Decisões da tribo
“A democracia é o pior dos regimes, o problema é que ainda não inventaram um melhor”. A frase é do velho leão inglês Winston Churchill (1874/1965). E talvez não haja nenhuma melhor para definir essa invenção grega, anterior a Cristo, de se eleger sem distinção entre os cidadãos qual deles governará a tribo. E a tribo preferiu manter quem já estava no lugar, seja no Estado do Rio, com o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), ou no Brasil, com a presidente Dilma Rousseff (PT).
Vitória tranquila
Bem verdade que a vitória de Pezão foi bem mais tranquila. Com 55,78% dos votos válidos, contra os 44,42% do senador Marcelo Crivella (PRB), ele confirmou sua folgada diferença de dois dígitos apontada por Datafolha e Ibope. Entre os 12 pontos de vantagem previstos pelo primeiro instituto e os 10 projetados pelo segundo, o governador cravou 11,36 pontos à frente do sobrinho de Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) e proprietário da Rede Record.
Tática acertada
Dada sua índole conciliatória e jeito bonachão, por mais que o papel de agressor tenha caído mal para Pezão em determinado ponto da campanha no segundo turno, os resultados das urnas provam que foi acertada a tática de associar a rejeição a Edir Macedo e sua Iurd à imagem de bom moço de Crivella. E este também pagou o preço das alianças desastradas, como a com o deputado federal Anthony Garotinho (PR), dono talvez da maior rejeição entre os políticos fluminenses.
Crivellinho fracassa em Campos
Para se constatar que a aliança com Garotinho não rendeu bons frutos a Crivella, não é nem preciso sair do reduto eleitoral do primeiro. Em Campos dos Goytacazes, Pezão ganhou em nada menos que cinco (98ª, 99ª, 249ª, 75ª e 100ª) das sete zonas eleitorais (mais 76ª e 100ª). Entre os oposicionistas locais, sobretudo aqueles que se engajaram na campanha de Pezão, no primeiro turno ou de carona no segundo, esse resultado campista da eleição a governador já é encarado como chance de vitória na disputa à sucessão da prefeita Rosinha Garotinho (PR), em 2016.
O peso da máquina
Para isso, porém, a oposição de Campos terá que enfrentar a máquina. E como todos os petistas locais se incluem na oposição goitacá, talvez não seja irrelevante ressaltar que, assim como com Pezão, foi a força da máquina quem deu a reeleição à presidente. Vitoriosa com a menor diferença de votos da história da República, apenas 3,28 pontos percentuais à frente do senador Aécio Neves (PSDB), Dilma ultrapassou a marca mínima anterior, que pertencia ao hoje senador e seu aliado Fernando Collor de Mello (PTB). Diante deste fato tão incontestável quanto a vitória de Dilma, nem o petista mais assemelhado a fiel da Iurd poderia supor que ela vencesse Aécio ontem se, no lugar de presidente, fosse uma senadora, por exemplo.
Outros tempos
Em 1989, nos tempos em que Dilma ainda assinava a carteirinha de brizolista no PDT, Collor pegou carona no PRN para derrotar Luiz Inácio Lula da Silva e seu PT no segundo turno presidencial, por exatos 6,06 pontos. Ou seja, conseguiu bater Lula com quase o dobro de diferença pela qual Dilma agora derrotou Aécio. Só que, com um pequeno detalhe desfavorável ao político das Alagoas: como o presidente à época era José Sarney (PMDB), outro aliado do PT dos dias de hoje, Collor ganhou sem ter a máquina.
Bom discurso
Se Dilma levar a cabo as promessas feitas ontem, em seu bom discurso de vitória, de fazer a reforma política, retomar o crescimento econômico, combater de fato a corrupção e optar pelo diálogo com a sociedade para além dos movimentos companheiros bancados por verbas públicas, sua legitimidade incontestável do novo mandato pode também se converter num apoio popular superior à beira da maioria mínima. Isso sem contar os 27,43% dos eleitores que sequer se dignaram a escolher entre ela ou Aécio.
