Nem Lionel Messi, nem Cristiano Ronaldo. Se a França do jovem meia Mbappé mandou o primeiro de volta para casa, coube ao Uruguai do experiente atacante Edinson Cavani despachar o segundo da Copa da Rússia. Foi a vitória de times melhores sobre os grandes craques da Argentina e de Portugal, que dividiram o posto de melhor jogador do mundo na última década. Os dois agora assistirão os candidatos a seus sucessores se consagrarem, ou não, na Copa da Rússia.
Quem se consagrou agora há pouco foi Cavani. Logo aos 7’ de jogo, ele abriu o placar ao concluir uma bela tabela com seu companheiro de ataque, Lusito Suárez, entre os lados opostos do campo. Da esquerda, Cavani fez uma inversão de mais de 50 metros à direita, para Suárez, e correu em direção à área adversária. Luisito avançou e observou o movimento do colega, levantando a bola na sua cabeça, no segundo pau: Uruguai 1×0.
O time que ainda não tinha tomado gols na Copa administrou a vitória parcial na etapa inicial. Nela, Cristiano Ronaldo só teve uma chance contra o Uruguai, em chute de direita defendido sem maior dificuldade pelo goleiro Fernando Muslera. Mas a verdade é que o atacante do Real Madrid foi muito bem vigiado pela excelente dupla de zaga do clube rival Atlético de Madrid, composta dos uruguaios Diego Godín e José Giménez.
Apesar da atuação discreta, Cristiano Ronaldo estimulou os companheiros todo o tempo, assumindo mais uma vez o posto de comandante da nau lusitana. E ela pareceu ter as quartas de final à vista, quando o zagueiro alagoano Pepe, naturalizado português, empatou o jogo de cabeça, em lance de bola parada, aos 10’ do segundo tempo.
O empate animou Portugal, que intensificou a pressão sobre o sistema defensivo elaborado pelo técnico Oscár Tábarez, do Uruguai. Seu time se defendeu em bloco, fechando os espaços e marcando por zona, com aplicação tática até da sua perigosa dupla de ataque. E com eles explorava os contragolpes.
Foi num contra-ataque rápido, aos 17’, que Muslera deu um chutão para frente e Suárez raspou de cabeça, antes de do meia Rodrigo Bentancur lançar para Cavani em incisão pelo lado esquerdo da área. Ele bateu de primeira, com a parte interna do pé direito, mandando a bola no canto oposto do goleiro Rui Patrício.
Depois de dar números finais à partida, Cavani deixou o campo sentindo uma lesão na panturrilha. Já nos descontos, aos 48’, sem conseguir furar a sólida defesa uruguaia, Cristiano Ronaldo reclamou agressivamente do árbitro mexicano César Ramos e acabou levando o cartão amarelo que o tiraria das quartas de final contra a França. Mas o Uruguai, no campo, ganhou a vaga.
Com seus dois gols, Cavani foi o segundo atacante do Paris Saint-Germain a brilhar na abertura da fase eliminatória da Copa da Rússia. Antes dele, com outros dois gols, havia sido seu companheiro de clube Mbappé. Falta Neymar…
Por maior que seja a gravidade do grande craque, futebol é esporte coletivo. Quem se impõe como time proporciona mais brilho aos seus melhores indivíduos. Na abertura das oitavas de final da Copa da Rússia, a jovem e talentosa seleção da França confirmou seu favoritismo e eliminou hoje, por 4 a 3, a Argentina de Lionel Messi, melhor jogador do mundo. Foi um jogaço, com muitos gols e viradas.
Entre os gauleses reforçados por descendentes de africanos, como são desde o filho de argelinos Zinédine Zidane, ninguém brilhou mais do que seu herdeiro da camisa 10: Kylian Mbappé. Aos 19 anos, ele se tornou o segundo jogador na história, com menos de 20 anos, a ter marcado dois gols num jogo de fase eliminatória em Copa do Mundo. O primeiro foi um tal de Pelé.
