Mais de uma pessoa já constatou que a deputada estadual Clarissa Garotinho (PR) herdou o talento político do pai; com vantagens contadas por arroba na silhueta. Ontem, por exemplo, em matéria publicada na página 5 da edição de hoje, ao ser indagada sobre as fortes declarações do senador Lindberg Farias contra seu pai, Clarissa usou a ironia para bater de volta não só no candidato petista ao governo do Rio, como em quem aconselhou este a fazer de Garotinho de alvo preferencial: o ex-presidente Lula.
Em entrevista exclusiva aos jornalistas Dora Paula Paes e Arnaldo Neto, publicada na Folha do último domingo (aqui), Lindberg quis desconversar a pergunta sobre sua fama de não cumprir acordos, exemplificada com uma acusação do político da Lapa, respondendo: “Garotinho não tem autoridade moral para atacar ninguém”. Pois ontem, em matéria do jornalista Alexandre Bastos, publicada hoje na página ao lado (aqui), Clarissa respondeu: “Eu entendo o senador. Está querendo criar uma onda na reta final, mas até agora nem uma marolinha!”
No caso, a deputada estadual do PR e candidata a campeã de votos como deputada federal menosprezou a intenção de Lindberg de tentar criar uma onda eleitoral de última hora ao governo do estado. E ao dizer que a tal “onda” não é nem “marolinha”, Clarissa bateu também em quem mandou Lindberg bater em Garotinho. Ainda presidente, em 2008, Lula chamou de “marolinha” a mesma crise mundial que agora, seis anos depois, corrói a economia do país e afeta as chances de Dilma Rousseff continuar presidente nos próximos quatro anos.
Publicado hoje, na edição impressa da Folha.