Segundo colocado na última disputa à Prefeitura de Campos, ainda que sem conseguir forçar o segundo turno com a prefeita Rosinha (PR), o petista Makhoul Moussallem quer garantir a manutenção dos seus mais de 60 mil votos, nas urnas de 2012, para a eleição à Câmara Federal, em 2014. Em outros municípios, como Macaé e Maricá, onde já teve declarado o apoio dos respectivos prefeitos, Aluízio Júnior (PV) e Washington Quaquá (PT), Makhoul espera ampliar o eleitorado em todo o Estado, assim através da sua militância na medicina e da numerosa colônia libanesa fluminense. Em relação à composição de chapas com os pré-candidatos do PT de Campos à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), ele lembra que lançou seu nome a federal no mesmo dia que Odisséia Carvalho a estadual. Mostrando respeito às prováveis alianças de Alexandre Lourenço com Molon, e de Marcão com Chico D’Ângelo, Makhoul busca o que há de comum entre ele e seus correligionários goitacá, mas ressalva: “Não sendo adúltero, sou político-partidariamente poligâmico”.
Folha da Manhã – Você teve 61.143 votos para prefeito de Campos, em 2012. Não bastou para o forçar o segundo turno com a prefeita Rosinha (PR), mas quantos desses votos pretende manter na eleição para deputado federal?
Makhoul Moussallem – Se possível, manter todos e tentar acrescentar mais votos, já que não há motivos para que as pessoas que em mim confiaram para ser prefeito, não confiem para ser deputado. Na eleição de 2012, em torno de 103 mil pessoas votaram na oposição. Até o momento, sou o único pré-candidato a deputado federal do grupo da oposição, donde, se trabalharmos com afinco, acredito que poderemos não só manter os nossos, como conquistar mais votos.
Folha – Além dos votos de Campos, você terá o apoio dos prefeitos Aluízio Júnior (PV), de Macaé, e Washington Quaquá (PT), de Maricá. Como os conquistou e o que eles podem ajudá-lo a conquistar em 2014?
Makhoul – O apoio do meu amigo Aluísio Júnior, prefeito de Macaé, como ele mesmo declarou numa entrevista à Folha da Manhã, é porque me conhece de longa data e sabe do meu caráter e da minha maneira de pensar, e acredita que eu posso representar bem o Norte Fluminense na Câmara Federal, defendendo não só os interesses de Campos e Macaé, como de todos os Municípios da região, e, inclusive, do Estado, principalmente na área da educação e da saúde. O apoio de Quaquá é pelos mesmos motivos, e também por acreditar que eu possa ser uma força renovadora no PT. Ambos podem e vão me ajudar na captação de votos de maneira ética, conquistando uma cadeira na Câmara dos deputados, onde vamos levantar as bandeiras da educação e da saúde, e apresentar projetos de interesse coletivo, como, por exemplo, o “Brasil Saudável”, que começa com a alimentação sadia, prática de esportes, aprimoramento da atenção básica, finalizando com a assistência médica na média e alta complexidade.
Folha – E sua atuação como médico, na Unimed, no Álvaro Alvim e no Cremerj, como podem ser revertidos em votos e apoio político? No mesmo sentido, que apoio espera ter da comunidade libanesa fluminense?
Makhoul – A minha atuação ao longo da minha vida profissional foi sempre visando o coletivo. Montei o primeiro Pronto Socorro de Campos na Santa Casa em parceria com a mesma, a Prefeitura e o Inamps. Fundei a Unimed-Campos com outros 60 colegas. Na presidência da Fundação Benedito Pereira Nunes transformei o Hospital Álvaro Alvim, um prédio de 6 andares, onde só funcionava o ambulatório no térreo, em Hospital de Ensino (Hospital Escola Álvaro Alvim), certificado pelos ministérios da Saúde e da Educação, e instalei vários serviços de excelência para atender o SUS. No Cremerj, onde já sou conselheiro por 20 anos, trabalho junto com outros 41 conselheiros pela preservação da ética, pugnando por melhores condições de trabalho para os médicos e, consequentemente, melhorando o atendimento à população. Todos que comigo trabalharam e trabalham nestas instituições sabem da minha capacidade de trabalho, honestidade de propósitos, das minhas convicções sociais e humanitárias. E, sem dúvida, são meus apoiadores em qualquer tarefa que eu empreenda, ajudando-me politicamente e na conquista de votos. É evidente que há exceções; não tenho a pretensão de agradar a todos e nem de ser unanimidade. Os projetos na área da saúde contarão com apoio da esmagadora maioria dos médicos e de outros profissionais da saúde. Em relação à comunidade libanesa fluminense, tenho a pretensão de ser por ela apoiado politicamente e em votos. Sou um dos poucos libaneses que se tornou brasileiro da gema, sem, no entanto, renegar a sua origem e de perder a ligação com ela, de falar e escrever a língua árabe e de querer uma profunda comunhão do Líbano com o Brasil, em favor dos dois povos e de se orgulhar de ambos.