Quem pensava que a Argentina não estaria à altura do desafio, estava errado. Mas quem abriu o placar foi a França. Após uma arrancada desde o seu campo defensivo, Mbappé deixou três marcadores para trás e mostrou que o dia seria seu. Ele só foi parado dentro da área com falta pelo zagueiro Marcos Rojo. Aos 13 minutos do primeiro tempo, o pênalti foi convertido pelo atacante Antoine Griezmann.
Depois do começo de jogo, quando pareciam capazes de igualar as ações em campo, os argentinos sentiram o golpe. Até que, aos 41 minutos, finalmente um coadjuvante de Messi resolveu despertar do coma na Rússia. Em belo chute de fora da área, de canhota, Ángel Di María determinou o empate antes do intervalo.
Renovada pelo empate, los hermanos voltaram a campo para impor a primeira virada no jogo. Logo aos 3 minutos do segundo tempo, em outra boa jogada individual, Di María sofreu falta na ponta esquerda. Mesmo vigiado o tempo inteiro pelo incansável volante N’Golo Kanté — outro francês de origem africana —, Messi dominou a bola rebatida da cobrança, driblou dentro da área e concluiu de canhota. A bola foi desviada pelo lateral-direito Gabriel Mercado: Argentina 2 a 1.
Outro lance individual empataria mais uma vez a partida. Aos 12 minutos, o lateral-direito Benjamin Pavard acertou outro belo chute de fora da área. Se sentiram o empate, os argentinos tiveream baque maior quando Mbappé colocou a França na frente. Aos 19, em jogada individual, ele driblou dois dentro da área, penetrou pela esquerda e, quase sem ângulo, venceu o goleiro Franco Armani.
Quatro minutos depois, num contra-ataque rápido, o jovem camisa 10 da França recebeu o passe do atacante Olivier Giroud. Dessa vez entrando pela direita da área argentina, Mbappé fez o seu segundo gol, o quarto da França.
A Argentina ainda diminuiria o placar. Já nos descontos, aos 48, o atacante Kun Aguëro deu números finais à partida, completando um belo lançamento de Messi. Aos 31 anos, ele pode ter disputado sua última Copa do Mundo. E a quem cobra títulos em sua passagem pela seleção, seu camisa 10 sempre terá os (por enquanto) cinco títulos de melhor jogador do planeta.
À sombra de Diego Maradona — mais uma vez presente ao jogo, mas boicotado em sua transmissão —, Messi possivelmente se juntará a outros grandes craques que nunca ganharam uma Copa: os brasileiros Zizinho e Zico, os holandeses Johan Cruijff e Marco Van Basten, o italiano Roberto Baggio, o húngaro Ferenc Puskás e o também argentino (depois naturalizado espanhol) Alfredo Di Stéfano.
Como outros grandes que vieram antes e os que advirão, se Messi não ganhou uma Copa, azar o da Copa. Mas, para sua sorte, a que se disputa na Rússia seguirá com o talento do jovem Mbappé.
“Todos nós conhecemos o Neymar. Mas não compete a mim julgar, cabe ao árbitro. A Fifa hoje tem o VAR. Tem de ver o estilo de jogo, o árbitro saber conduzir… Sabemos que o Neymar gosta de exagerar nas faltas e se atirar muito. Repito, é seu estilo de jogo. Mas quem tem de ver isso são os árbitros e não a gente. O árbitro tem que julgar e, de certa maneira, acabar com isso”, foi o que disse hoje em entrevista coletiva o meia Andrés Guardado, capitão da seleção do México que enfrenta o Brasil nas oitavas de final, às 11h da próxima segunda-feira (02).
Neste sábado (30), também às 11h de Brasília, França e Argentina abrem a fase eliminatória do Mundial da Rússia. Um pouco mais tarde, às 15h, jogam Uruguai e Portugal. Os quatro têm time para conquistaram o título. E dois deles têm os melhores jogadores do mundo: Lionel Messi (aqui) e Cristiano Ronaldo (aqui e aqui). O fato é que os dois times vencedores se enfrentarão nas quartas de final. E só um passará à semifinal com o vencedor do quadrangular oposto, que tem duas outras fortes seleções: Brasil e Bélgica. Encerrada a fase de grupos, é a Copa de verdade: empatou, prorrogação e disputa de pênaltis; perdeu, vai para casa.
