Folha 40 anos — Márcia Angella Arêas

 

Jornalista Márcia Angella Arêas

40 anos de Folha

Por Márcia Angela Arêas(*)

 

Antes de falar de minha vida na Folha da Manhã, não poderia deixar de lembrar a chegada ao colunismo social, em 1970 convidada pelo jornalista Oswaldo Lima para assumir a coluna do Monitor Campista. E, de lá pra cá, não parei mais. Atuei no jornal A Cidade, sob o comando de Alair Ferreira Filho, e depois com Ronaldo Arêas, também em A Cidade. Estou em minha segunda passagem na Folha, onde estou há 18 anos. Da primeira, foram 12 anos. Antes de ter Diva e Aluysio Cardoso Barbosa como meus diretores, tinha com eles um relacionamento anterior. Aluysio, meu colega de Faculdade de Filosofia, no curso de jornalismo, e Diva, minha professora de História. Em todo esse tempo de trabalho é claro que presenciei os mais diversos momentos. A sociedade campista em alta, com festas grandes e glamour, os clubes sociais no auge, as usinas em pleno funcionamento, várias empresas em atividade que já não existem. Muita gente foi importante. Hoje está no esquecimento.

Nessas décadas de Folha são muitas histórias, ausências, alegrias e saudades.

Hoje, vejo à frente do jornal Aluysio e Christiano Abreu Barbosa, meninos que vi nascer.  Vivemos novos tempos, com modernismo, tecnologia e nova maneira de pensar e agir.

Mas gostaria de deixar bem claro que em todo esse percurso nada subiu à minha cabeça. Continuo ser a mesma Márcia Angella, mas claro que com muito mais experiência. Visto a camisa de onde trabalho e procuro respeitar as normas da empresa. Mas não deixo de ter as minhas opiniões. Tenho carinho e amizade pelos meus leitores, clientes fiéis e patrocinadores. Além do mais, gosto do que faço. Acompanho gerações. Já cobri casamento de pais, dos filhos, nascimentos, festas de 15 anos, bodas etc. Mas sinto que está chegando a hora de passar para outro essa responsabilidade.

Quando minha sobrinha Lívia terminou o curso de comunicação em Nova Iorque disse para ela que, ao dar as notícias, procurasse saber se são verdadeiras para não ter que desmentir depois. E que a pressa da primeira mão às vezes nos leva ao erro. E, ainda, que não se iludisse com elogios, porque enquanto estamos ocupando um espaço tudo são flores.  Depois… E também que a humildade e a ética são muito importantes para um profissional. Algum tempo atrás uma jovem atuando na Folha me confessou que se ela tivesse que trabalhar mais de 30 anos numa redação preferia morrer. Respondi: então deixe o jornalismo e procure outra profissão. Sem amor e dedicação nada se constrói.

 

(*) Jornalista e colunista social da Folha da Manhã

 

Pubicado hoje (07) na Folha da Manhã

 

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Este post tem um comentário

  1. cesar peixoto

    Uma pessoa carismatica e muito gentil, sempre com um sorriso amigável

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