“Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele”
(Provérbios de Salomão, 22:6)
Muito se tem discutido sobre a imposição da pauta politicamente correta no Brasil. Independente da opinião pessoal que se tenha sobre cotas raciais, feminismo e questões de gênero, inegável que a reação do cidadão médio a esses temas é uma das principais causas ao avanço do conservadorismo no país. E ninguém soube surfar essa onda melhor do que o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL). Não por outro motivo, a exatos 50 dias das urnas, ele hoje detém razoável folga na liderança de todas as pesquisas ao Palácio do Planalto sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Embora as mesmas pesquisas também indiquem que Bolsonaro bateu seu teto de intenções de voto, com cerca de 20% delas, ele caminha a passos largos para tentar garantir uma das duas vagas ao segundo turno. Numa eleição pulverizada, com quatro ou cinco candidaturas competitivas, é provável que um presidenciável com 20% dos votos em 7 de outubro esteja novamente como opção ao eleitor nas urnas do dia 28 do mesmo mês. Se candidatos como Geraldo Alckmin (PSDB), João Amôedo (Novo) e Henrique Meirelles (MDB) não avançarem juntos pelo menos 10 pontos percentuais no numeroso voto conservador e antipetista, tudo indica que seu candidato final será o ex-capitão do Exército.
Para entender o que acontece agora, necessário recuar um pouco no tempo. Em 2011, junto com a bancada evangélica, Bolsonaro liderou a reação contra o projeto “Escola sem Homofobia”. Pejorativamente chamado de “kit gay”, pretendia levar a discussão, exemplificada em material didático, às salas de aula de crianças e adolescentes em todo o país. Curiosamente, quem estava à época no comando do ministério da Educação era Fernando Haddad, hoje candidato a presidente estepe do PT. E o capitão foi vencedor daquela contenda, depois que o estreante governo Dilma Rousseff (PT) desistiu de distribuir o material. Com o apoio, inclusive, de mães e pais progressistas que se acharam no devido direito de restringir aos seus lares esse tipo de debate com seus filhos.
A visão crítica do atrelamento do “politicamente correto” às esquerdas do Brasil, e do mundo, não é exclusividade da direita. Ministro dos governos Lula e Dilma, aos quais serviu como principal elo entre PT e PCdoB, Aldo Rebelo hoje está no Solidariedade. Em entrevista à BBC Brasil, em maio deste ano, ele admitiu:
— Entrei no PCdoB em busca da realização de ideias que julgava importantes na minha juventude, quando o nacionalismo era muito forte. Queria lutar por um país mais equilibrado e justo. Mas os tempos e as agendas mudaram. A questão nacional passou a ter peso pequeno na agenda das esquerdas. As agendas identitárias e o multiculturalismo passaram ter muito mais importância. Isso me levou a um afastamento dessa esquerda moderna, do politicamente correto.
O que isso significa foi bem contrastado em duas noites/madrugadas recentes. De quinta (16) para sexta (17), se deu o primeiro debate entre os candidatos a governador do Rio. Promovido pela Band, nele a petista Márcia Tiburi evidenciou como um partido que até recentemente foi o maior do cenário político nacional, hoje se reduziu a um palanque de defesa de Lula — naquilo que o presidenciável Ciro Gomes (PDT) batizou de “viagem lisérgica”. Como descrito na coluna “Ponto Final”, em sua edição ontem (18):
— Professora de filosofia, Tiburi tem boa articulação verbal, mas se revelou militante travestida de candidata. Não por usar camisa e colar com as imagens do ex-presidente Lula, mas pelo caráter meramente panfletário das suas intervenções. No último bloco resumiu as perspectivas reais da sua candidatura: “Lula vai vencer e eu também”. Depois, concluiu com sua proposta: “fazer um Rio de Janeiro feliz para as pessoas”. A petista lembrou ser a única mulher entre os candidatos. E ressalvou não haver entre eles nenhum negro. Romário reivindicou a cota e disse que o negro ali era ele. Pelo que ambos mostraram no debate, as condições para governar o Estado não dependem de gênero ou raça.
Hasteado como bandeira pelos dois candidatos a governador do Rio mais fracos do debate, o politicamente correto teve o auxílio do Rei Salomão para que Bolsonaro recebesse sua primeira enquadrada num debate presidencial. Coincidência ou não, a tarefa coube a uma mulher negra, Marina Silva (Rede), no evento da Rede TV entre sexta e sábado (18).
Talvez preocupado com a candidata que todas as pesquisas sem Lula apontam estar em segundo lugar na corrida, e projetam ser a mais difícil de ser batida num eventual segundo turno, o ex-capitão leu uma cola na palma da mão esquerda para escolher a ambientalista, chamá-la ao centro do palco e, em pé diante dela, perguntar:
— (…) Armamento, eu sou favorável que o cidadão de bem tenha posse de arma de fogo. A senhora concorda com isso ou não?
