Artigo do domingo — A não ser que…

boi voador

 

 

 

Hoje a Folha divulga (aqui) a segunda pesquisa registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a corrida à sucessão da prefeita Rosinha Garotinho (PR), desde que foram oficializados em convenção seus seis candidatos. Por ordem alfabética: Caio Vianna (PDT), Dr. Chicão (PR), Geraldo Pudim (PMDB), Nildo Cardoso (DEM), Rafael Diniz (PPS) e Rogério Matoso (PPL).

Pouco conhecido em Campos, o instituto iNovo foi montado em Niterói por dois cientistas políticos da Universidade Federal Fluminense (UFF) , Bruno Leite e Pedro Ivo Mattos. E sua pesquisa, ouvindo 700 pessoas das sete zonas eleitorais do município, foi feita nos dois dias seguintes (7 e 8 de agosto) à ultima pesquisa do instituto Pro4.

Fundado e coordenado pelo empresário e colunista campista Murillo Dieguez, o Pro4 ouviu 620 pessoas das mesmas sete zonas eleitorais, no dia 6, em pesquisa encomendada pela Folha, que a divulgou (aqui) na última quinta (11). Já a do iNovo foi feita sob encomenda da Associação Comercial e Industrial de Campos (Acic).

Comparadas as duas pesquisas, suas diferenças mais claras são a liderança de Chicão na espontânea e na estimulada do Pro4, posições que, segundo o iNovo, caberiam a Rafael. O que não dá para ter dúvida, pelos dois institutos, é que entre Chicão e Rafael, sempre no limite da margem de erro, está Caio, com Pudim na quarta posição. E, pelo menos por ora, esse bloco de vanguarda aparece descolado de Nildo e Rogério, respectivamente na quinta e sexta posições.

Outra diferença brusca entre as duas pesquisas é em relação à rejeição de Matoso entre o eleitorado campista. Enquanto para o Pro4 ele tem a segunda menor rejeição (apenas 3,9%), ele apareceu na vice-liderança no índice negativo para o iNovo, com 54,79%. Os números elevados de rejeição que todos os seis candidatos a prefeito de Campos receberam do instituto niteroiense, em relação aos do Pro4, decorrem da diferença de metodologia entre os dois institutos.

Ainda assim, comparando mais a ordem do que os números apresentados, não dá para ter dúvida que Pudim é mesmo o líder na rejeição entre o eleitorado campista: 28,1% no Pro4 e 62,01%, no iNovo. Na via inversa, tampouco se pode duvidar que a menor rejeição é de Rafael: 3,2% pelo primeiro instituto, elevados a 26,78% pela metodologia no segundo.

Como é a primeira pesquisa do iNovo que vem a público, na falta de contraste, não dá nem para confirmar se as posições de intenção de voto e rejeição que ele apresenta são uma tendência. Já se comparando as pesquisas de junho (entre 8 e 10) e agosto do Pro4, são nítidos os indicativos de crescimento de Chicão (8,4% para 17,6%) e de Pudim (5% para 11,1%), assim como um aparente declínio de Caio.

Se, em junho, o pedetista liderava (aqui) a corrida com 15,2% na estimulada, em agosto ele foi o único dos seis candidatos a diminuir suas intenções de voto (para 13,7%), mesmo levando o apoio do deputado estadual João Peixoto (PSDC) e Gil Vianna (PSB) como seu vice, após vencer uma queda de braço (aqui e aqui) com o marido e secretário de Governo de Rosinha, Anthony Garotinho (PR). Além de, aparentemente, não ter recebido nenhum dos 5,6% de eleitores que, dois meses antes, declararam voto para Peixoto, ou dos 3,4% que optaram por Gil, Caio ainda perdeu 1,5 ponto percentual das suas próprias intenções de voto.

Todavia, ontem o TSE não só aceitou (aqui) o registro da candidatura de Caio, como o fez contabilizando o apoio do PT, conforme determinado na convenção municipal do partido. Em outras palavras, o jovem pedetista parece ter imposto mais uma derrota de articulação política a Garotinho. Como a coluna “Ponto Final” revelou (aqui), desde julho o secretário de Rosinha vinha pressionando o presidente nacional do PT, Rui Falcão, para que o partido da estrela vermelha apoiasse o PR em Campos, ou lançasse candidatura própria.

