O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), voltou a alfinetar o Palácio do Planalto nesta terça-feira ao defender a redução do ministério da presidente Dilma Rousseff. Em tom irônico, ele afirmou que o governo precisa lançar o programa ‘menos ministérios’. “Se nós aplaudimos o Mais Médicos, está na hora do ‘menos ministérios’. Nada mais justo, em tempo de sacrifícios para a sociedade, que o governo dê o exemplo”, afirmou durante um evento da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O discurso reforça o posicionamento da bancada do PMDB na Câmara dos Deputados, que propôs na semana passada uma emenda à Constituição (PEC) para enxugar o número de ministérios de 39 para 20.
O senador pediu humildade do governo federal para reconhecer as dificuldades. “O momento é difícil, o momento é grave. Só os aliados divergem da magnitude desse diagnóstico. O problema é complexo e não será resolvido com uma visão simplista”, disse, frisando que o pacote de ajuste fiscal enviado ao Congresso dificilmente será aprovado no formato em que foi encaminhado. “O fim da desoneração, como quer o governo, será um colapso no aumento da produtividade e do emprego no Brasil. O ajuste é necessário, mas não pode ser um fim em si mesmo”, completou.
Segundo Renan, o trâmite das medidas provisórias (MPs) que alteram regras trabalhistas e previdenciárias ocorrerá de forma semelhante ao do reajuste na tabela do Imposto de Renda (IR): com negociação. O senador também afirmou que definirá uma pauta comum entre o Senado e a Câmara que priorize as “urgências nacionais” na economia.
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