A campanha da reeleição apela, mais uma vez, ao discurso do medo

Maria Antonieta por Fabiana Karla

 

 

Economista Elena Laundau
Economista Elena Laundau

Maria Antonieta

Por Elena Landau

 

Sem nenhuma criatividade, a campanha da reeleição apela, mais uma, vez para o discurso do medo. Totalmente previsível. Como o roteiro é o mesmo há anos, as ameaças não surtem mais efeito. Um governo que desmontou a Petrobras insinuar que a oposição vai privatizar a empresa chega a ser patético.

O terrorismo do momento é a volta ao passado. Mas frente à realidade da estagnação econômica e a certeza de empobrecimento da população, o presente é o verdadeiro perigo real e imediato.

Interessante que a obsessão de Dilma com o passado termina em Fernando Henrique. A memória deve ser curta. Sua fixação no ex-presidente é curiosa, explicável talvez pela enorme admiração que sente. Dilma já registrou em carta aberta seu apreço ao afirmar que FHC foi “o ministro-arquiteto de um plano duradouro e o presidente que contribuiu decisivamente para a consolidação da estabilidade econômica”. Como candidata ignora o que disse como presidente.

Apesar da insistência da campanha, o que está em discussão nesta eleição não são os oito anos de FHC ou Lula, mas o mandato de Dilma. De qualquer forma, não há por que temer o passado. Ele traz lições que ajudam na construção do futuro. É bom retroceder para além de FHC se quisermos especular sobre a política econômica em caso de reeleição.

O modelo atual é semelhante ao dos anos de ditadura militar. Como hoje, havia intervenção na economia e subsídios para setores industriais, que eram poupados da competição externa, faltava transparência nas contas públicas e os preços eram administrados. O resultado é conhecido. Os anos 80 foram de recessão e hiperinflação, período que ficou conhecido como “a década perdida”.

Também vêm do passado os aliados de hoje. Suas políticas podem indicar o que esperar em caso de reeleição. Com Sarney o país quebrou de verdade, não é mentirinha. E, como hoje, preços foram controlados artificialmente e, quando liberados, após as eleições, é claro, a inflação voltou com força. Qualquer semelhança com a defasagem nos preços da gasolina e a intervenção no setor elétrico não é mera coincidência.

Outro aliado de peso da candidata é Collor. Esse não precisa de muitas credenciais, mas, em períodos de memória seletiva, é bom lembrar o que ele fez com nossa poupança.

Milhares de eleitores não viveram essas experiências terríveis. E isso é muito bom. Um futuro melhor é a grande herança dos anos de FHC.

Infelizmente Dilma interrompeu um ciclo de estabilidade e crescimento iniciado há 20 anos atrás. Até os vilões da inflação estão de volta. Ao invés do chuchu, a culpa agora é da carne. E como no passado, a recomendação é a mesma: “Ao povo, ovos”.

 

Publicado aqui, na Folha de São Paulo

 

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Este post tem 4 comentários

  1. Herval Guimarães

    Dilma, em seus programas eleitorais, vem criticando veementemente o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, mas se esquece da carta que o enviou em 2011, quando o elogiou por seus feitos e suas habilidades enquanto presidente do país.

    As contradições e desmazelos de Dilma não param por aí. Seu governo afirma que a inflação está alta porque você compra carne. Sim! Para o governo Dilma, você tem que comprar ovo ou frango. É mole?
    Chega! O povo brasileiro precisa da mudança!

  2. Paulo Henrique

    Também não é nenhuma novidade (trecho excluído pela moderação),repetindo o que foi feito em 2010, quando conseguiu levar a eleição para o segundo turno. Na época mostrou uma mala ceio de dinheiro, quem estava lá para fotografar? (Trecho excluído pela moderação). Golpe baixo. Que o povo saiba novamente dar uma resposta nas urnas.

  3. Herval Guimarães

    Piadinha séria e futurista que circula em forma de corrente na internet:

    No dia 2 de Janeiro de 2015, um senhor idoso se aproximou do Palácio da Alvorada e, depois de atravessar a Praça dos Três Poderes, falou para o Dragão da Independência que montava guarda:

    – Por favor, eu gostaria de entrar e me entrevistar com a Presidenta Dilma.O soldado olhou para o homem e disse:

    – Senhor, a Sra. Dilma não é mais presidente e não mora aqui.

    O homem disse:

    – Está bem.

    E se foi.No dia seguinte, o mesmo homem idoso se aproximou do Palácio da Alvorada e falou com o mesmo Dragão:

    – Por favor, eu gostaria de entrar e me entrevistar com a Presidenta Dilma.

    O soldado novamente disse:

    – Senhor, como lhe falei ontem, a Sra. Dilma não é mais presidente e nem mora aqui

    O homem agradeceu e novamente se foi.

    No dia 4 de janeiro ele voltou, se aproximou do Palácio da Alvorada e falou com o mesmo guarda:

    – Por favor, eu gostaria de entrar e me entrevistar com a Presidenta Dilma.

    O soldado, compreensivelmente irritado, olhou para o homem e disse:

    – Senhor, este é o terceiro dia seguido que o senhor vem aqui e pede para falar com a Sra. Dilma. Eu já lhe disse que ela não é mais presidente, nem mora aqui. O senhor não entendeu?

    O homem olhou para o soldado e disse:

    – Sim, eu compreendi perfeitamente, MAS EU ADORO OUVIR ISSO!!!

    O soldado, em posição de sentido, prestou uma vigorosa continência e disse:

    – ATÉ AMANHÃ, SENHOR!!!

  4. ANTÔNIMO

    DILMA VEZ POR TODAS, DILMA 13 !!!
    VOTE (trecho excluído pela moderação)

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