Como o “Ponto Final” desta semana também analisou (aqui), é inegável que o crescimento de Chicão, atrelado à melhora da imagem do governo, ainda tenha no mínimo mais de 10 pontos percentuais a percorrer, antes de se igualar aos 28,7% que, segundo o Pro4, querem a continuidade do atual governo. Mas mesmo que Chicão conquistasse todos os votos dos 27,3% de indecisos, não seria suficiente para a vitória em turno único, como o governo parece apostar todas as suas fichas.

A não ser que…

Bem, a não ser que o movimento de Garotinho na tentativa de controlar o PSB, para o qual chegou a conseguir nomear um novo comando municipal, antes da direção nacional do partido devolvê-lo à base de apoio de Caio, tenha sido feito para tentar contaminar a chapa do PDT.

Em seus tempos de oposição a Garotinho, o deputado federal Paulo Feijó (PR) certa vez disse que, na política de Campos, “só faltava boi voar”. Em contrapartida, já como aliado do antigo adversário, chegou a louvar “as boas relações jurídicas de Garotinho”.

Se a última observação de Feijó será capaz de gerar, mais uma vez, a primeira, o tempo dirá.

 

Publicado hoje (14) na Folha da Manhã

 

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Este post tem 4 comentários

  1. SÉRGIO PROVISANO

    Sim, meu caro Aluysio, em política, bois voam sim. Aliás, em nossa política local, voa tudo quanto é tipo de animais, inclusive o bicho homem… Eu procuro analisar números percentuais, advindos de pesquisas, mas sempre com aquela visão – talvez meio antiquada – de que a pesquisa que vale mesmo é aquela da totalização final dos votos das urnas.

    Mas vamos a algumas análises assim, meio empíricas, baseadas na observação e andanças que faço no mundo real: Eu desconfio do cresc no contextoimento da campanha do Dr. Chicão, pois, nada, além das obras de última hora no momento eleitoral que a gestão municipal anda fazendo, ocorreu de concreto no contexto administrativo, continuam faltando remédios nos postos de saúde, os hospitais estão no mesmo estado caótico que estavam, as escolas e creches estão na mesma, o transporte público continua deficitário, apesar da “intervenção” da prefeitura, mas pelo menos as calçadas estão sendo mreformados, mesmo que sejam reformas cosmésticas, no entender de muitos, mas, retomando, se nada de novo aconteceu sob o sol, essa liderança na espontânea é uma surpresa mesmo, ou então o povo se contenta com migalhas eventuais. Quanto ao crescimento da candidatura Geraldo Pudim, não me surpreende haja vista que o apoio de última hora de Arnaldo Vianna, à sua campanha, tendo em conta a liderança e o prestígio político dele, isso iria se refletir de forma positiva, numa campanha que estava meio que estagnada. Quanto aos índices de Rafael Diniz e Caio Vianna, devemos entender que a campanha eleitoral de fato, ocorrerá com os comícios, horário na TV e Rádio, ou seja, quando os eleitores puderem ouvir e avaliar as propostas de cada candidato. As candidaturas de Nildo Cardoso e Rogério Matoso, estão lá mais abaixo e não me surpreende, a de Matoso, já disse em minhas postagens, na irrefreável democracia das redes sociais, me parece ser, com todo carinho que tenho pelo rogério, um cavalo de Tróia do grupo do governo, e não uma candidatura de oposição ao que aí está. Quanto ao Nildo Cardoso, que ao meu ver, teria sido melhor tentar a sua reeleição à câmara, pois, sem dúvida alguma é um dos vereadores que disseram a que veio e suas chances dentro de uma eleição majoritária, são pequenas, mas não podemos ficar mesmo no achismo e meu entendimento é, confesso, raso e como foi dito, em política só não vimos ainda “boi voar” que em verdade, salvo engano, essa expressão não é de paulo Feijó, ela remonta aos tempos de Maurício de Nassau, da Invasão Holandesa, mas isso não vem ao caso, o que está em questão são os números dos institutos Pro4 e iNovo e que por retratarem um momento, certamente balizarão as campanhas dos seis candidatos, que serão acirradas e o que se espera do eleitor (pelo menos eu espero!) é discernimento e que seja eleito aquele candidato que realmente traga soluções para as diversas demandas que a população precisa. A população precisa de políticas públicas voltadas para a geração de renda e trabalho, uma educação de qualidade, que nos retire da rabeira do IDEB, a população precisa de uma rede pública de saúde que funcione de forma eficaz, de transporte público de qualidae, enfim, o mote é Qualidade. A gente, a nossa gente, está cansada de Pão e Circo,,,

  2. SÉRGIO PROVISANO

    Sim, meu caro Aluysio, em política, bois voam sim. Aliás, em nossa política local, voa tudo quanto é tipo de animais, inclusive o bicho homem… Eu procuro analisar números percentuais, advindos de pesquisas, mas sempre com aquela visão – talvez meio antiquada – de que a pesquisa que vale mesmo é aquela da totalização final dos votos das urnas.

