chagas Freitas.

    O vice Pezão não tem votos, e se convenceu que não terá o apoio de Serginho Cabralzinho Filhinho. Este finge que intimida e ameaça Lula e Dona Dilma, só tem um objetivo e quer a recompensa: o cargo de embaixador na França (Paris).

  15. Jose Claudio Ferreira Jabor

    Feijó honra a palavra, sempre honrou, então agora como ele faz parte de um grupo que o Dep. Federal Garotinho é o líder desse grupo, nada mais justo que antes de qualquer decisão a ser tomada, tem que consultar este líder, parabéns Dep. Feijó, são nesses pequenos gestos que observamos quem é compromissado ou não.

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