Valorização do fotojornalismo
Por Diomarcelo Pessanha(*)
A primeira vez que percebi e fui tocado pelo poder de comunição do jornal Folha da Manhã, foi quando criança. Posso dizer que foi nos meus primeiros momentos de consciência da própria existência, possivelmente no início destes 40 anos. Não foi por suas páginas impressas, mas pelas ondas da Rádio Continental, quando em minha casa e em muitos lugares que eu andava tocava o jingle empolgante “Olha Folha da Manhã, preferência popular”.
Mesmo sem naquele momento entender exatamente que estava diante de uma das grande habilidades que marca a Folha, que é chegar em todos setores e faixas etárias da sociedade, mesmo que para isso fosse necessário usar essa transversalidade de mídias, quando os radialistas liam a notícia do que se tinha publicado de um acontecimento relevante. Naquele momento, talvez fosse a gênese do que vemos hoje de maneira muito mais expandida, com as mídias online e impressas se retroalimentam velozmente.
Quatro décadas depois, a Folha continua presente e forte dentro da evolução e expansão dos canais de comunicação, fazendo a diferença na precisão e credibilidade da produção de conteúdo tanto em suas páginas impressas, quanto no universo virtual
Minha relação mais íntima e cotidiana com o jornal começou há 25 anos, quando a fotografia entrou em minha vida pelo fotojornalismo, onde entrei como estagiário e na sequência me tornei funcionário. Quando penso no início de minha profissão como fotojornalista, vem uma sensação de gratidão a credibilidade da Folha. E esta foi também transmitido a mim e aos fotógrafos de minha geração, que tiveram suas narrativas fotográficas impressas no jornal.
Impossível imaginar o significado que a fotografia tomou em minha vida, sem levar em conta esse tempo de relação com a Folha, onde aprendi que o que eu fazia era importante. Desde que comecei na Folha, ainda não presenciei nem ouvi falar de tamanha valorização da linguagem fotográfica em nenhum impresso daqui da região, onde a fotografia é o princípio de diagramação e muitas vezes hierarquia do que é relevante naquele dia na capa do jornal.
Se for falar em fotojornalismo consistente e dotado de sua importância como ferramenta poderosa de comunicação, inevitável termos que falar do que a Folha fez nestes 40 anos. Fez nosso fotojornalismo referência no interior do Estado, como também uma fotografia creditável de inúmeros fatos regionais que se tornam relevantes nacionalmente. E assim alimentaram imageticamente a capa de grandes veículos de tiragem nacional.
Parabéns jornal Folha Manhã por seus 40 anos.
(*) Ex-editor de fotografia da Folha da Manhã
Publicado hoje (07) na Folha da Manhã