Em sua sempre interessante seção diária “Conte algo que eu não sei”, o jornal O Globo trouxe hoje uma entrevista (aqui) com o cientista político estadunidense Robert Rotberg. Formado em Princeton e Oxford, o professor aposentado do MIT (Instituto Tecnológico de Massachussets) se encontra no Brasil para falar sobre o fenômeno da corrupção, alvo da operação Lava Jato, que chocou o país após a “delação do fim do mundo” eviscerar o modus operandi do Estado brasileiro.
Na tentativa sempre arriscada de se historiografar a volução do poder público de um país estrangeiro, na pior das hióteses, o entrevistado ofertou saber aquilo que o poeta escocês Robert Burns (1759/96), referência da sua cultura anglo-saxã, quis dizer quando escreveu os versos:
“Oh, se algum Poder nos concedesse
Vermo-nos a nós como nos vêem!”
Para quem se coloca na defesa do “Brasil de Vargas”, contra qualquer alteração, por exemplo, da sua CLT (uma adaptação em português da Carta Del Lavoro do ditador italiano Benito Mussolini, pai do fascismo), vale a pena observar o nosso reflexo na retina alheia. Neste sentido, segue abaixo o trecho da entrevista feita pela jornalista Luiza Barros, que batiza a entrevista initulada “A burocracia alimenta a corrupção”:
“Todas as pessoas no mundo querem se livrar da corrupção porque ela dificulta o progresso e o desenvolvimento econômico. Não acho, por exemplo, que o período colonial tenha qualquer relação com a corrupção no Brasil. Mas acredito que, politicamente, Getúlio Vargas foi muito corrupto. Mesmo que tenha se assumido como pai dos pobres, ele foi também o pai da corrupção (…) Ele institucionalizou a natureza da classe política. Não tenho como saber se, pessoalmente, ele foi corrupto, mas permitiu que as pessoas ganhassem favores a partir de um Estado regulatório. A partir de Vargas, o Brasil se tornou uma uma nação excessivamente burocrática. Com tantas regulações, vem a corrupção. A burocracia alimenta a corrupção. Uma coisa está ligada a outra”.
Entretanto, endossado pelos responsáveis pelas operações Calicute, que prendeu o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) no Rio, ou da Chequinho em Campos, que já chegou a prender o ex-governador Anthony Garotinho (PR), Rotberg vê o Brasil de hoje com esperanças reais:
“Sérgio Moro mostrou que é possível não ser tolerante com a corrupção e já é popular na sociedade civil. A partir de Moro, começa a haver uma mudança nas atitudes públicas e políticas: mais pessoas passam a querer ser como ele. Isso cria um efeito bola de neve”.
Quem viver, verá ao final da avalanche do que ainda está por vir…
Graças aos juízes, promotores e delegados da Lava-jato, da Calicute, da Chequinho, cada vez mais vemos as coisas como eram. Mas não serão nunca mais. Quem finge não ver deseja ao Brasil a opção final de Vargas.
Isto se os políticos não aniquilarem a Lava Jato! O que assisti hoje na Câmara dos Deputados, com o Rodrigo Maia desrespeitando o Regimento e 1/3 dos deputados contra a votação da Reforma da CLT, é uma afronta à Democracia!
Em seguida, o depoimento do Roberto Requião querendo amordaçar a Lava Jato, Polícia Federal e o Poder Judiciário, são por si, um ato de lesão à Democracia. Ele rebatia com quem? Com a Gleisi Hoffman, como se ela fosse um poço de virtudes, como se não fosse suspeita em crimes de corrupção, ela e o marido!
Estes dois eventos que citei me parecem o suficientemente indicadores de que estamos em risco real. Há um nervoso interesse da corja política em colocar uma cortina de fumaça em suas aberrações hoje declaradas nas delações premiadas!
E pra variar, tanto aqui na terra do chuvisco e da moral cor-de-rosa, quanto lá no Planalto, todo mundo é inocente, todos tiveram suas contas aprovadas! Claro! Se nos basearmos no TCE, qualquer esterco era devidamente lavado e perfumado pelos “Conselheiros” da lambança, quem me garante que as contas dos políticos não passaram pelo mesmo processo?
E o presidente da república, assim mesmo em letras minúsculas, tem sempre uma frase infeliz que escapa de sua mentezinha “bem intencionada”: “__Não vai ser uma delação qualquer que irá atrapalhas as reformas e a governabilidade”! No caso, a “delação qualquer’ era referente a alguns milhões de dólares!
Por aqui mesmo, na terra do chuvisco, gente da “mais alta honestidade” acha que irá obter sucesso em processar Juízes e Promotores que enfrentam a corrupção e a safadeza! A habilidade da dissimulação, da cara de pau, e da desfaçatez me assustam, e não fosse a lerdeza da Justiça, toda esta gente já deveria estar presa e devia apodrecer na cadeia.
E quanto ao cientista político. ele tem razão! Se levantarmos o volume de aditivos nos contratos do governo anterior do nosso Município, considerando a eterna e criminosa falta de transparência, com certeza a sua afirmativa tem todo o sentido.
E triste as mentiras que Rafael vem pregando, dizer que exonerou mais de 500 cargos comicionados. Ele esta 10 vezes pior do que Rosinha, ele mandou muita gente sem justificativa embora,e que hoje esta passando por dificuldade financeira.Ainda bem que eu nao preciso de favor de politico para sobreviver