Meningite mata crianças e governo “reinventa” como espalhar boatos

Um dos maiores erros do jornalismo, sobretudo na vertigem da velocidade digital, é aceitar como verdade a informação passada pela fonte, sem questionamento crítico. Se o erro pode atingir até jornalistas mais experientes, o que dizer quando se trata de alguém mais jovem que, por simples ingenuidade, pode cair no Ctrl+C/Ctrl+V do que uma autoridade pública de Saúde, por exemplo, afirma quando associa a boatos uma doença contagiosa, transmissível pelo ar, cujo ciclo até a morte é rápido e atinge preferencialmente crianças?

Bem, para quem leu ou não a obra do jornalista e escritor britânico George Orwell (1903/50), orgulha topar aqui, na democracia irrefrreável das redes sociais, com a dialética irretocável em defesa da vida humana por parte de uma jovem colega de trabalho, como é o caso da subeditora da Folha Online Camilla Silva. Na paráfrase a outro “coleguinha” mais velho e famoso, o carioca Millôr Fernandes (1923/2012): “Isso é jornalismo, o resto é armazém de secos e molhados”.

Confira abaixo:

 

Joyci e Ana Vitória, de 6 e 1 ano, mortas na UPA de Campos após serem atendidas e liberadas no HGG (foto: arquivo da família)
Joyci e Ana Vitória, de 6 e 1 ano, mortas na UPA de Campos após serem atendidas e liberadas no HGG (foto: arquivo da família)

 

 

Jornalista Camilla Silva
Jornalista Camilla Silva

 

Tentando entender o significado de “espalhar boatos” — O responsável por um setor da saúde municipal vai a público dizer que a morte de duas meninas de meningite foi causada porque os pais das mesmas foram negligentes e não estavam em dia com o cartão de vacinação. Os pais são hostilizados na rua, procuram a Folha e mostram o cartão em dia. Alguns dias depois, a autoridade em questão volta atrás. Mas isso não é boato. Boato é outra coisa.

Chegamos, 1984. O idioma oficial de Campos é a Novilíngua.

 

 

Relembre o caso aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui

 

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