Não sou e dificilmente um dia serei leitor de Facebook, me atendo nesta função ao que escrevem os comentaristas do meu próprio mural. Nele, alguns debates interessantes têm sido gerados, entre pessoas de posições políticas bem distintas, forçando-me a publicar mais pensamentos próprios do que aqui, neste blog, onde tenho mais reproduzido opinião e noticiário sobre o Brasil do Petrolão produzidos por terceiros. Não por outro motivo, na pretensão de que possam ajudar você, leitor deste “Opiniões”, a entender o momento político atual, transcrevo abaixo parte dois comentários concebidos aqui e aqui, entre a noite de ontem e a madrugada de hoje, para responder a dois debatedores diferentes, de ideias diferentes, na democracia irrefreável das redes sociais:
Sobre o protesto contra Dilma em Campos (e o PT local)
Não diria pouca gente, Newton. Certamente mais (e por livre e espontânea vontade), do que aqueles que na sexta só saíram daqui ao Rio pela viagem de ida e volta paga, com direito a quentinha e R$ 80 por cabeça. Todavia, concordo contigo que essas mesmas 800 pessoas, independente de ser consideradas poucas ou muitas, tropeçam na própria hipocrisia qd protestam contra Dilma e se calam sobre Rosinha. Ademais, bom nunca esquecer que o PT de Campos tem um dos melhores vereadores entre os 25 da atual legislatura: Marcão.
Sobre o PT nacional, impeachment de Dilma e reforma política
(…) Qt ao PT, sabe quem foi seu pai de verdade? O general Golbery do Couto e Silva, eminência parda da Ditadura Militar, sobretudo na presidência de Ernesto Geisel, a quem o cineasta Glauber Rocha chamou de “o gênio da raça”. Ao pôr em prática a “distensão lenta e gradual” e permitir a volta dos políticos exilados com a Lei da Anistia, Golbery soube identificar o namoro da USP com o sindicalismo do ABC para estimular e permitir a criação do PT, visando rachar o trabalhismo brasileiro com o retorno de Leonel Brizola, herdeiro natural do getulismo. O general estava tão certo que Lula acabaria tirando de Brizola a chance de disputar o segundo turno presidencial, em 1989, com Fernando Collor de Mello, hoje aliado do PT no Senado e tb listado no Petrolão. Qt ao velho PCB, ele realmente teve vários outros valores. Na Ditadura Militar, por exemplo, sua maior virtude foi se opôr à luta armada, canoa furada na qual embarcou Dilma Rousseff com objetivo confesso de implantar uma outra ditadura no Brasil e tendo como única consequência prática o recrudescimento da repressão. Em tempos mais felizes de democracia, sim, maioria é maioria. Agora, seja ela de 50,1% ou 99,9%, se quem foi eleito cometeu crime de responsabilidade, a lei determina que seja apeado do cargo. Na incerteza (ainda) se este é o caso de Dilma, creio não existir ninguém em sã consciência capaz de imaginar que a presidente, com apenas 7% de aprovação popular, hoje fosse capaz de ganhar uma eleição de síndica de prédio. Diante de tanta insatisfação popular, se vivêssemos num regime parlamentarista, para o qual a Constituição de 1988 foi feita, seria mais simples: dissolver-se-ia o governo, com convocação imediata de novas eleições gerais. Como o regime que venceu o plebiscito de 1993 foi o presidencialista, ficamos nesse hibridismo, esse presidencialismo de coalizão montado sobre (e sob) uma carta magna parlamentarista, num modelo que foi definitivamente esgotado pela cooptação do Congresso na corrupção que sempre existiu no Brasil, mas foi institucionalizada pelo PT como produto de linha de montagem, como bem evidenciou o recente depoimento na CPI da Petrobras dado por Pedro Barusco, ex-diretor da estatal. Não por outro motivo, urge a reforma política! O gd problema é fazê-la com os políticos que aí estão.
Nós somos CONTRA A REFORMA POLÍTICA porque ela vai legitimar para sempre estes bandidos no poder, assim como acontece na Venezuela. Somos favoráveis ao financiamento PRIVADO de campanha, porque não ficaremos reféns de bandidos totalitários que vão colocar quem somente eles quiserem no poder. Eles querem destruir de vez a tão combalida democracia, ultrajada por sua policia política que usa métodos da GESTAPO para perseguir alvos da esquerda e que foi denunciada no livro do Romeu Tuma.
O PT QUER DAR O GOLPE COMUNISTA, REFORMA POLÍTICA DO PT É ENTREGAR AS DECISÕES DO PAÍS NAS MÃOS DE CUT, MST E UNE.
FOI INSPIRADO NOS SOVIETES, CONSELHOS POPULARES RUSSOS, QUE DEPOIS FOI COPIADO POR HUGO CHAVEZ, CRIANDO TAMBÉM UMA NOVA CONSTITUINTE.
AGORA MAIS DO QUE NUNCA OS PROTESTOS DEVEM VIR COM ESSE FOCO, NADA DE REFORMA POLÍTICA DO PT.
PRIMEIRO TIRA-SE O PT, DEPOIS FAÇAMOS A REFORMA SEM O DEDO DELES.
perguntar pode????
SE A CULPA É DO PT,
então por que TANTO DESVIO E FALCATRUAS EM CAMPOS, QUE MAIS PARECEM OBRAS DO PAC, se o governo Rosinha é do PR?
Caro Jaci Capistrano,
Não concordo com seu radicalismo, que me lembra por oposição o de alguns fanáticos da seita petista — sim, eles ainda existem. Mas concordo com seu argumento: antes da necessária reforma política, é preciso que a faxina do Petrolão vá até o fim, doa a quem doer e se o Dias Toffoli permitir.
Abç e grato pela chance do debate!
Aluysio
Caro Edi Cardoso,
É exatamente essa a hipocrisia do campista a quem me refiro no título da postagem e no primeiro comentário transcrito. Como qualquer campista pode protestar contra o (des)governo Dilma Rousseff e se calar diante do (des)governo Rosinha?
Abç e grato pela chance da reafirmação!
Aluysio
Aluysio, eu até entendo que vc considere a fala do Jaci, em determinados aspectos, uma espécie de radicalismo ou quem sabe teoria da conspiração, mas quando se tem um partido que possui alinhamento ideológico com as ditaduras Cubanas, Venezuelanas e norte coreanas, não se deve subestimar certas posturas, em que pese a fala do Presidente da Câmara, Eduardo Cunha, dizer que quer barra projetos bolivarianos. Sim, como disse ontem no Facebook, até acredito que exista alguém moderado no PT e nos partidos socialistas satélites, mas eles não tem força política para colocar freio em projetos que cerceiam a liberdade de expressão e outras coisas. Diferente de você, não tenho esse otimismo todo. Minha saudosa avó paterna dizia que devemos ter “um olho no santo e outro no Padre”.
Caro Leniéverson,
Por princípio, considero qualquer ideação persecutória um problema mais psicológico do que político. De qualquer maneira e em sã consciência, não é um barato discordarmos e perceber que ainda vivermos numa democracia?
Abç e grato pela chance do debate!
Aluysio
P.S. Pelo sim, pelo não, sua avó estava coberta de razão. Rs