Conheci Adriana Medeiros, se não me falha a memória, no FestCampos de Poesia Falada de 2004. Eu era jurado e ela concorria com dois poemas, defendendo-os com brilho como intérprete. Nunca lhe disse, mas me impressionei à primeira vista com sua intensidade dramática, com aquele desabrir uterino com jeito de coisa casual, oximoro refletido também em seus versos. Se foi eleita, com endosso do meu voto, a melhor intérprete daquele festival, ela perpetraria a façanha de vencer como poeta outras duas edições: de 2006, com “Descobrimento de mim”, e de 2009, com “Imagens e versos”.
Falando aqui sobre Castro Alves (1847/71), nosso maior romântico e para quem o ritmo era o “talismã da verdadeira poesia”, disse que via em Campos dois poetas reverberados ao eco da mesma oralidade, tão egressa dos palcos quanto Apolo e Dionísio: Antonio Roberto Kapi e Artur Gomes. E tenho dito!
As Meninas
Como quem
Convém a dois
Estavam as duas
Quase nuas
Em primícias
De carícias
Estavam elas
Duas e uma
Completamente
Ausentes
Pareciam únicas
As meninas
Douradas
Escancaradas
Sem vergonha
De serem
Inocentes
Como convém
A Deus.
Era um recreio
Meninos empinavam
Suas pipas
Como quem só queria
o céu
E elas estão… lá
Elas… como nuvens
Que no céu flutuam
Estacionando
Nos desejos do meu
Emblema
O que significa
Farme em Ipanema
As meninas juntas
Eram a minha
Incapacidade
De lhes escrever
Um digno poema.
Adriana para mim ,é de longe a melhor atriz de Campos.
A vida é mesmo uma caixinha de surpresas.
Aluysio é ,sem sombra de duvidas,um encontro agradável no meu passeio por essas bandas, mas o que ele nem imagina é que acabou de me salvar…às vezes é só de um afago que precisamos, de uma possibilidade para acreditarmos em nosso ofício.
Valeu, querido!
Que nossas prosas e poesias ainda se embriaguem nessas noturnas enluaradas de Atafona.
Cara Sandra,
Adriana tb está na minha lista pessoal de melhor atriz de Campos, junto a Lucia Talabi.
Abç e grato pela chance do diálogo, aproveitada mesmo que tardiamente.
Aluysio
Dri,
Minha atriz e poeta de cabeceira, como escreveu Maiakóvski para Iessênin: “difícil é a vida e o seu ofício”. Que a arte, a amizade e o carinho nos aliviem essas dificuldades, como a fé dos que têm fé.
Com o bj e a admiração de
Aluysio