Na prática
Por enquanto, das 27 unidades da Federação, 15 deram a Dilma uma nova chance, enquanto outras 12 preferiam a alternância de poder. Estas dificilmente deixarão de cobrar ao menos a mudança de algumas práticas. Quem tiver alguma dúvida da divisão acirradíssima com que os brasileiros se expressaram democraticamente nas urnas, aconselha-se uma boa olhada no mapa do Brasil desenhado pelo pleito presidencial, no infográfico do Eliabe de Souza, o Cássio Jr, na capa desta edição da Folha. Não há estrabismo maniqueísta ou delírio megalômano que resista.
Publicado na Folha
Se de fato for publicado, aí vai. Parabenizo ao povo fluminense que independente de qualquer obstáculo foi as urnas exercer sua cidadania. No entanto, deixo uma questão no ar: 55,78% escolheram a continuação do estilo Cabral de governar, depois não adianta reclamar, principalmente o bom povo do Norte Fluminense. Lembrem-se do estado do Rio Paraíba do Sul. O que Pezão fez a respeito? Assinou um acordo que diminui a vazão para nossa região beneficiando outros estados e isso é apenas o começo, mas tudo bem, já é de se esperar que os interesses políticos e a discriminação religiosa e sem contar o medo do novo, impeçam o raciocínio lógico. Obrigado. E que Deus nos abençoe.
Acordo é acordo mané.
O que será o amanhã? Você decide. (Trecho excluído pela moderação)
Crivella pensou que fazendo aliança com Garotinho (trecho excluído pela moderação) resultaria numa soma de votos;coitado,se deu mal, bem diz o ditado:”antes só do que mal acompanhado”. Coitado,infeliz o momento em que teve a ideia de procurar o menino pobre da Lapa. Muitos eleitores deixaram de votar em Crivella para não beneficiar o menino pobre da Lapa. Só gostaria de saber o que Garotinho (trecho excluído pela moderação) exijiu em troca da aliança, naturalmente bancar sua próxima campanha com o nosso dinheiro. Crivella deve estar batendo com a cabeça na parede e falando: “burro, burro, isso é para você aprender que quem anda com porco come farelo”.É, Crivella sua vinda a Campos te saiu caro: uma vergonhosa derrota nas urnas no reduto que Garotinho chatinho pensou que liderasse. Aquele tempo em que ele elegia até um poste ficou para trás; nos dias atuais não elege a si próprio,que dirá ter o poder de transmitir votos. Caia na real,seu garotinho(trecho excluído pela moderação)
Disputa do roto x esfarrapado.
Daí a grande abstenção.
Bom dia. (Trecho excluído pela moderação) nos principais jornais e telejornais – todos dando destaque a “dificuldade” que o governo terá no congresso e com os governadores. Uma análise mais realista e isenta de remorso mostrará que os governadores necessitam muito mais do governo federal que o inverso. Exceto parcialmente São Paulo, quem não precisa dos recursos federais para obras? Em relação ao Congresso quais partidos da base aliada não se interessará por ocupara os cargos disponíveis? Essa relação de poder e dependência só acabaria com uma reforma política séria – voto distrital misto, coligações nacionais gerais (para eleição desde presidente ao vereador) com validade até as eleiçoes gerais seguintes, e financiamento público-privado (exceto pessoa jurídica) das campanhas. Sem isso de nada adintará o esforço da presidenta. Daí a importância da consulta popular. Só desta forma o Congresso se movimentará.
Sds
A vitória de Pezão traz desconforto para uma parte da população de Campos: Servidores, vereadores, fornecedores, serviços prestados e mais alguns segmentos sentirão na carne a VINGANÇA POLÍTICA dos rosáceos. Vai haver muito chororô e ranger de dentes.