Carol Poesia — Oásis

Carol Poesia 13-07-16

 

 

Oásis

 

Não tenho conseguido escrever.

Não me vem nada de bom.

De ruim então… nem se fala.

 

Fui de Campos à Caçapava

pensando em ter papel…

No Oásis aquele pastel…

 

Fazer o quê? Comi.

 

Me sobrou guardanapo e óleo:

o primeiro até dava gasto

o segundo é que atrapalha o caso.

 

Escrevi assim mesmo

meias palavras

sobre o sexo que nunca fiz:

 

aquele óleo de fritura

naquele corpo mulato

escorrendo desavergonhado

pelas curvas do muy guapo

cara-de-pastel que conheci.

 

Era de bom e de ruim aquela transa.

Tinha espelho, tinha aroma, tinha cama.

Só o sabor é que me desarranja,

lembrar de toda aquela gordura…

 

Tal qual guardanapo ensopado

veio ele todo suado

a fim de me consumir.

“UI! Eis que és um paspalho!”

 

Fazer o quê? Comi.

 

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Este post tem 2 comentários

  1. Sandra Machado

    É duro ,heim?

  2. SÉRGIO PROVISANO

    Sim, admito que venho aqui com um certo atraso, mas justificável, creio. A minha vista não estava (e nem está ainda) boam mas está, neste momento, razoável, então aproveito e comento. Eu tenho atração por guardanapos de bares lanchonetes, neles, ao longo dos tempos, rascunhei um ou outro rabisco, registrei ideias e até ousei, Carol, cometer uma ou outra Poesia, se é que posso afirmar que foram ou são, sei lá… Mas que guardanapos são, às vezes, verdadeiros oásis, tábuas de salvação aos que criam, isso são e mesmo tardiamente, mas em tempo, venho aqui registrar que adorei a Poesia e “comi” cada verso, com uma fome atávica, como se fosse minha última refeição…

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