Após Datafolha e Ibope, Paraná
Como a coluna antecipou, ontem foi divulgada a pesquisa presidencial do instituto Paraná. E ela confirmou o crescimento do líder isolado da corrida ao Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro (PSL). Se nas consultas Datafolha e Ibope, divulgadas dias 10 e 11, o ex-capitão do Exército tinha registrado respectivamente 24% e 26% das intenções de voto, ele foi um pouco além na Paraná: 26,6%. Nela, bem distantes do primeiro colocado, seus quatro principais concorrentes ficaram embolados no empate técnico: Ciro Gomes (PDT), com 11,9%; Marina Silva (Rede), 10,6%; Geraldo Alckmin (PSDB), 8,7%; e Fernando Haddad (PT), 8,3%.
O tempo da facada
A margem de erro da Paraná foi a mesma da Datafolha e Ibope: dois pontos para mais ou menos. E a ordem entre Ciro, Marina, Alckmin e Haddad foi praticamente a mesma nas três. Só que foram feitas em datas diferentes: a Datafolha, no dia 10; a Ibope, entre os dias 8 e 10; e a Paraná, do dia 7 ao 11. Como o atendado a faca sobre Bolsonaro foi no dia 6, a Datafolha foi a mais distante da comoção gerada pelo episódio, embora tenha sido a primeira a ser divulgada. E ela deu o menor índice de intenções de voto ao capitão. O maior foi na Paraná, feita mais próxima ao fato, embora última a ser divulgada.
Bolsonaro x Campos
Antes da Paraná de ontem, a última pesquisa do instituto havia sido divulgada em 14 de agosto. Entre as duas, o crescimento de Bolsonaro foi de 4,6 pontos. Em evento similar à facada, na eleição presidencial de 2014 uma queda de avião matou o candidato Eduardo Campos (PSB). Para se ter uma ideia da diferença do impacto dos dois fatos sobre o eleitor, Campos tinha 7% de intenções de voto na última Datafolha antes da sua morte. E sua vice Marina, que assumiu a cabeça de chapa, pulou para 24% na consulta seguinte. Foi um crescimento de 17 pontos, 12,4 a mais do que teve agora Bolsonaro.
“Já deu o que tinha que dar”
Comparadas a queda do avião e a facada, o fato é que a influência do evento mais recente não foi a esperada pela campanha de Bolsonaro. General vice do capitão, Hamilton Mourão tinha declarado desde terça (11): “esse troço já deu o que tinha que dar”. Do que já deu, talvez o mais relevante tenha sido revelado pelo Ibope: candidato mais competitivo no primeiro turno, o instituto foi o primeiro a revelar que ele tinha se tornado competitivo também no segundo. Como a coluna abordou ontem, Bolsonaro perdeu, empatou ou ganhou dentro da margem de erro, em todas as simulações de segundo turno do Ibope.
Rejeição diferente
Diferente da Datafolha e Ibope, a Paraná não fez simulações de segundo turno. Índice fundamental à sua definição, a rejeição foi medida de maneira individual, não em disco, pelo terceiro instituto. Na metodologia diferente, Bolsonaro teve 53,2% de eleitores que não votariam nele de jeito nenhum. Foi uma rejeição inferior à de Haddad, 62,6%; de Alckmin, 60,3%; e de Marina, 54,8%. Só Ciro, com 52% no índice negativo, ficou abaixo do capitão. Além disso, na pergunta sobre os dois candidatos que estarão no segundo turno, Bolsonaro liderou com 51,9%, seguido de Ciro, 26%; Alckmin, 23,7%; Marina, 18,2%; e Haddad, 14,8%.
CUT hoje, Datafolha amanhã
A aparente vantagem de Bolsonaro na Paraná, em relação à desvantagem de Haddad, deve se inverter radicalmente na Vox Populi anunciada para hoje. A última consulta deste instituto foi feita em julho. E o resultado, muito acima de qualquer pesquisa da época, foi favorável ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já preso, mas ainda sem ser barrado pelo TSE. Antes e agora, o contratante do Vox Populi foi a CUT. Assim, se a insuspeita parceria hoje produzir Haddad já à frente de Ciro, Marina e Alckmin, nenhum não petista levará a sério. Para sanar dúvidas, a Datafolha tem uma nova pesquisa consulta presidencial esperada para amanhã.
Toffoli assume o STF
Recusado duas vezes no concurso público para juiz de primeira instância em São Paulo, Dias Toffoli foi guindado ao Supremo Tribunal Federal (STF), após ter sido advogado do PT e chefe da Advocacia-Geral da União no governo Lula. Ele assume hoje a presidência do STF, no qual coleciona decisões polêmicas, como a que suspendeu a operação Caixa d’Água, onde o ex-governador Anthony Garotinho (PRP) é acusado de extorsão com emprego da arma de fogo para campanha. Um dia antes de assumir o cargo, ele ganhou elogios. De Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes e de Luiz Fux, que será seu vice e disse prever um STF mais “harmonioso”.
Com o jornalista Aldir Sales
Publicado hoje (13) na Folha da Manhã
pra você só tem validade o instituto de pesquisa que coloca o seu candidato na frente,por favor se quer escrever algo em que milhares de pessoas vai ler,principalmente na folha da manha,um jornal tão bem conceituado,seja ao menos imparcial.
Caro Roney,
“Milhares de pessoas vai (sic) ler”? Então tentarei escrever melhor na próxima. Só não dá para ser imparcial em texto de opinião. Nem, mesmo sendo equilibrado, fazer cafuné nas intenções de votos de todos.
Grato pela participação!
Aluysio