Movimentos de oposição e governo na sucessão de Rosinha

Ponto final

 

 

Rafael e Gil, Caio e João

Como esta coluna de opinião informou (aqui) em sua edição de ontem, a proximidade das definições das chapas à eleição majoritária vai fechando o leque, cuja abertura extremada, sobretudo na oposição, já foi alvo (aqui) de tantas críticas. O fato de que os vereadores Rafael Diniz (PPS) e Gil Vianna (PSB), assim como Caio Vianna (PDT) e o deputado estadual João Peixoto (PSDC), caminham para formar cada par uma chapa a prefeito e vice, é tendência conhecida há algum tempo por todos que acompanham a política goitacá com um pouco de proximidade.

 

E Tadeu?

Entre os “independentes” (como Gil), ex-governistas migrados à oposição após o fracasso de Anthony Garotinho (PR) ainda (aqui) no 1º turno da eleição ao governo estadual, quem tem destino ainda incerto nessa bacia de alianças é o vereador Tadeu Tô Contigo (PRB). Popular apresentador da TV Record, ele aparece entre os líderes nas pesquisas à sucessão da prefeita Rosinha Garotinho (PR), mas seu partido, encarado como braço político da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), carece de envergadura laica para uma campanha como à Prefeitura de Campos.

 

Tá com Garotinho?

Embora seja hoje considerado opositor dos rosáceos, também não é segredo que, numa disputa a prefeito, Tadeu atrapalharia mais aos candidatos do governo do que os concorrentes politicamente mais próximos do vereador “independente”. Seu programa, onde popularizou o bordão associado ao nome, lidera audiência nos mesmos nichos de periferia em que valem voto os programas assistenciais dos Garotinho. Não por outro motivo, o próprio secretário de Governo fez questão de (aqui) colar sua imagem, e imensa rejeição entre os campistas, junto ao popular Tadeu, em inserções ao vivo no programa de TV deste, todas negociadas por cima.

 

Duas vagas, uma chapa

Passada a vista sobre a oposição, o que pode ser feito de maneira mais detida (aqui) na página 2 desta edição, na matéria intitulada “Oposição apostando em diálogo”, do jornalista Alexandre Bastos, e o governo? Com a faraônica pretensão de se lançar duas candidaturas, cogitada (aqui) meses atrás, reduzida pela realidade das pesquisas que apontam (aqui) grandes dificuldades para se eleger qualquer governista, permanecem duas as disputas reais no seio do garotismo: à vaga única de candidato a prefeito, assim como à do postulante solitário a vice.

 

Edson x Mauro

Desde que foi o primeiro a abandonar a pré-candidatura a prefeito, o presidente da Câmara Edson Batista (PTB) não tem feito nenhuma questão de esconder, entre seus correligionários, que a vaga de vice foi onde passou a mirar. O problema é que, embora diga que continue apontando para a candidatura a prefeito, o líder rosáceo na mesma Câmara, vereador Mauro Silva (PSDB), reduz muito sua chance com apenas uma candidatura governista. Esta, em contrapartida, perderia razoável força sem o tempo de propaganda dos tucanos, que dificilmente aceitariam apoiar uma chapa sem compô-la.

 

PSDB x PTB

Na prática, não se deve comparar Edson e Mauro, mas PTB e PSDB.  Na propaganda eleitoral de TV à tarde e à noite, entre 27 de agosto e 30 de setembro, o primeiro partido terá cerca de 25 segundos, contra quase um minuto dos tucanos. Isto, enquanto estes deverão dar à sua aliança o direito a seis spots de 30 segundos em rádio e TV a cada um dos 35 dias de uma campanha curta, número reduzido à metade, na oferta do PTB. Como não há vice de vice…

 

Chicão x Hirano

Considerada a pesquisa Pro4 feita (aqui e aqui) entre 8 e 10 de junho, com 620 eleitores das sete zonas eleitorais do município, restaria pouca dúvida que a cabeça de chapa governista deveria caber à calva simpática de Dr. Chicão (PR). Ocorre que outro médico, Paulo Hirano (PR) também está forte no páreo, mais pelo apoio dos colegas vereadores que controlam a farra dos milhares de RPAs e DAS, do que pelo número real de eleitores. Pelo Pro4, num universo de cerca de 354,7 mil eleitores, se Chicão teve 8,4%, em comparação ao 1,1% de Paulo Hirano, significa dizer que o vereador tem hoje 25,8 mil intenções de voto a prefeito a menos do que o atual vice.

 

Corrida por fora

Com popularidade dentro e fora do governo numa disputa cabeça a cabeça, mesmo ao espectador mais experiente, convém não desgrudar o olho da curva final da definição rosácea, que será percorrida em menos de 15 dias. E que ninguém se espante se Thiago Godoy, ex-subsecretário de Governo de Garotinho, surgir (aqui) na ponta correndo por fora. Jovem como Caio e Rafael, seria o “azarão” governista preferido do dono do “hipódromo” — e da banca de apostas.

 

Publicado hoje (05) na Folha da Manhã

 

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Este post tem um comentário

  1. PELAYO

    PELO AMOR A DEUS NÃO FALEM MAIS NESSE POVO GOVERNISTA, O POVO TEM QUE ESQUECER OS ” ANOS PRETOS ” QUE ESTAMOS PASSANDO…

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