Por Gustavo Matheus, em 12-07-2013 – 17h35
O hospital Santa Casa de Misericórdia, entidade filantrópica que por essência deveria ser sem fins lucrativos, conveniado com o Sistema Único de Saúde (SUS), não vem oferecendo estrutura e condições de trabalho para os médicos que por lá trabalham, e o fato resultou numa confusão sem fim. Uma verdadeira bola de neve.
O administrador da Santa Casa, o senhor Benedito Marques, para piorar toda situação, demitiu os médicos quando estes fizeram uma denúncia à secretária de Saúde, cobrando, desesperadamente, uma solução. Os plantonistas estão agora em litígio com a Santa Casa, com uma audiência marcada para próxima quinta-feira, às 17h, com o Ministério do Trabalho, no fórum. Juntamente dos administradores da entidade, estarão os médicos e membros da secretaria de Saúde.
Informações constatam que a Prefeitura estaria em dia com o repasse da verba, mas, pelo o sistema hoje em dia ser o Pleno (quando o repasse é feito diretamente aos administradores, os deixando responsáveis pelo pagamento das distribuidoras, funcionários e empresas), de alguma maneira os pagamentos não estão sendo realizados, segundo a denúncia de um dos funcionários. Até mesmo os equipamentos básicos de atendimentos médicos estão em falta. Um comunicado foi liberado por uma empresa responsável pela distribuição de marca-passo, dizendo que o pagamento está atrasado e que infelizmente não poderá entregar mais o aparelho. Alguns médicos estão revoltados com a situação, pois há pacientes com necessidade do mesmo no local.
O secretário de Saúde e vice-prefeito Chicão (PP) disse que o importante, para a Prefeitura, é que a Centro de Terapia Intensiva (CTI) não pare e que os atendimentos sigam ocorrendo. Chicão, que também é médico, ainda disse que a secretária fez tudo o que pôde ser feito.
“Olha, realmente temos uma audiência marcada para próxima quinta, mas já fomos informados pela Santa Casa, oficialmente, que a troca da equipe será realizada em breve. Portanto é oficial. Nosso papel é evitar qualquer interrupção no atendimento. A CTI não pode parar. Somente tomaremos alguma medida indesejável se não houver opção. Quanto à questão da demissão dos profissionais, está fora da minha alçada”, disse Chicão.
Quem também falou sobre o caso foi o presidente do CREMERJ (Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro) Makhoul Moussalem (PT), que acredita que a postura dos administradores da Santa Casa é digna de interdição, caso seja comprovado o déficit estrutural alegado pelos médicos. “O que vem ocorrendo é inadmissível. Como você troca uma equipe médica e mantém as mesmas condições desumanas de trabalho. O que eu posso fazer é realizar uma fiscalização e, se for constatado o conteúdo da denúncia, interditar a Santa Casa”,
A administração da entidade informou que o Dr. Sérgio iria assumir a CTI, mas não forneceu sobrenome ou maiores informações.
Caos na saúde.Que Deus nos ajude se a Santa Casa fechar.