O Brasil tem em Neymar seu craque. Embora o melhor jogador do time na primeira fase tenha sido Philippe Coutinho. Nos dois primeiros jogos — 1 a 1 contra a Suíça (aqui) e 2 a 0, na Costa Rica (aqui) — o camisa 10 brasileiro se marcou mais pelo corte de cabelo excêntrico, por xingar adversários e (aqui) companheiros de time, reclamar da arbitragem, insistir em jogadas individuais distantes da área, valorizar faltas, socar a bola e chorar sem lágrimas. E também simulou um pênalti contra a Costa Rica, bem anulado com auxílio do VAR pelo árbitro holandês Bjorn Kuipers.
Fartamente questionado por imprensa e torcida por sua atuação nos dois primeiros jogos do Brasil, apenas no último — 2 a 0 diante da Sérvia (aqui) — Neymar conseguiu marcar mais pelo bom futebol, do que por por sua polêmica personalidade. Mas após ser desmascarado pelo VAR, mesmo se for atropelado dentro da área, dificilmete um juiz na Copa da Rússia confirmará o pênalti sobre ele sem receber a confirmação pela arbitragem eletrônica.
Cada vez mais conhecido por sua fragilidade a críticas, tanto quanto pela inventividade do seu futebol, Neymar vai ter que aprender a devolver apenas na bola às provocações. E, sobretudo, parar de fazê-las. Se sua cabeça não se mantiver no lugar, talvez até dê para passar pelo México que hoje o elegeu publicamente como “Cristo”. Mas não pela Bégica (aqui) de De Bruyne, Hazard, Mertens, Courtois e Lukaku. Tampouco para depois enfrentar quem sobreviver da briga de foice no escuro entre França, Argentina, Uruguai e Portugal.
Dia de abstinência de Copa e redescobrir que existe vida além do futebol. Mas, concluída ontem (28) a fase de grupos do Mundial na Rússia, o blog não pode deixar de registrar sua seleção entre as 32 que apresentaram antes do afunilamento nas 16 que disputarão as oitavas de final a partir deste sábado (30). E também o melhor técnico, o craque, o jogo e o gol mais bonitos da primeira fase. Vamos a eles:
Melhor jogo: Portugal 3×3 Espanha (15/06)
Gol mais bonito: Lionel Messi, primeiro do Argentina 2×1 Nigéria (26/06)
Ontem, quinta-feira, saiu mais uma pesquisa Ibope[1] sobre a intenção de votos para Presidência da República nas eleições deste ano. Vou tratar daquilo que vem me chamando a atenção nos últimos processos eleitorais. E, me parece, segundo mais esta pesquisa, que não será diferente neste ano: o crescimento dos votos nulos e brancos.
Na pesquisa ‘estimulada’ (aquela onde se apresenta os nomes dos candidatos) com Lula candidato, temos 22% de nulos/brancos, que se somar aos 6% que ‘não sabe ou não respondeu’, dão 28%. Sem Lula como candidato, temos 33% e 8% respectivamente, num total de 41%. Na pesquisa ‘espontânea’ (aquela que não apresenta os nomes dos candidatos – nesta, também o Lula estava em primeiro lugar), o percentual de nulos/brancos é de 31%, com 28% no ‘não sabe ou não respondeu’, em total de 59%.
Qualquer pesquisa rápida em fonte segura na internet vai constatar que estes percentuais estão crescendo em eleições majoritárias e municipais nos últimos anos/pleitos. E, contando com as margens de erro ‘pra lá e pra cá’, os números são preocupantes a ponto de ousar afirmar que são necessárias mais pesquisas, claro que mais sistematizadas, aos moldes da universidade, para compreender as razões desse crescimento. Neste momento quero apenas pautar minhas inquietações, suspeitas e hipóteses sobre este assunto.
