Semelhanças e diferenças
Ao tomarem posse ontem na Câmara, os novos vereadores Beto Cabeludo (PTC), Josiane Morumbi (PRP) e Roberta Moura (PR) revelaram semelhanças e diferenças. Em comum, os três assumiram a partir das condenações de primeira e segunda instâncias da Justiça Eleitoral, oriundas da operação Chequinho. A principal diferença é que sobre Beto e Josiane não pesam suspeitas de envolvimento na troca de Cheque Cidadão por voto, no governo Rosinha Garotinho (PR). Por sua vez, Roberta já foi julgada no caso e espera sua sentença.
Suspeitas na oposição
Aparentemente, as diferenças nas suspeitas pela forma como conseguiram seus votos na eleição de outubro passado determinou os discursos dos três novos edis. Beto Cabeludo e Josiane Morumbi disseram que vão legislar em conjunto com os companheiros de Câmara, cuja composição hoje é majoritariamente governista. Por sua vez, Roberta Moura pregou: “Vou ser oposição a um governo (Rafael Diniz, PPS) que não está fazendo nada pelo povo. Agradeço a (Anthony) Garotinho (PR) pelo apoio ao meu mandato”.
Dúvida assumida
Apesar da firmeza em chegar se anunciando oposição, Roberta externou a dúvida: “Não sei quanto tempo vou ficar no cargo”. Julgada numa Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) da Chequinho, mesmo se a nova vereadora vier a ser condenada, recorre no cargo, mas pode ser alvo de uma Ação Penal (AP) do Ministério Público, que poderia custar seu mandato.
Cabeludo x Garotinho
Por sua vez, bastante popular em Ururaí, seu reduto eleitoral, Beto Cabeludo ficou mais conhecido do campista em geral a partir de uma pesquisa do instituto Pro4 divulgada em 8 de novembro de 2015, na Folha. Feita com 984 eleitores, entre 22 a 24 de outubro, na consulta espontânea a prefeito de Campos, que seria eleito no ano seguinte, Cabeludo despontou com 0,1% das intenções de voto. Pode não ter sido muito, mas foi só 0,1 ponto percentual atrás das citações espontâneas a Garotinho, que marcou apenas 0,2%. O crescimento do hoje vereador e a decadência do ex-governador e ex-prefeito já eram tendências.
Caminho inverso
Enquanto há grande mobilização para que Campos e cidades vizinhas possam ganhar mais reforço na segurança, uma ordem do comando geral da Polícia Militar no Rio vai desfalcar o 8º BPM e os batalhões de Itaperuna e Pádua em 77 militares. O mais absurdo que isso acontece em meio a uma onda de violência no interior com constantes assaltos e a população refém. A justificativa para o envio de PMs para São Gonçalo é que por lá são constantes o roubos. E aqui, não precisa?
Reações
Mesmo que temporário, como garante o Comando da PM, a situação desagrada à população e os próprios militares que estão acostumados com uma rotina diferente da região metropolitana — com menos fuzis, por exemplo. Tanto que a reação dos deputados estaduais Bruno Dauaire (PR), Geraldo Pudim (PMDB), Gil Vianna (PSB) e João Peixtoto (PSDC) foi imediata em defesa dos militares e pela segurança no interior. Eles não conseguiram evitar que os danos fossem ainda pior.
Cultura em pauta
O Norte Fluminense terá a oportunidade de discutir as políticas culturais de diversas vertentes artísticas. A região sediará duas prévias do I Fórum Estadual de Segmentos Culturais do Rio de Janeiro que acontecerão nos dias 18 de maio, em Macaé, das 15h às 20 horas, no Centro Cultural Rinha das Artes, e no outro dia, 19, em Campos. O encontro será no IFF Campus Centro, também das 15h às 20h.
Com a colaboração do jornalista Rodrigo Gonçalves
Publicado hoje (04) na Folha da Manhã