Alguns comentaristas do blog se notabilizam, além da frequência, pela insistência. Alguns, quando se contrapõem à lógica, tentam levar a discussão não pela variedade e valor dialético dos argumentos, mas pelo número de vezes que são capazes de repetir a mesma coisa, com um mantra, ad nauseam.
Foi o caso recente do leitor identificado como Paulo Henrique, após fazer várias intervenções recentes pró-PT, nem que seja pra dizer que “foi culpa do FHC”, nos comentários de algumas postagens. A última (aqui), naquela em que o blog reproduziu a carta póstuma fictícia do assassino do líder russo Leon Trotsky (1878/1940) ao ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, condenado a 15 anos de prisão na Lava Jato.
Escrito na verdade por Elio Gaspari, o decano jornalista usava da sua fina ironia para aparentemente antecipar uma delação que prometeria ser a (última?) pá de cal sobre o ex-presidente Lula e o que restou do PT, já que quanto ao governo afastado de Dilma Rousseff, ninguém que consiga respirar e falar sozinho tem ainda alguma esperança.
Mas o fato foi que nosso Paulo Henrique comentou aqui a postagem:
— Bezerra da Silva dizia que “Era caguete sim”. Podemos dizer que temos a indústria bem lucrativa no Brasil. O indivíduo pode roubar a vontade, se for descoberto faz as contas, devolve um certo valor, seleciona alguns ex-companheiros e entrega, sua pena é reduzida em 90%, usa uma tornozeleira em uma casa de campo e etc.
Ao que o blogueiro tentou aproveitar a ritmo para não atravessar e responder aqui:
— (…) Daqui a ainda mtas delações e operações, qd a Lava Jato estiver pelo menos próxima do fim, o que por ora parece mt distante, para o desespero de Cunhas, Lulas, Dilmas, Aécios, Renans, Cabrais e Garotinhos, veremos quem cantará com mais propriedade os versos mais famosos de Bezerra da Silva: “Malandro é malandro/ E mané é mané/ Diz aí!/ Podes crer que é…”
Pois se escrevi isso ontem, hoje a Odebrecht, maior empreiteira do país, saiu na frente da concorrente OAS e se anunciou prestes a fechar o acordo de delação premiada de seus executivos, entre eles o ex-presidente Marcelo Odebrecht, preso desde 19 de junho de 2015 e condenado a 19 anos e 4 meses de prisão, com o Ministério Público Federal. A assinatura do acordo, porém, depende de acertos finais, entre eles que a Odebrecht recupere e apresente arquivos digitais da empresa contendo provas do pagamento de propina a políticos e autoridades — confira todos os detalhes aqui, na matéria de O Globo.
Para quem já se esqueceu das extensões da corrupção muito além do PT evisceradas pela Lava Jato, basta atentar como ela pode chegar ao ex-governador Sérgio Cabral e ao governador licenciado Luiz Fernando Pezão (ambos do PMDB), como hoje anunciou aqui a “Coluna do Lauro Jardim”, de O Globo, replicada aqui pelo jornalista Alexandre Bastos na blogosfera goitacá.
Sempre atento, foi o mesmo Bastos que também repercutiu aqui, no último dia 9, a nota da coluna “Radar Online”, da revista Veja, na qual anunciou aqui que a “munição” de outro ex-presidente da Odebrecht, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, além de atingir Cabral e Pezão, pode causar também grandes estragos em Anthony Garotinho (PR), marido e secretário de governo da prefeita Rosinha.
Para que não se lembra, Benedicto foi quem assinou aqui), junto com Rosinha, o contrato da primeira etapa do programa “Morar Feliz”, em 1º de outubro de 2009, para a construção de 5,1 mil casas, no valor total de R$ 357,4 milhões — numa licitação cujo resultado favorável a Odebrecht foi antecipado (aqui) pela coluna “Ponto final”, da Folha, em quase quatro meses.
E, coincidência ou não, foi também na residência de Benedicto que a Polícia Federal (PF) apreendeu (aqui), em 22 de fevereiro, na 23ª fase da Operação Lava Jato, as hoje famosas planilhas com nomes de mais de 300 políticos, de 22 partidos, que recebiam doações da Odebrecht — incluindo Garotinho (aqui), sua mulher, a prefeita Rosinha Garotinho (aqui), e filha e deputada federal Clarissa Garotinho (aqui).
No inquérito assinado pelo delegado federal Filipe Hille Pace, fica claro (aqui) o papel de Benedicto como elo do dinheiro que circula entre a Odebrecht e os políticos:
— É possível verificar que Benedicto é pessoa acionada por Marcelo (Bahia Odebrecht) para tratar de assuntos referentes ao meio político, inclusive a obtenção de apoio financeiro — disse o delegado da Lava Jato.
Após fazer companhia ao chefe Marcelo na carceragem da PF em Curitiba, Benedicto foi solto pelo juiz Sérgio Moro em 26 de fevereiro, ao término dos cinco dias da prisão temporária, com a condição de não deixar o país ou mudar de endereço.
A nota da Veja revelou que, mesmo tendo Benedicto sido igualmente flagrado nas constrangedoras fotos do então governador Sérgio Cabral (PMDB) em Paris, no episódio que popularizou como “Gangue dos Guardanapos”, Garotinho nunca ousou publicar a imagem de Benedicto. Por que será?
Não da para levar esse jornal a serio com esses colunistas que parecem que são da Veja ou do Estadão.
Cara Raquel,
Não dá para levar a sério “esses colunistas”, Veja e Estadão? Dá pra levar a sério quem? Raquel?
Canja de galinha e senso de ridículo nunca fizeram mal a ninguém.
Abç e grato pela chance da exposição!
Aluysio
kkkkkkkkkkkkkkkk
Boa, Aluysio!
Quando vejo pessoas se passando por avestruz, sempre me assusto. Não deveria, por força da profissão!
Mas, negar o que é evidente, é um sinal de alguma demência! Quando aparece leitor ou leitora ‘puxa’ e se manifesta contra quem mantém os dois olhos abertos, aí eu começo a entender outras “esquisotipias” ou pessoas com sérias distorções da realidade.
Agora mesmo acabo de ver na TV o caso de alguns jovens que fazem dezenas de cirurgias para ficarem parecidas com a boneca da “Barbie” ou o boneco “Kim”. Ficam parecendo mesmo com o que são, meros alucinados incapazes sequer de serem elas mesmas.
Enfim, quando eu era criança ouvia dizer que estas pessoas são apenas “cabeças ocas”, mas eu discordo, acho que as cabeças delas não são ocas, são cheias de […]!