Somos bombardeados por tantas informações vindas de nossos sentidos que o cérebro precisa filtrar aquilo que considera mais importante a fim de evitar uma pane. Seríamos sobrecarregados e impossibilitados de racionalizar não fosse por isso. Os filtros estabelecidos pelo cérebro com base em experiências passadas, expectativas e desejos eliminam tudo o que não importa muito a nós.
Um exemplo disso é quando desejamos comprar um determinado modelo de carro e como num passe de mágica, eles se multiplicam pelas ruas e passam a ser vistos a todo o momento. Outro exemplo se dá quando dois indivíduos narram uma cena e, ao ouvinte, parecem se tratar de cenas completamente diferentes.
Após o debate dos presidenciáveis na Rede TV na última sexta-feira, 17 de agosto, Bolsonaro e Marina protagonizaram o diálogo mais repercutido nas redes, ao menos para os meus filtros, e, não estranhamente, seus admiradores parecem ter assistido a dois filmes diferentes. Para os bolsonáticos foi um massacre ter enquadrado Marina como evangélica de araque por cogitar plebiscito para questões como aborto e legalização de drogas. Para os marináticos o enquadramento foi inverso, ao Marina ter retrucado, citando Provérbios e dizendo ser o Estado laico e que Bolsonaro ensinaria as pessoas a ganhar no grito e ainda teria “corrompido” uma criança ao ensiná-la a fazer gesto com a mão imitando uma arma.
O episódio nos revela que debates talvez não sejam mais que inúteis, que são incapazes de persuadir o eleitor a mudar de opinião e que, talvez, não sirvam a mais que fazer decisões já tomadas serem ainda mais consolidadas e a polarização se tornar ainda mais forte. Mas… isso pode ser apenas o meu filtro.
Deve ser por isso que Boulos elogiou a atitude de Marina no debate. Ou ele é um marinático ou isso pode ser apenas o seu filtro.
SÓ COMUNISTA QUE ESCREVE NESSE BLOG. VÃO PRA CUBA!!! MELHOR JAIR SE ACOSTUMANDO. DEUS ACIMA DE TODOS!!!! ….