Da tragédia à farsa
Por Paulo Guedes
“Hegel observou que todos os fatos e personagens de grande importância na História universal acabam por se repetir. E esqueceu-se de acrescentar: ocorrem a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa”, registrava Karl Marx em “O 18 Brumário de Luís Bonaparte” (1852). Pois bem, socialistas bolivarianos e peronistas do século XXI insistem em praticar como farsa os mesmos experimentos que causaram tragédias no século XX. O poder político é conquistado essencialmente pela promessa do Paraíso na Terra. Os pobres, deserdados pela insensibilidade dos liberais e pelo oportunismo dos conservadores, tornam-se então presas fáceis da secular seita socialista que arrancou das grandes religiões a bandeira da solidariedade.
Instalados no poder os socialistas, de sua ignorância em assuntos econômicos resulta inexorável desorganização da base produtiva. Segue-se o caos social e dispara-se finalmente a busca de bodes expiatórios. Assistimos depois aos sucessivos episódios de desonestidade intelectual, irresponsabilidade moral e truculência política como passos inevitáveis de uma desesperada tentativa de manutenção do poder.
Precisamos defender nossas instituições dessa grotesca e recorrente farsa histórica que já tragou nossos vizinhos. Estaremos nos próximos meses testando e aperfeiçoando nossas instituições. Veremos claramente quem são os inimigos de uma sociedade aberta no Brasil. Joaquim Barbosa e Sergio Moro, cujas contribuições demarcaram a independência do Poder Judiciário, advertem-nos para a atuação do próprio ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, que estaria tentando evitar a delação premiada do coordenador de um cartel de empreiteiras para fraudar licitações na Petrobras.
A presidente Dilma tem agora a oportunidade de reafirmar seu compromisso com as apurações dos malfeitos “doa a quem doer”. Pode até mesmo repreender seu ministro da Justiça. Teori Zavascki poderá demonstrar, com impecável desempenho futuro, que não evitava a delação premiada de Renato Duque quando o soltou, mas apenas cumpria o devido rito processual. Seria o Mensalão a tragédia e o Petrolão a farsa? Tempos interessantes, pois pede-se moralidade até mesmo em patrocínios de nossa amoral festa pagã. Escola carnavalesca patrocinada por ditadura não deveria ser campeã.
Publicado aqui, no Blog do Murilo
Santos
23 fev 2015De tragedia em tragedia o Brasil vive uma crise de princípios sem igual, agora o Agripino Maia e acusado (trecho excluído pela moderação) de receber um milhão por corrupção. E olha que o cara é presidente do DEM e foi coordenador nacional da campanha de aecim. Como este cara posou de moralista diante de qualquer denuncia que aparecesse na mídia, (trecho excluído pela moderação), acho que a partir do nosso conhecimento de que tudo que acontece no pais também é responsabilidade nossa sem colocar nos políticos toda culpa. É preciso reconhecer que ao imputar a corrupção so políticos e praticarmos pequenas corrupções no dia a dia como vemos no cotidiano quase sempre é o mesmo que dizer: não queremos mudar nada.