Depois que a equipe de reportagem da Folha saiu, na noite de ontem, da ocupação do Teatro de Bolso pelos artistas de Campos (aqui), a Guarda Civil Municipal começou a endurecer o jogo psicológico: ninguém mais podia entrar, nem voltar quem saísse para pegar comida ou água. Durante a madrugada, foram muitas as ações de apoio ao movimento, que registraram de diferentes formas os momentos de tensão vivido pela classe artística da cidade.
Um desses testemunhos foi o vídeo gravado e reproduzido aqui, pelo presidente do PV em Campos, Gustavo Matheus. Outro, a opinião em prosa deitada aqui, pelo presidente da Associação de Imprensa Campista (AIC), Vitor Menezes.
Abaixo, a reprodução de ambos, do vídeo de Gustavo e do texto de Vitor:
Por Vitor Menezes
Chegamos há pouco, eu e o professor Hélio Coelho, da ocupação no Teatro de Bolso. Fomos levar, em nome da AIC e da ACL, o nosso apoio à luta pela cultura e buscar contribuir na abertura do diálogo. Estávamos preocupados especialmente, nesta madrugada, com um possível tensionamento com a guarda municipal. Conseguimos fazer uma roda de conversa onde todos puderam se conhecer melhor, quebrando estereótipos de parte a parte, entre artistas e a guarda.
O que o movimento reivindica é muito razoável: que a presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, Patrícia Cordeiro, vá até à ocupação e dialogue com eles. Tenho convicção de que isso haverá de ser possível nesta terça-feira. Faço até mesmo um apelo neste sentido. Um gestor público precisa ser capaz desse gesto.
Não se pode negligenciar um grito sufocado. E a gestão municipal, formada em boa parte por ex-atores e militantes culturais que também ocuparam o TB quando eram jovens, não poderá mostrar-se insensível a este novo levante.
VAMOS “invadir” a PREFEITURA
Pergunto: Se a tal presidente da FCJOL comparecer vai ser capaz de fazer alguma coisa? Porque a própria Prefeita e o seu secretário, que gostam de narrar com enfeites a ocupação que fizeram no passado, não vão lá e tomem a causa nas mãos? Seria, pelo menos, coerente.