Em 20 de julho, com base em um debate travado na democracia irrefreável das redes sociais, dias antes (aqui), entre o advogado Gustavo Alejandro Oviedo e o sociólogo George Gomes Coutinho, comparei (aqui) as escolas de pensamento os filósofos gregos Platão (428/348 a.C.) e Aristóteles (384/322 a.C.) com as movimentações políticas dos jovens pré-candidatos a prefeito Rafael Diniz (PPS) e Caio Vianna (PDT).
Quem não estava na cidade, como é o caso do blogueiro Christiano Abreu Barbosa, se mostrou (aqui) tão assustado quanto quem estava e até agora não entendeu a deselegância pública do ex-prefeito Arnaldo Vianna (PEN) para com seu próprio filho. E este “Opiniões” se sente à vontade para tratar do assunto, pois foi aqui que Arnaldo, naquele mesmo dia 20, reafirmou sua pré-candidatura a prefeito, mesmo sabendo tratar-se de impossibilidade jurídica, e disse publicamente que o filho carecia de experiência para começar na política se lançando a prefeito.
Também caberia a este blog ser o primeiro a noticiar aqui o encontro no Rio, no dia 25, entre Arnaldo e o deputado estadual Geraldo Pudim (PMDB), para que o primeiro apoiasse a pré-candidatura a prefeito do segundo. A possibilidade foi confirmada (aqui) também ao “Opiniões”, pelo próprio Pudim, no dia 26, antes que ambos recebessem as “bençãos” dos caciques estaduais do PMDB, aqui, no dia 27.
Mas, em relação à deselegância paterna cometida com Caio, nada marcou mais que o discurso condescendente que Arnaldo usou (aqui) na convenção do PMDB, no dia 29, que lançou sua atual esposa, Edilene Silva (PEN), como vice, na chapa a prefeito encabeçada por Pudim:
— Caio é o maior tesouro que tenho e ninguém o ama mais do que eu. Porém, ele precisa estudar, amadurecer. Eu lutei muito para me formar. Já meu filho ouviu algumas pessoas e trancou a faculdade para entrar em uma aventura. Quando ele voltar ao estudos e concluir a faculdade, darei a ele meu apoio político. Mas nesse momento Pudim é o mais preparado.
A referência aos gregos antigos nessa nova novela da política goitacá é novamente óbvia. A partir da peça “Édipo Rei”, de Sófocles (497 a.C./406 a.C.), fica fácil identificar Laio (o pai), Édipo (o filho) e Jocasta (esposa de ambos), bem como até criar uma outra personagem feminina para completar o quadrado, numa sátira real e contemporânea da grande tragédia da Antiguidade: seria a… Castajó.
Considerada por Aristóteles, em sua “Poética”, como “a mais perfeita tragédia grega”, foi com base em “Édipo Rei” que o médico austríaco judeu Sigmund Freud (1856/1939), considerado o pai da psicanálise, criou o popular conceito “Complexo de Édipo”, em seu livro “A interpretação dos sonhos”, visando explicar relações de poder e desejo entre pai, mãe e filho.
Já em seu último livro, “Moisés e o monoteísmo”, Freud vai afirmar que “um filho é sempre seu pai, ou porque o confirma, ou porque o nega”. É a mesma obra na qual, rastreando a origem de Deus no animal que fomos antes de nos tornarmos homens, o autor ressalta que na sociedade patriarcal do primata que nos gerou, todos os jovens da tribo eram filhos do mesmo macho dominante. E quando algum desses machos jovens chegava a ameaçar sua liderança e monopólio de reprodução, o pai matava o filho, ou o castrava, ou o expulsava.
Da teoria da evolução do inglês Charles Darwin (1809/82) aplicada à teologia, (pré-)história, antropologia e psiquiatria, é bom lembrar que, na tragédia grega, todos os personagens principais acabam muito mal na peça.
Não se espantem se daqui uns anos tivermos como candidatos o Garotinho e vice Arnaldo Viana para prefeito de Campos