“A Prefeitura de Campos, através da Secretaria Municipal de Saúde, repassou às unidades contratualizadas, este ano, mais de R$ 112,9 milhões em recursos. Até setembro, haviam sido repassados mais de R$ 102 milhões. Só na semana passada, foram mais de R$ 10,9 milhões, sendo R$ 3 milhões para a Santa Casa de Misericórdia de Campos, por exemplo. Também, foram repassados R$ 2,2 milhões para o Hospital Plantadores de Cana; R$ 1,4 milhão para o Hospital Escola Álvaro Alvim; R$ 887,6 mil para o Pró-Rim e R$ 1,7 milhão para a Beneficência Portuguesa e R$ 901,8 mil ao Grupo Imne, entre outras unidades. Os valores tratam-se de recursos dos royalties e verba federal, repassada através do Fundo Municipal de Saúde”.
O texto acima foi enviado no final da noite ontem, em e-mail da secretaria de Comunicação (Secom) da Prefeitura de Campos à reportagem da Folha, que gerara desde à tarde a demanda sobre a destinação do governo Rosinha Garotinho (PR) aos recursos federais do Sistema Único de Saúde (SUS). O questionamento foi feito com base na postagem feita originalmente aqui, no blog “Eu penso que…”, do jornalista Ricardo André Vasconcelos, e reproduzido aqui, neste “Opiniões” e na Folha Online, usando dados disponibilizados pelo governo federal e até então sonegados pelo governo municipal de Campos, de que este teria recebido daquele R$ 90,7 milhões de repasses do SUS, entre janeiro e agosto deste ano. Infelizmente, como a nota da Secom só foi enviada às 22h02, não deu tempo de ser aproveitada na edição de hoje da Folha da Manhã, e reproduzida aqui, na Folha Online.
Mais atento, Ricardo André reproduziu aqui, às 8h08 da manhã de hoje, não o e-mail enviado à Folha, mas a reportagem gerada 21 minutos antes pelo Portal de Prefeitura de Campos, aqui, às 21h41 de ontem, com a resposta pública antecedendo àquela devida primeiro ao meio de comunicação que a gerou, numa postura frontalmente antiética que, infelizmente, tem sido há algum tempo a tônica da Secom, a despeito da qualidade jornalística e do caráter pessoal dos seus excelentes profissionais. De qualquer maneira, durante boa parte da manhã e início da tarde de hoje, foi mais fácil conferir o print da reportagem da Secom no blog do Ricardo do que sua publicação original no Portal da Prefeitura, fora do ar durante algumas horas, como permanece até o momento desta postagem.
Mas os R$ 90,7 milhões de repasses do SUS ao governo Rosinha, apurados com dados do governo federal, podem estar englobados nos R$ 112,9 milhões que a Prefeitura, só depois de pressionada, diz ter pago às unidades contratualizadas de Saúde Pública de Campos? Como nem no e-mail enviado à Folha, nem na reportagem que antieticamente a antecedeu no Portal da Prefeitura, são esclarecidos quanto deste R$ 112,9 milhões são de recursos próprios e quanto são verbas federais do SUS, a dúvida permanece ou, como bem frisou Ricardo: “a falta de transparência continua”.
Tanto pior porque, também ontem, igualmente pesquisando em dados disponibilizados pelo governo federal e sonegados pelo governo de Campos, o vereador Marcão Gomes (PT) chegou a um montante ainda maior de verbas do SUS repassadas ao governo Rosinha, relativo a um período maior. Ricardo contabilizou de janeiro a agosto, enquanto o edil ampliou a pesquisa de janeiro a outubro deste ano, onde constatou que foram pagos pela União ao município de Campos, em recursos destinados à Saúde Pública, nada menos que R$ 112.709.712,06. Sobre o fato, Marcão escreveu um artigo, publicado hoje na Folha da Manhã.
Noves fora o jogo da política de quem aponta o Faraó e a Rainha no governo municipal, enquanto evita enxergá-los também no governo federal, a revelação fática de Marcão talvez explique porque o governo Rosinha, mesmo pressionado, não revele quanto do dinheiro repassado à rede conveniada de Saúde é verba própria de Campos, e quanto é do SUS. É que, na aritmética simples de R$ 119,9 milhões repassados, subtraídos de R$ 112,7 milhões recebidos, o que sobra é mais uma vergonha para um município de orçamento bilionário e aparentemente falido. A diferença, é que essa vergonha mata. Literalmente!
