Quem julgava o fantasma de 1950 exorcizado nesta Copa do Mundo sediada no Brasil, 64 anos depois da primeira, terá que esperar pelo menos por mais um jogo. O nome daquele encerrado agora há pouco no Itaquerão, em São Paulo, foi um ídolo do futebol inglês. Mas não o incansável meia
atacante do time da rainha, Wayne Rooney, que finalmente marcou seu primeiro gol em Copas. Quem roubou a tarde e início da noite brasileira foi o uruguaio Luisito Suárez, artilheiro e melhor jogador do campeonato inglês, que hoje marcou os dois gols na vitória da sua seleção sobre o English Team. O primeiro de cabeça, após cruzamento preciso do seu parceiro de ataque, EdinsonCavani. O segundo, num contra ataque pela direita, finalizado com um chute cruzado, como foi aquele desferido por outro uruguaio, que selou outra Copa no Brasil, 64 anos atrás.
Se é ainda muito cedo sequer para se falar em classificação do Uruguai às oitavas, projetá-lo nas finais com uma seleção tão pobre em criação no meio de campo, seria ilógico. Todavia, se pela razão o Holanda 5 x 1 Espanha, o Itália 2 x 1 Inglaterra e o Alemanha 4×0 Portugal foram jogos tecnicamente superiores, difícil pensar em outro mais épico nesta Copa, pelo menos até aqui, do que esse Uruguai 2×1 Inglaterra. Quem hoje ouviu os gritos em castelhano ecoados pela torcida Celeste incendiada por Suárez, nas mesmas arquibancadas que xingaram em português uma presidente, não pôde deixar de ouvir em sussurro a advertência de Miguel de Cervantes: “No creo en brujas, pero que las hay, las hay”.
BRUXAS,eu acredito.