— Não. Antes que queria te dizer uma coisa, Bolsonaro. Você disse que a questão dos salários menores para as mulheres é uma coisa que a gente não precisa se preocupar porque já está na CLT. Só uma pessoa que não sabe o que significa uma mulher ganhar um salário menor do que um homem e ter as mesmas capacidades, a mesma competência (…) Porque quando se é presidente da República, a gente tem que fazer cumprir o artigo 5º da Constituição, que diz nenhuma mulher deve ser descriminada. Não fazer vista grossa (…) Tem que se preocupar, sim. Um presidente da República está lá para combater injustiça.
Visivelmente constrangido pelo “sermão” de Marina, que recebeu evitando encará-la, enquanto aparentemente buscava com os olhos a orientação de um assessor fora do plano da câmera, Bolsonaro foi ao ataque na réplica. E, finalmente olhando para a adversária, disse:
— Temos aqui uma evangélica que defende um plebiscito para aborto e para maconha. E quer agora defender a mulher. Você não sabe o que é uma mulher, Marina, ter um filho jogado no mundo das drogas. (…) Eu defendo a mulher. Inclusive defendo a castração química para estupradores. (…) No tocante a arma de fogo, eu defendo, sim, que a mulher inclusive, caso queira, a mulher de bem, a mulher preparada, que tenha a posse de uma arma de fogo dentro de casa para se defender, se assim ela o desejar.
— Você acha que pode resolver tudo no grito, na violência. Nós somos mais. (…) A coisa que uma mãe mais quer é ver seu filho ser educado para ser um cidadão de bem. Você fica ensinando aos nossos jovens que tem que resolver as coisas na base do grito, Bolsonaro. Você é um deputado, você é pai de família. Você um dia desses pegou uma mãozinha de uma criança e ensinou como é que se faz para atirar. Você sabe o que a Bíblia diz sobre ensinar uma criança? “Ensina a criança no caminho em que deve andar. E até quando for grande, não se desviará do caminho”. (…) E, numa democracia, o Estado é laico.
Dificilmente definirá a eleição, mas essa vitória da moral sobre o moralismo foi o melhor momento do debate. E lavou a alma de muitas mães e filhos Brasil afora.
Publicado hoje (18) na Folha da Manhã
Quem fala que ela saiu ganhando nessa não sabe fazer a menor leitura de nada. Ele pegou vários evangélicos indecisos ao expor a hipocrisia dela em defender plebiscito pra aborto e maconha, e ao mesmo tempo desrespeitar o plebiscito onde a maioria votou a favor do porte de armas.
Caro Jaci,
O plebiscito de 2005 foi favorável à comercialização de armas, não ao porte, o que é bem diferente. Por favor, tente se informar melhor para evitar passar vergonha. Deveria bastar a que foi imposta no debate da Rede TV.
Grato pela oportunidade!
Aluysio
BOLSONARO NELES!!!!
Caro Adílson,
A intenção de Bolsonaro ao chamar Marina para debater era exatamente essa. Mas convenhamos: deu ruim.
Grato pela participação!
Aluysio
Deu ruim nada. Ele citou as mães sim, aquelas que esperam que seus filhos cheguem sãos e salvos em casa na madrugada. Ela ainda misturou Bíblia com política. Faltou ele dizer que se ela é tão a favor da vida (trecho excluído pela moderação) O tempo dirá…
Caro Silvio Fontoura,
O fato de você ter suas preferências não dá direito de divulgar informações inverídicas sobre os concorrentes. Nos comentários deste blog, está vedada a divulgação de fake news.
Grato pela participação!
Aluysio
A maioria da imprensa é a favor do lixo moral, está protegendo Marina. Nenhum jornal ou revista, comentou que ela fugiu da pergunta de Bolsonaro sobre aborto e drogas. Sabe porque? Eles apoiam todo lixo moral que destrói os valores de uma sociedade. VERDADE ABSOLUTA!
Caro Roberto Américo dos Santos,
Para os eleitores de Bolsonaro, a imprensa brasileira é “comunista”. Como é “golpista” para os lulopetistas. Se a primeira assertiva estivesse correta, a explicação talvez fosse simples: a imprensa faz parte da Ursal, composta dos illuminati e maçons do Cabo Daciolo.
Grato pela chance de começar com bom humor!
Aluysio
Ninguém vai falar do Daciolo? Nem do “debate produtivo” que Bolsonaro propos ter com ele no debate? Gente, Daciolo é o eleitor de Bolsonaro que resolveu se candidatar.