A culpa é sempre dos outros
Por Marcão Gomes
A culpa da incompetência da gestão dos Garotinhos agora ganhou novos contornos. Esse grupo que está acabando com nossa cidade põe a culpa em tudo e todos. Vejamos: A culpa já foi da oposição, da crise do petróleo, da crise econômica nacional, da Grécia, da Folha da Manhã, da elite campista, do Ministério Público, do Judiciário e agora também da Santa Casa de Misericórdia de Campos. Todos são culpados menos os verdadeiros responsáveis: O Faraó e sua Rainha Rosa.
Na questão envolvendo a Santa Casa de Misericórdia de Campos, o Faraó campista disse que a Prefeitura quer auditar os 29 milhões repassados durante os meses da intervenção judicial na Santa Casa. Acho que a ideia é boa, desde que o Faraó também permita que a oposição possa auditar as contas dos R$ 112 milhões repassados pelo Governo Federal de recursos do SUS de Janeiro a Outubro/2015. Que tal Garotinho? Vamos auditar as contas da Saúde de Campos?
O senhor diz que o fato de ter uma junta administrativa no hospital não pode impedir o município de fiscalizar onde foram gastos os recursos que foram injetados nesse período. Eu concordo. E acredito que o Senhor Faraó não pode esconder as contas da Prefeitura dos vereadores da oposição. Afinal, quem não deve não teme, não é verdade?
Aliás, com o dinheiro que o Faraó e sua Rainha dizem gastar com a saúde do município, teríamos que ter um atendimento sem pessoas em filas, sem corredores lotados, sem sucateamento das unidades de saúde e com atendimento digno para os nossos cidadãos.
Escravizando os campistas desde 1989, o Faraó viu sua Rainha, em seus dois mandatos como prefeita de Campos, conseguir a proeza de ser cassada nada menos que três vezes, envergonhando nossa cidade no cenário nacional. Agora,resolve disfarçar a incompetência de sua gestão encenando uma “entrada teatral” para intervir (aqui) na Santa Casa, que durou apenas até a sentença (aqui) do juiz da 1ª Vara Cível de Campos.
Palavras (aqui) da Rainha Rosa: “Eu pago para os pacientes que são regulados por mim”. Em minha concepção, os recursos são da Prefeitura e não da prefeita, então desapega do poder prefeita, a frase correta seria: “A Prefeitura paga com recursos da União e do Município”.
O Ministério Público Federal moveu ação civil pública contra a Prefeitura de Campos, apontando irregularidades que vão desde a falta de controle no serviço de assistência farmacêutica, passando pelo subdimensionamento das unidades hospitalares, inadequação das Unidades Básicas (postos de saúde) até procedimentos contábeis, como atraso nos pagamentos, superlotação de hospitais próprios da municipalidade e total falta de fiscalização nas entidades médicas conveniadas. Está na hora de abrir a caixa preta da saúde de Campos. E a culpa é de quem mesmo, Faraó?
Ah, o “jogo de palavras”! Como se a população soubesse o que é exatamente “repasse”! O governo municipal bota banca com banquete pago por outro, no caso, verbas federais que são enviadas ao Município e que são para as despesas do SUS,
Fora este “pequeno detalhe”, ainda há as “manobras contábeis”, mas, pelo jeito, a mania das “pedaladas fiscais e financeiras” virou “moda” em todo o Brasil! Aliás, muita coisa vergonhosa está virando ‘moda”, como os recursos das campanhas políticas e as milionárias doaçóes!
Aqui em Campos cabe averiguações pra todo lado! Nas contratações das ambulâncias, dos carros que servem à Câmara e ao Governo Municipal, a compra de remédios, os contratos de shows milionários, Trios elétricos, empréstimos levantados junto à Caixa Econômica com juros exorbitantes e a não comprovação do consumo destes empréstimos!
Ou seja, tudo é nebuloso nesta Prefeitura! Tudo é intransparente, e se precisa esconder o que pode ser visto na claridade, boa coisa não deve andar fazendo, é razoável que consideremos muito suspeito!