    Mas vamos a algumas análises assim, meio empíricas, baseadas na observação e andanças que faço no mundo real: Eu desconfio do crescimento da campanha do Dr. Chicão, pois, nada, além das obras de última hora no momento eleitoral que a gestão municipal anda fazendo, ocorreu de concreto no contexto administrativo, continuam faltando remédios nos postos de saúde, os hospitais estão no mesmo estado caótico que estavam, as escolas e creches estão na mesma, o transporte público continua deficitário, apesar da “intervenção” da prefeitura, mas pelo menos as calçadas estão sendo reformadas, mesmo que sejam reformas cosméticas, no entender de muitos.

    Mas, retomando, se nada de novo aconteceu sob o sol, essa liderança na espontânea é uma surpresa mesmo, ou então o povo se contenta com migalhas eventuais.

    Quanto ao crescimento da candidatura Geraldo Pudim, não me surpreende haja vista que o apoio de última hora de Arnaldo Vianna, à sua campanha, tendo em conta a liderança e o prestígio político dele, isso iria se refletir de forma positiva, numa campanha que estava meio que estagnada.

    Quanto aos índices de Rafael Diniz e Caio Vianna, devemos entender que a campanha eleitoral de fato, ocorrerá com os comícios, horário na TV e Rádio, ou seja, quando os eleitores puderem ouvir e avaliar as propostas de cada candidato. As candidaturas de Nildo Cardoso e Rogério Matoso, estão lá mais abaixo e não me surpreende, a de Matoso, já disse em minhas postagens, na irrefreável democracia das redes sociais, me parece ser, com todo carinho que tenho pelo Rogério, um cavalo de Tróia do grupo do governo, e não uma candidatura de oposição ao que aí está.

    Quanto ao Nildo Cardoso, que ao meu ver, teria sido melhor tentar a sua reeleição à câmara, pois, sem dúvida alguma é um dos vereadores que disseram a que veio e suas chances dentro de uma eleição majoritária, são pequenas, mas não podemos ficar mesmo no achismo e meu entendimento é, confesso, raso e como foi dito, em política só não vimos ainda “boi voar” que em verdade, salvo engano, essa expressão não é de paulo Feijó, ela remonta aos tempos de Maurício de Nassau, da Invasão Holandesa, mas isso não vem ao caso, o que está em questão são os números dos institutos Pro4 e iNovo e que por retratarem um momento, certamente balizarão as campanhas dos seis candidatos, que serão acirradas e o que se espera do eleitor (pelo menos eu espero!) é discernimento e que seja eleito aquele candidato que realmente traga soluções para as diversas demandas que a população precisa. A população precisa de políticas públicas voltadas para a geração de renda e trabalho, uma educação de qualidade, que nos retire da rabeira do IDEB, a população precisa de uma rede pública de saúde que funcione de forma eficaz, de transporte público de qualidae, enfim, o mote é Qualidade. A gente, a nossa gente, está cansada de Pão e Circo… (reenviada, pois a anterior tinha muitso esrros de digitação)

  3. lucia

    Há outro cavalo de Troia. O PMDB não tem tradição histórica de lançar-se sozinho em uma disputa. Um Partido que tem atualmente o Presidente da República, Governo do Rio e presidente da Alerj, muito estranho isso.

  4. andre cruz

    se confirmada as intenções de votos do chicão ficara provado que realmente a política dos Rpas e as maquiagens de ultima hora que a prefeitura esta fazendo deram certo e o povo tem memória curta. afinal de contas todos reclamam de falta de remédios e de médicos em toda a rede de saúde de campos e quem era o secretario de saúde? dr chicão!de uma forma ou de outra por N motivos não surpreende ninguém o candidato da maquina ir para o segundo turno, oque eu espero e que a oposição nao se flagele para enfrentar essa maquina poderosa de compra de sufrágios no segundo turno. eu sou Caio Vianna 12.

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