Folha – Em relação à sua condição de médico, você participou ativamente da mobilização contra a contratação de médicos cubanos pelo governo federal do PT. Entre o médico e o petista, sua opção será sempre pelo primeiro? Por quê?
Makhoul – Antes de ser médico e ser filiado ao PT, sou um cidadão brasileiro que gosta de seu país e dos seus compatriotas, donde a minha primeira opção será sempre pelo que acredito ser correto e o melhor para a população, principalmente a carente. Não só fui contra a contratação de médicos estrangeiros sem revalidação do diploma, como também fui contra a MP 621 na sua íntegra, porque entendo que não vai resolver o problema da assistência médica no país. Medidas midiáticas para atender o clamor das ruas, decididamente, não são o melhor caminho e nem fazem a minha cabeça; mas sim um estudo profundo das raízes do problema e daí um planejamento sério e estratégico com começo, meio e continuidade. Participei ativamente e continuarei participando, emitindo minha opinião sempre que se fizer necessário, pois, modéstia à parte, deste riscado eu entendo; inclusive e, principalmente, para ajudar o PT a reencontrar o seu verdadeiro caminho na solução dos problemas nacionais e na consolidação da cidadania e da democracia.
Folha – Você participou da manifestação dos médicos no último dia 3, que saiu do HFM até a praça São Salvador, onde se juntou aos “Cabruncos Livres”, seguindo até a Câmara. Após ver de perto, qual sua opinião sobre o movimento dos jovens nas ruas de Campos?
Makhoul – O meu contato com os “Cabruncos Livres” foi de uma boa comunhão, por eu já defender as mesmas bandeiras. Por ser contra a maneira vigente de se fazer “política”, fui chamado de “arrogante e de não saber fazer política”. Agora já tem uma multidão de “arrogantes que não sabem fazer política”. Junto com os jovens e com outras faixas etárias e com os “Cabruncos Livres”, vamos livrar a política destes “sabidos e falsos humildes que acham que sabem fazer política”, e estabelecer novo modus faciendi de política, na qual o homem público deve servir e não se servir.
Folha – Dos três pré-candidatos do PT de Campos a deputado estadual, o Alexandre Lourenço já deixou claro seu apoio à reeleição do deputado federal Alessandro Molon. E quanto a Marcão e Odisséia?
Makhoul – O compromisso do Alexandre Lourenço com a reeleição do deputado Molon é anterior a minha pré-candidatura, assim como o do nosso vereador Marcão com a possível pré-candidatura do deputado Chico D’Angelo, atual secretário de Saúde de Niterói. A ex-vereadora Odisséia lançou a sua pré-candidatura no partido no mesmo dia que lancei a minha. Todos somos do mesmo partido e defendemos as mesmas ideias e bandeiras em relação à ética e à honestidade na política. O bom de uma eleição proporcional no Estado é que os votos vão todos para um fundo comum do partido, tanto federal, como estadual, e uns ajudam os outros a se elegerem, donde farei uma campanha partidária, ou seja, casado com todos e todas; não sendo adúltero, já que sou político-partidariamente poligâmico.
Publicado hoje na edição impressa da Folha da Manhã.
Em Macaé (trecho excluído pela moderação). Se é de Campos, lá não vai arrumar nada. Nenhum político de Campos fez algo por Macaé.