Na cidade de Campos, as vans e os carros que fazem lotadas geralmente são veículos em estado lastimável, que dificilmente passariam por uma fiscalização do Detran. Por sua vez, seus condutores raramente respeitam um sinal fechado, ou qualquer outra regra de trânsito que o resto dos motoristas está obrigado a cumprir. Entretanto, além do poder da invisibilidade para ser detectado pelas autoridades, este tipo de transporte também tem uma vantagem para o passageiro: o leva pra onde precisa ir, na hora que precisa.
Levar o passageiro para onde quer ir, na hora que precisa, é uma característica que o transporte ‘legal’ não conseguiu realizar, apesar de ter levado um monte de dinheiro em subsídios da prefeitura durante os últimos anos. Agora, com a suspensão (interrupção) da ajuda estatal, não parece provável que as empresas de ônibus de Campos consigam sobreviver. Permanecendo a impune concorrência das vans e das lotadas, a falência parece ser iminente.
A esperteza dos empresários e a falha na fiscalização por parte da prefeitura criaram o ovo da serpente do sistema ilegal de transito. A administração municipal pagou grande parte da passagem durante anos, e ainda assim não se passa um mês sem que não haja paralisações dos motoristas reclamando de salários atrasados. Os passageiros dizem que a espera nos pontos é absurda, e quando o ônibus aparece, ele já vem cheio de pessoas.
Quem estaria disposto a arriscar sua vida numa van que percorre a 28 de Março a 80 km/h com o porta aberta, se houvesse um ônibus com ar condicionado fazendo o mesmo trajeto, passando com maior frequência, e com a maioria dos passageiros sentados?
Quando o poder público decide subsidiar uma atividade econômica, bancar a demanda (consumidor) é melhor do que bancar a procura (fornecedor). Ao garantir um dinheiro certo aos empresários de ônibus, estes procuraram maximizar seus lucros, sem oferecer um serviço de qualidade, nem ter nenhum incentivo em melhorar sua atividade — conjugado ao fato de que, evidentemente, a prefeitura nem se preocupou em fiscalizar nada. Se, em cambio, se tivesse dado ao cidadão a opção de aplicar o desconto no sistema de transporte que mais lhe agradasse, a concorrência teria funcionado de maneira virtuosa para ser a cada dia mais eficiente.
Eu teria utilizado parte do dinheiro gasto no programa ‘Campos Cidadão’ em promover descontos para a compra de bicicletas elétricas, e na construção de mais ciclovias. Este tipo de veiculo é ideal para ser utilizado na nossa planície, e o custo de uma ‘carregada’ certamente é menor do que uma passagem ida-e-volta. É uma ideia maluca? Nem tanto quanto aquela do Aeromóvel — lembram?
De qualquer forma, como sabemos, agora o dinheiro acabou. A promessa do atual governo de manter os programas sociais está sendo descumprida. A conta por ter falado demais na campanha — ciente à época da batata quente que ia receber — pertence a Rafael Diniz, e a pagará com popularidade. Já a conta da administração municipal ficar refém do populismo e das despesas demagógicas sem receita permanente deve ser cobrada, sem dúvida, aos Garotinho.
Sempre em vespera de feriadao acontece Blitz em varios pontos da cidade, o que eu sempre observo que as pessoas de bem sao as que mais sofrem represalia nessas operacoes, muintas das vezes por minusculas coisas,seria melhor em vez de multar fazer uma distribuicao de um panfleto educativo.eu nao tenho nada contra o transporte alternativo, o que nao pode e deixar do jeito como sempre vem acontecendo, as vans nao respeitando os horarios dos onibus, e fazer um pente fino para saber quem sao realmente os verdadeiros donos dessas vans