Instigante e reveladora a forma como o artigo “Verdade e pós-verdade”, publicado em seu “Opiniões” pelo jornalista Aluysio Abreu Barbosa, trouxe à tona a distinção entre a verdade, nem sempre glamorosa, mas recompensadora, e os tempos da “pós-verdade”, relacionando Santiago e Gatsby — saídos das criações de Hemingway e Fitzgerald — esta última intrinsicamente ligada com figuras do mundo real dos nossos dias, cujas pós-verdades escondem, grosseiramente falando, descaradas mentiras.
Em “O Grande Gatsby”, o personagem central se vale de luxo e ostentação para esconder um passado de malfeitos — ainda que por boa causa. O êxito inicial de sua pós-verdade, contudo, não se sustenta e deságua num final trágico e solitário, prevalecendo a velha máxima: quanto mais você corre de seus pecados, mais fraco vai estar quando por eles for alcançado.
Já em “O Velho e o Mar”, o pescador perde para os tubarões o troféu de sua conquista, mas as sobras e a espinha-dorsal são mais que suficientes para que todos da vila comprovem a verdade de sua bravura e a saga triunfante nascida da irrefutável vitória sobre o grande peixe.
Por aqui, a pós-verdade do ex-presidente Lula consiste em dizer que não fez o que inapelavelmente fizera; e do atual governo em afirmar que vem fazendo aquilo que está longe de fazer.
Sobre Trump… Dizer o quê? Curiosamente usando as redes sociais como principal instrumento para vencer a corrida presidencial (para alguns, os democratas teriam sucesso se ao invés de Hillary a disputa fosse com Sanders, de 75 anos), o bilionário é uma figura ultrapassada não por ter 71 anos, mas pelo alinhamento reacionário que nem se recuarmos à década de 50, de Truman a Bush — incluindo o controverso Richard Nixon — iremos encontrar outro presidente com perfil tão desfavorável.
Texto luminoso, “Verdade e pós-verdade” lança mão da literatura para alcançar profunda reflexão de diferentes aspectos dos dias de hoje, fruto da singular perspicácia e inteligência de seu autor.
Caro Aluysio,
Obrigado por ter acolhido minhas singelas linhas, modestamente destinadas a pôr em relevo a sóbria eloquência com que seu texto aborda as agruras dos tempos ora vividos da pós-verdade.
Abs,
Guilherme.
TÁ DIFÍCIL PRÁ CARAMBA ACESSAR O NOVO SITE DA FOLHA DA MANHÃ E QUANDO A GENTE CONSEGUE O COMENTÁRIO NÃO VAI!!! NESTE POST, NÃO ENTENDI NADA!!! PARECE QUE É CONTINUAÇÃO DE OUTRO!!! QUEM É SANTIAGO E GATISBY?