Antes, quero deixar claro que respeito este posicionamento político-eleitoral. Não vou julgá-lo. Posso até não concordar, mas, jamais vou sentenciá-lo! Muito menos rotular o ato e pessoas, em especial, com impropérios! Faz parte da democracia esse posicionamento. E em nosso próprio sistema eleitoral é previsto e oferecido as opções. É evidente que quanto mais cidadãos participam de um processo de escolha, mais fortalece e mais legitima o resultado e a prática de relações de poder democráticas. Quanto a isso não tenho dúvida alguma até aqui.
Votar nulo ou em branco é uma forma de manifestar ideias, posicionamentos e comportamentos no âmbito da vida política, não se reduzindo apenas ao rótulo da alienação. Por exemplo, pode significar sim ‘um tanto faz’ para ‘o bem ou para o mal’ ou mostrar que no ‘elenco de candidatos’ não se sente representado por nenhum deles. Não posso condenar ninguém por pensar assim em momentos eleitorais. Acho imprescindível, a cada pleito, ‘fazer leituras’ desses percentuais que estão sempre presentes, mesmo que os índices sejam baixos ou ínfimos/desprezíveis. Eles sempre dizem alguma coisa sobre a realidade local, regional e nacional. Eles sempre expressam visões de mundo.
Exatamente por isso — expressar ideias e comportamentos existentes na sociedade real —, sinto-me de uns anos para cá preocupada com os ‘números desse tipo de voto’. Eles já passaram, para mim, do que chamamos de razoabilidade ou de previsibilidade em nosso contexto sócio-histórico. Algo de novo está no ar na vida política brasileira, trazido pelo crescimento expressivo dessa forma de votar e de vivenciar as relações de poder. Suponho que haverá implicações tamanhas para o avanço ou não da nossa jovem democracia se ficarmos indiferentes ou se reduzirmos tudo ao ‘analfabetismo político’!
Por que será que CRESCE o número de pessoas que falam: ‘eu odeio política’? Ou, que ‘nenhum político presta’? E mais, num tempo de curta duração, se pensarmos que a primeira eleição direta depois da Ditadura empresarial-militar ainda não fez trinta anos? E que nesses 29 anos tivemos conservadores e progressistas e também um mix deles no poder?
Não me satisfazem respostas que buscam explicar tal fenômeno, como: ‘foi a Rede Globo’, ou ‘foi o golpe de 2016’, ou ‘foi a corrupção’, e parar por aí! Eu ficaria super confortável pensando assim! Mas não consigo! Globo e golpe fazem parte. A corrupção também. Porém se compreendo que o crescimento dos votos nulos e brancos é fruto de um processo histórico, não posso ‘ler somente as partes isoladas de um todo’. Nem posso justificar tal quadro apenas porque este fenômeno está acontecendo em outros países e por isso está acontecendo aqui. Para mim não basta!
É claro que existem razões comuns e intercessões entre o mundo e nós, e entre nós e o mundo. Mas, dialeticamente pensando, temos as razões próprias/internas desse processo, deixadas muitas vezes de lado, por nossas esquerdas e direitas, tal como uma tradicional relação ‘senhor e servo’ com o mundo (rico!).
Pensar a ‘partir de nós’ na vida política, como ponto de partida e/ou de chegada, tem sido muito difícil e não é de agora! Exige, em especial, não se alimentar da miséria material e imaterial de nós mesmos, ou seja, de uma sociedade construída de certa forma até aqui. Os nossos crescentes ‘votos nulos e brancos’ (que vem de diversas frações de classes), no seu silêncio, podem representar um ato de discordar com o que foi feito; pode ser um ato extremo, um pedagógico grito: ‘acordem desse berço’! ‘Acordem’, não há mais lugar ‘para o mais do mesmo’!
O crescimento dos ‘votos nulos e brancos’ pode estar também articulado à infeliz e letal despolitização emancipadora empreendida por omissão e/ou por estratégia dos governos lulistas, negando suas origens históricas, utilizando da cooptação ou da força ‘bruta’ com os movimentos sociais tradicionais, por exemplo.
