Quando e como as eleições de outubro próximo, sobretudo de governador, vão influenciar o equilíbrio de forças entre situação e oposição na Câmara de Campos, que hoje contabiliza 17 dos 21 vereadores na base de sustentação da prefeita Rosinha Garotinho (PR)? Há edis governistas descontentes com o tratamento inferior ao recebido por outros colegas da mesma bancada? O deputado federal Anthony Garotinho (PR), que comanda diretamente os vereadores da prefeita Rosinha (PR), vai mesmo confirmar sua pré-candidatura a governador? Concentrar atenções mais neste projeto estadual do que no plano municipal não abre mais espaço para mudanças no Legislativo Goitacá? Antes da sessão de hoje, esses e outros questionamentos foram feitos pelos vereadores oposicionistas Fred Machado (SDD), Rafael Diniz (PPS) e Marcão (PT).
Os três concordam com seu líder na bancada de oposição, vereador Nildo Cardoso (PMDB), que antes mesmo do pleito de outubro apostou aqui em deserções governistas, as quais disse estar esperando “de portas e janelas abertas”. Já para os edis governistas Paulo Hirano (PR) e Alexandre Tadeu (PRB), qualquer mudança de posição entre as bancadas legislativas de Campos só deve ocorrer depois, ou mesmo durante a disputa do pleito (confira aqui).
Abaixo, o que Fred, Rafael e Marcão projetam para o futuro próximo das bancadas da Câmara Municipal:
Como vereador da base da oposição concordo com o vereador Nildo Cardoso e endosso as suas palavras, onde diz que estaremos de braços abertos para receber apoio de vereadores da base da situação, desde que comunguem com nossas ideologias, que são nossos principais propósitos.Vejo hoje na Câmara alguns vereadores da base da situação carentes de um maior apoio do Executivo, em detrimento de outros que gozam de maior prestígio. Talvez este fato,ou seja, as vaidades pessoais, possam fazer que possamos estar recebendo aliados descontentes por sua fidelidade e compromissos assumidos em campanha, não estarem sendo valorizados e cumpridos pelo executivo. Finalizando, acho que já nas convenções partidárias, estaremos engordando a oposição com vereadores que se sentirem preteridos pelo seu líder maior.
Quanto à chegada de novos vereadores ao grupo de oposição, eu acredito que ela aconteça sim. Não sei precisar quando exatamente, muito menos se será apenas depois de outubro, pois a “campanha” para o Governo do Estado está apenas começando, e até lá muita coisa pode acontecer. De certo mesmo, na minha opinião, é que nossa bancada vai assim aumentar, pois não acredito na vitória do grupo do PR nas próximas eleições para governador, tampouco que essa candidatura realmente vingará, o que os enfraqueceria bastante. Já com relação a receber bem os novos colegas na oposição, posso afirmar que receberei com muita satisfação, pois estaremos fortalecendo cada vez mais o nosso grupo e ninguém faz política sozinho. Só que o grande problema dessa questão de oposição e situação não é quem ou quando mudará, mas os motivos e as razões que levam a formação das bancadas. Nessas horas no Brasil se discute tudo, menos ideologia.
Acredito muito na hipótese de termos efetivamente um aumento da bancada de oposição este ano, a única dúvida é o período em que irá ocorrer, o que posso afirmar é que tenho conversado sobre a conjuntura política com muitos vereadores da base rosa, que quase sempre demonstram algum descontentamento. O planejamento do deputado Garotinho em se tornar governador fez com que este se preocupasse em dar mais atenção às articulações políticas fora de casa, pois acredita que não precisa agradar mais ninguém aqui, o que está gerando esta insatisfação ao ponto de vários vereadores apoiarem outros candidatos que não estarão na base garotista. Está valendo o pensamento de Magalhães Pinto: “Política é como nuvem. Você olha e ela esta de um jeito. Olha de novo e ela já mudou”.
Só não ver quem não quer. A prioridade de Garotinho é conseguir ser novamente governador do RJ. Para conseguir seu intento ele atropela qualquer obstáculo. Se for vitorioso teremos a oportunidade de vê-lo fazer novamente GREVE DE FOME, que vergonha.