Aluysio Barbosa, o Bom (I)
Hoje, completaria 80 anos o criador desta coluna e deste jornal, Aluysio Cardoso Barbosa, morto (aqui) a 15 de agosto de 2012. Vítima do tabagismo que marcou o jornalismo clássico, sem computador ou internet, foi nele o primeiro a noticiar no Brasil e no mundo a descoberta de petróleo na Bacia de Campos. Homem à frente do seu tempo, introduziu os conceitos de pauta e lead na imprensa goitacá, sendo pioneiro também ao dotar o interior fluminense do seu primeiro jornal em impressão off set: a Folha. Mais que a técnica ou a tecnologia, não envelheceu na didática que melhor aprendeu e lecionou: jornalismo é trabalho coletivo.
Aluysio Barbosa, o Bom (II)
Apaixonado por sua terra, deixou uma carreira de sucesso no Rio como repórter do Jornal do Brasil, à época o maior do Estado, para voltar como correspondente e fundar o próprio jornal. Ao lado da esposa, Diva Abreu, e um bando de outros sonhadores, batizou e fez da Folha da Manhã o maior jornal de Campos com apenas dois meses — liderança mantida nos 38 anos seguintes. Foi figura de proa na luta pela criação dos royalties do petróleo e pela implantação da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf). Projetou sua profissão, sua empresa, sua cidade e sua família ao futuro. E viveu a vida presente como poucos.
Publicado hoje (20) na Folha da Manhã
Valorizar a memória e aprender com os mestres. Reverência ao jornalista e seu ofício e legado.
Um homem bom ,sensível e competente
Aprendi em 15 minutos o que era Lead. A generosidade e a genialidade dele me ensinaram. Eu era assessor de imprensa sem saber nada de jornalismo, apenas radialismo. Um dia, do nada veio o tudo: me chamou na redação da Folha e disse: vem que cá, vou te mostrar como se redige uma notícia. Seu irmão sabe escrever ( Alberto Rodolfo foi free-lancer da Folha) e você vai aprender também.” Mais tarde, graduei-me em Comunicação Social, mas jamais me esquecerei daquela aula expontânea de um dos supermestres. Não tive coragem de ir ao velório, me despedi com um meme no Facebook. Não me despedi… Aluysio permanece. E a minha gratidão também.
Este conheci, pessoalmente. Pouco, mas conheci. Muito, somente o muito bom jornalismo praticado por ele. Sua maneira sóbria, consciente, capaz e destemida de fazer colocações contundentes, incomodavam a muita gente. E já que o advérbio muito nos faz lembrar dele em vários aspectos, ficou marcado a maneira obsessiva de procurar acertar. E o tabagismo igualmente exagerado que fez dele mais uma vítima e de nós, seguidores e pretensos candidatos ao bom jornalismo,órfãos de leituras que valham à pena.
Tive a honra de ser aluno de Aluysio Cardoso Barbosa, e me formado na turma de Jornalismo de 1978! Lembro-me perfeitamente das matérias publicadas no “Jornal do Brasil”, as quais lia com orgulho por ser de um jornalista que era também o meu professor e de Campos.
Aluysio, juntamente com Diva Abreu, Diva Goulart e o Dr. Mário Ferraz Sampaio, todos meus professores, me indicaram para ser Professor na mesma Faculdade de Filosofia, ao mesmo tempo em que criaram o Curso de Pós-Graduação em Comunicação Integrada o que nos habilitou exercer a profissão de diversas disciplinas na mesma faculdade.
Guardo com carinho a primeira edição do jornal “Folha da Manhã”!
Parabéns a todos na Folha da Manhã, é bom lembrar do querido mestre e amigo, e ao escrever a minha modesta homenagem o faço ouvindo música de Cartola e Pixinguinha, que ele tanto apreciava.
Dia do amigo, propício para lembrar do amigo Aluysio Barbosa. Durante muito tempo, Aluysio me concedeu o prazer de participar de longas conversas, regaras a cafezinho, nas manhãs de sábado, na sua sala na Folha.
Aprendi muito com Aluysio, homem generoso e conciliador.
ERA UM HOMEM LEVE. NENHUMA ARROGÂNCIA. FAZ FALTA.
Eu tenho vivo, em minha memória, meu querido Aluysinho, um episódio que ocorreu aí dentro, da Folha da Manhã, cujo personagem centra, foi Seu Aluysio, como respeitosamente me dirigia a ele. Aliás, devo registrar, o meu respeito, era até obsequioso, eu sempre enxerguei Seu Aluysio, numa de uma especie de pedestal, eu tinha até receio de dirigir palavras a ele, era com se eu fosse me dirigir a um Deus do Olimpo, de tanta admiração que tinha pela figura de seu pai. Mas, fiquei encantado de vez, quando fomos apresentar umas peças publicitárias que criamos, Genilson Soares meu sócio à época na agência de publicidade o Estúdio 52, peças que tinham sido solicitadas por Diva Abreu (de quem tive a honra de ter sido aluno no Liceu de Humanidades de Campos). Foi nos meados dos anos noventa e diziam respeito às eleições municipais e eram ousadas e provocativas, lembro-me que uma das peças foi motivo de altas discussões entre eu e meu sócio, pela polêmica que o título poderia causar, que, se não me falha a memória era o seguinte, em letras garrafais: A FOLHA FOI COMPRADA!, seguida de um bloco de texto que complementava a peça publicitária, quqndo levamos os lay-outs, todos com exceção de mim, acharam que aquilo era muito esquisito e coisa e tal, estávamos organizando a apresentação para a equipe da Folha, quando Seu Aluysio para na porta da sala e vê a peça, entar na sala e pega o lay-out, lê atentamente, coloca o lay-out de volta no cavalete e sai da sal, no mais absoluto silêncio. Genilson comenta, “acho que não vão aprovar a campanha”, eu confesso que aquela entrada e saída silenciosa de Seu Aluysio me deixou um pouco preocupado e mais ainda quando todos adentraram à sala e quem, participa da reunião, Seu Aluysio, que até aquela ocasião, nunca tihna participado de nenhuma reunião daquele tipo e mais encantado fiquei, quando ele, com aquele jeito tranquilo e reservado dá o veredito final, dizendo que aquela campanha e principalmente aquela peça que se referia à Folha ter sido comprada, era genial. Eu que era o único que insistia que a peça era boa, me senti em excelente companhia, e, numa fração de segundo, a opinião das pessoas, mudou, da água para o vinho, todas achando ótima. É claro, que aquilo foi, para o meu ego, uma super massagem, e eu que já admirava o Seu Aluysio, multipliquei por mil essa admiração.