Se as razões para os números desses votos trazidos pela última pesquisa do Ibope, passarem pelas ideias levantadas, e, se eles se tornarem tendência à realização, teremos no futuro próximo um desafio político enorme e novo — decifrar o enigma de uma jovem democracia, que viveu em todo o seu tempo numa realidade econômico-financeira de crise estrutural, que teve conservadores e progressistas em seu leme, que terá em pouco tempo quase metade de seus cidadãos eleitores votando nulo ou branco. Parece estranho, mas seria como se cada voz ‘dessa quase metade’ afirmasse: ‘eu sei o que eu não quero. O que quero…ainda não sei”.
Em outras palavras, a porta do potencial para ‘rir ou para chorar’ estará aberta.
Todas as pesquisas são unânimes: mesmo preso desde 7 de abril, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda é o político mais popular do Brasil. E, sem ele na disputa, o líder na corrida ao Palácio do Planalto é o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL). Mas, segundo a consulta Ibope feita entre 21 e 24 de junho, com 2 mil eleitores de 128 municípios, o presidenciável de direita está em empate técnico com a ex-senadora Marina Silva (Rede). Na margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou menos, Bolsonaro ficou com 17% das intenções de voto no cenário sem Lula. Nele, Marina teve a preferência de 13% dos eleitores.
Com e sem Lula
Sem Lula, depois de Bolsonaro e Marina, apareceram o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), com 8%; o ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB), com 6%; o senador Álvaro Dias (Podemos), com 3%; além do senador Fernando Collor de Mello (PTC) e do ex-prefeito paulistano Fernando Haddad (PT), ambos com 2%. Com o ex-presidente colocado no páreo, apesar da sua participação no pleito ser vetada pela Lei da Ficha Limpa, ele liderou a pesquisa Ibope com 33%, seguido de Bolsonaro (15%), Marina (7%), Ciro (4%), Alckmin (4%) e Álvaro Dias (2%).
Herança
No contraste entre os números Ibope com e sem Lula, sua ex-ministra Marina surge como principal herdeira dos seus votos. Ela cresce seis pontos percentuais sem o líder petista. Ciro sobe quatro, sobrando dois para Bolsonaro, dois para Alckmin e um para Álvaro Dias. De acordo com a pesquisa, presidenciáveis da chamada esquerda orgânica herdam pouco ou nada do ex-presidente. A deputada estadual Manuela D’Ávilla (PC do B), que apareceu com 1% das intenções de voto com Lula, permanece sem ele com o mesmo percentual mínimo. Já o líder do MTST Guilherme Boulos (Psol) passou do traço, com Lula, para 1%, sem.
Desencanto e rejeição
Outro dado relevante da pesquisa Ibope é o grande número dos eleitores dispostos a votar em branco e nulo, ou que ainda estão sem candidatos. Com Lula no páreo, eles somam 28%. Sem ele, chegam a 41%, mais que as intenções de voto somadas de Bolsonaro, Marina e Ciro. Fundamental numa eleição em dois turnos, que seriam necessários mesmo com Lula, é a rejeição. Nele, Bolsonaro lidera com 32%, junto com Collor, primeiro presidente do Brasil a sofrer impeachment. Lula, único a ser preso, ficou com 31%. No índice negativo, Alckmin registrou 22%, enquanto Marina e Ciro empataram com 18%.
Presidente
Não é novidade para ninguém o alto índice de rejeição que enfrenta o ainda presidente Michel Temer (MDB). E segundo a pesquisa Ibope, a avaliação negativa do governo bateu seu próprio recorde. Os índices de ruim e péssimo somaram 79% neste mês de junho, ante 72% verificados em março. Até então o pico de rejeição havia sido registrado em setembro de 2017, com 77%.