(Trecho excluído pela moderação) se ela queria abraçar os votos dos evangélicos, perdeu e já era.
E qualquer evangélico que apoiar ela, vai queimar o filme. Quando analisar, entender o que disse, ela perdeu.
É justamente os jovens sendo mortos pelo tráfico. Quando um filho de alguém morre na periferia, a mãe procura um pastor para consolar. (Trecho excluído pela moderação)
Caro Marcos Cintra,
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Grato pela participação!
Aluysio
Não é a primeira vez que Marina é desmascarada em um debate.
Marina Silva é o nosso Pôncio Pilatos tupiniquim. Lava as mãos para tudo (“joga pra galera”).
Ela só esquece que a fé cristã é absolutamente incompatível com a doutrina (sic) comunista.
Não se faz apologia a pensamentos tão antagônicos.
Não vale tudo pelo poder.
Marina teve a coragem de dizer na cara de Bolsonaro o que meio mundo queria. Ponto para ela, que deve subir mais alguns nas pesquisas. No 2º turno a lição que ela daria no capitão seria ainda maior. Mas depois da vergonha que ele passou no debate vai começar a desmanchar.
A principal bandeira do rapaz é o armamento, ou seja , transferência de responsabilidade. Isso é dever do estado, não se deve transferir esta responsabilidades para o cidadão, o cidadão para impostos e deve cobrar segurança.
Se utilizar de “colinha” na mão para realizar uma pergunta é de uma imbecilidade terrível, o candidato quando vai a um debate, no mínimo deve saber o que vai fazer ali. Passar procuração ao Paulo Guedes para gerir o País não dá a ele o direito de se comportar como um demente que precisa a toda hora decorar o que falar.
No geral o nível dos debates não é bom, é sempre a mesma superficialidade. Propostas concretas e planos ficam de lado.
A principal bandeira do rapaz é o armamento, ou seja , transferência de responsabilidade. Isso é dever do estado, não se deve transferir esta responsabilidades paga o cidadão, o cidadão para impostos e deve cobrar segurança.
Se utilizar de “colinha” na mão para realizar uma pergunta é de uma imbecilidade terrível, o candidato quando vai a um debate, no mínimo deve saber o que vai fazer ali. Passar procuração ao Paulo Guedes para gerir o País não dá a ele o direito de se comportar como um demente que precisa a toda hora decorar o que falar.
No geral o nível dos debates não é bom, é sempre a mesma superficialidade. Propostas concretas e planos ficam de lado.
A esquerda estará de volta com Lula ou sem Lula, se analisarmos na integra as propostas do Bolsonaro, ele continuará com uma política voltada para os empresariado, que já ganha de mais nesse país. O conservadorismo, engana o povo com a ilusão que tudo na base do autoritarismo vai levar o país ao crescimento, o que iremos ver é uma continuação do achatamento salarial, perda de direitos trabalhistas, mais pobreza e aumento da violência, em contrapartida os empresários irão aumentar suas riquezas, por isso que mega empresários apoiam Bolsonaro.
A senhora Marina muito fraca em seus argumentos não tem nada para falar os discursos dela são os mesmos da outra eleição ela procurou atacar quem esta em primeiro lugar nas pesquisas porque ela não atacou os outro candidatos que contribuiram para o fim do Brasil porque ela também contribui para esse Caos que esta o Brasil. Bolsonaro tinha que ter dito a ela que ela é contra as propostas dele porque ela e a familia dela não esta passando o que o povo, as famílias brasileiras estão passando com essa violência alarmante um país com o povo sofrendo com total desemprego saúde péssima que esses governos incompetentes e corruptos fizeram.
Esse sujeito já declarou que em colégio militar não há cola. E leva uma cola anotada na mão para um debate presidencial? Pelo amor de Deus! Tem que recorrer a cola para lembrar de “pesquisa”, “armas” e “LULA”? Bolsonaro é o candidato mais (trecho excluído pela moderação) que já disputou a presidência do Brasil. Só não é pior do que quem insiste em dizer que vai votar nele. Mas depois que foi humilhado em rede nacional por Marina, já tem muito eleitor abrindo o olho.
Caro(s) “Valéria Mattos” e/ou “Alberto de Souza”, comentarista(s) das 19h56 e 20h13,
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Aluysio
Caro(s) “Márcio Guimarães” e/ou “Ronald”, comentarista(s) das 21h26 e 01h28,
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Aluysio
Caro(s) “Herval Nunes” e/ou “SOUBRASILEIROCOMORGULHO” e/ou “Herval Guimarães”, comentarista(s) respectivamente das 21h11, 07h41 e 11h24,
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Aluysio