Anunciada por uma fonte rosácea de quatro costados, a intervenção estadual no PSB de Campos, visando tirar a legenda da base de apoio do candidato a prefeito Caio Vianna (PDT), não ocorreu até o início a noite de hoje (5), último dia para as convenções partidárias. Pelo menos até amanhã (6) e, provavelmente, até segunda-feira (8), continuará valendo o resultado da convenção municipal do PSB do último dia 30, quando o partido indicou o vice na chapa Caio e Gil Vianna — este, presidente local do partido que seria alvo da intervenção.
A intervenção teria chegado a ser acordada hoje entre os presidentes estaduais do PSB e do PR — respectivamente, o deputado federal Hugo Leal e o secretário de Governo de Campos, Anthony Garotinho. E giraria em torno pedido do apoio do PR à candidatura socialista de Felipe Peixoto a prefeito de Niterói, pelo qual Garotinho cobrou a intervenção estadual no PSB de Campos, para que o partido caminhasse com os rosáceos. Depois de ser parentemente aceita por Hugo, a reação do senador Romário, ex-presidente estadual do PSB e padrinho político de Gil, foi fundamental para que não se concretizasse, pelo menos por hoje.
Uma fonte estadual do PSB, ligada a Romário, definiu assim a questão:
— Falei com o Felipe por telefone. Ele me disse que o PR em Niterói não tem nem nominata montada. A única coisa que poderia dar à candidatura dele a prefeito, em Niterói, seria tempo de TV. Daí eu perguntei: “Você prefere esse tempo de TV do PR, ou Romário na sua campanha?”. Precisa dizer o que ele respondeu?
O blog fez contato com Felipe Peixoto. Evasivo e aparentemente nervoso com as perguntas, ele disse que só quem poderia falar sobre o caso seria Hugo Leal, que estava na cerimônia de abertura das Olimpíadas, no Maracanã.
Consultado, o advogado João Paulo Granja disse que há base na legislação eleitoral para a mudança da chapa, no caso de intervenção np PSB, mesmo após o fim do prazo das coligações, mas dependendo dos motivos alegados para uma eventual anulação:
— Nos termos do artigo 7º da Lei 9.504/97, as deliberações das instâncias superiores dos partidos deverão ser observadas pelas inferiores. Desta forma, caso a convenção partidária municipal fira a deliberação da direção estadual e/ou nacional, tornar-se-á possível a anulação da referida convenção partidária, devendo ser tal fato comunicado à Justiça Eleitoral no prazo de 30 dias a contar da data limite para o registro dos candidatos, podendo ensejar, inclusive, a escolha de novos candidatos.
Em sentido contrário ao do jurista, mesmo antes de ter ameaça de intervenção hoje contida pela reação de Romário, Gil ressalvou:
— A convenção foi feita (aqui) no sábado (30), inclusive com a presença do próprio deputado Hugo Leal. Seu resultado foi homologado e registrado no TRE desde segunda-feira (01). Eles podem agora me tirar da presidência do partido, mas não da chapa de Caio.
Além da composição em Niterói, uma confusão na convenção municipal do partido no Rio de Janeiro, na noite de ontem, também teria contribuído com a tentativa de acordo com o PR em Campos. Segundo uma fonte estadual do PSB:
— Leal defendia o apoio do partido à candidatura do (deputado federal) Índio da Costa (PSD) à Prefeitura do Rio. Aí o Luiz Alfredo salomão, da executiva municipal carioca, veio e rachou, propondo o apoio à candidatura do (senador) Marcello Crivella (PRB). Deu uma confusão, apagaram as luzes e a convenção nem terminou. A decisão agora cabe à (executiva) nacional. Embora tudo indique que o partido vá ficar mesmo com Índio, isso enfraqueceu o Leal. Daí esse acordo com o PR.
Atualizado às 20h46 para complementação e correção de informações
Atualização às 23h15 para complementação e correção de informações
Leia amanhã (06) a reportagem completa na Folha da Manhã
Do que Garotinho tem tanto medo???? Não cansou de comer os recursos de Campos, não????