Mal avaliado
De acordo com a pesquisa, a avaliação de que o Governo Temer é regular caiu de 21% para 16% entre março e junho. Entre os entrevistados, 4% disseram que o governo é ótimo ou bom, ante 5% no levantamento passado. Temer segue como o mais mal avaliado entre os presidentes desde José Sarney. A desaprovação à maneira de Temer governar também subiu e foi de 87% a 90%, o maior porcentual registrado pelo Ibope. A aprovação caiu de 9% para 7%, o mais baixo já medido pelo levantamento.
Risco
Representantes da Vigilância em Saúde de Campos e do Comitê de Arboviroses vão conceder entrevista coletiva, no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), hoje, às 10h, onde irão abordar o quadro atual da chikungunya no município. Vale lembrar que só neste ano são 1.594 casos da doença. É extremamente importante manter a população informada nestes casos. E não custa lembrar que cada um tem de fazer a sua parte, todos os dias, para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, verificando possíveis focos em casa.
Como fazia todo o final de tarde, ela pegou sua pequena bíblia e se sentou na beira da cama. Afastou os ralos cabelos brancos dos olhos verdes. Abriu na página marcada, leu, rezou, chorou. Refletiu. Novamente, abriu uma página. Aleatória. E, mais uma vez, leu, rezou e chorou. Não mais refletiu. Eram seis da tarde, hora da Ave Maria. No embalo do sino da igrejinha, rogou que a santa lhe desse toda a bênção necessária para prosseguir. Para amanhecer de novo. Para afastar todas as sombras que se puseram em sua frente. Pediu a Maria que, como mãe, protegesse essa filha perdida.
Às seis horas e dois minutos, quando o soar do sino havia cessado, colocou a bíblia sobre a mesa ao lado da cama. Andou pelo quarto. Olhou as paredes, cheias de manchas e histórias. Pensou em Maria. “Mãe, rogai por nós. Rogai por mim.” E, em meio às súplicas, repetiu o caminho até a bíblia. Segurou. Abriu. Leu. Rezou. Chorou. Deitou. E, agarrada à fé, acreditou que amanhã seria melhor. Mas, desconfiando da fé, ela sabia que amanhã seria uma repetição de hoje, que imita o ontem, que reproduz o anteontem. Era o eterno retorno de Nietzsche. Era a reprise das piores telenovelas. Era a mesmice de sua vida.
Encerrada agora há pouco a fase de grupos, o melhor futebol apresentado até aqui na Copa da Rússia foi o da seleção da Bélgica. De fato, a decantada geração belga é tão boa na íntegra, que seu plantel se deu ao luxo de apresentar dois times vencedores nos três primeiros jogos.
O time A é do meia-atacante Eden Hazard. E tem como outros destaques o clássico armador Kevin De Buryne, o seguro goleiro Thibaut Courtois e o perigoso atacante Romelu Lukaku. Eles derrotaram o Panamá por 3 a 0 (aqui), antes de baterem a Tunísia por 5 a 2.
O time B da Bélgica é do meia Thorgan Hazard, irmão mais novo e menos talentoso de Eden. Com nove reservas, acabou de derrotar por 1 a 0 a Inglaterra, que também poupou vários titulares.
Diferente de seleções como França, Dinamarca e Japão, que jogaram pelo empate para não correrem riscos na passagem às oitavas, os reservas belgas abriram o placar com um golaço do meia Adnan Januzaj. Foi num chute em curva, após drible deconcertante, aos 6 do segundo tempo. E pressionaram bastante no final para ampliar o placar.
Encerrada a fase de grupos, os “Diabos Vermelhos” da Europa pegam os japoneses nas oitavas, às 15h da próxima segunda (02). Depois, salvo uma zebra de pintas, encaram o vencedor de Brasil e México pelas quartas de final, às 15h de sexta (06).
Se o time de Philippe Coutinho e Neymar confirmar seu favoritismo contra os mexicanos nas oitavas, terá contra os belgas o seu primeiro teste de fogo nos campos da Rússia. E, quem ganhar, pegará na semifinal o vencedor do difícil chaveamento entre Uruguai, Portugal, França e Argentina.
A partir do sábado (30), começa a Copa de verdade. Na preliminar, ninguém jogou como a Bélgica.